terça-feira, dezembro 06, 2005

Uma Resenha Sobre um Show Imperdivel( E Eu Perdi!!!!)

Como já está se tornando rotina mais uma resenha da primeira dama, sobre um show que não tive a sorte de ir, estava na primeira comunhão de minha sobrinha, mas fui bem representado por Milla, a pessoa que me faz muito feliz...


25 ANOS DE AMOR Á MÚSICA E AO RECIFE
Geraldo Maia festeja 2 décadas e meia dedicados à música.

Por Mirella Alves

A fila que já se formava por volta das 17h30 na entrada do auditório da Livraria Cultura demonstrava que logo, logo o início da noite seria promissora. E foi. Tratava-se do show de Geraldo Maia celebrando as bodas de prata do seu "casamento" com a música.

Precisamente às 6 da tarde, as luzes se apagaram e começou a projeção de um vídeo com depoimentos de amigos que estiveram presentes nessa caminhada ( toda ou em parte dela ) com o artista, fosse trabalhando junto a ele ou apenas apoiando, mas todos peças importantes de todo o trabalho construído e movidos pelo mesmo propósito: declarar toda a admiração ( merecida ) a Geraldo Maia.

Em seguida, ouve-se a tão singular voz de Geraldo alguns versos de Manuel Bandeira ( do poema "Recife" ) e abrir o show com "Evocação N° 1" sem acompanhamento de instrumentos, apenas "declamada", portanto abrilhantada pelo timbre especial de Maia.

Era notória e contagiante a emoção transmitida no olhar, nas feições e, sobretudo, na voz de Geraldo Maia. E foi esse sentimento que permeou toda a apresentação. No repertório, entremeado por poemas de Manoel Bandeira e Carlos Pena Filho, uma compilação de músicas dos CDs "Verdágua", "Astrolábio e "Samba do Mar Quebrado" que deve ter sido uma tarefa, no mínimo, complexa, fazer essa seleção, uma vez que "todas" deveriam ser escolhidas, pois todas elas são especiais. Mas, como não daria para colocar "tudo", as opções não poderiam ter sido mais acertadas. Com uma ressalva: "Recífia" não poderia ter ficado de fora.

"Morena rara", do Verdágua, foi cantada na presença do próprio compositor, Zeh Rocha, que estava prestigiando e deve ter se sentido muito orgulhoso com a bela interpretação, "Barracão", do Samba do Mar Quebrado, contou com a participação inesperada de Gonzaga Leal ( que estava na platéia e Geraldo o convidou na hora para com ele dividir o palco e o microfone ); e um dos pontos altos do show foi a participação do Grupo Choro Brasil na excepcional canção "Padroeiro do Brasil", e em "Teu Retrato" , ambas de seu último disco. Aliás, foi o disco mais contemplado, digamos assim. E era de se esperar. Além de ser o trabalho mais recente do artista, é todo dedicado ao samba e um dos mais belos trabalhos feitos até hoje no Brasil sobre o gênero. Destaque ainda para "Monocultura", ressaltada pela extasiante percussão de Jerimum de Olinda e para um poema de João Cabral de Melo Neto, musicado por Cátia de França, e ainda intercalado pelo poema "O Bicho", de Bandeira.

Já se passara uma hora e meia de apresentação, quando Geraldo entoou "Mestiçagem" e "Feijão com couve", contando mais uma vez com o talento do Choro Brasil e a expressividade de sua banda, completando o que diz a letra da segunda música, feijão com couve, nesse caso, deu muito talento a Geraldo Maia.

Um Abraço para Todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

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