sábado, junho 04, 2005

Os Forrozeiros em Junho 4


O Quarto Forrozeiro


Na quarta homenagem desse desafio que vai ser conseguir material sobre forró na internet para todos os dias desse mês, temos um dos que mais se beneficiou com a volta do forró pé de serra...
O cantador Santanna tem uma das melhores vozes do forró que lembra muito a de Luiz Gonzaga e isso é um privilégio para esse cearense que adotou nossa terrinha...
No titulo tem o link para o site oficial dele para que todos possam conhecer mais do trabalho desse incansável defensor da cultura nordestina...
As músicas de hoje são as que fizeram ele se tornar conhecido no país inteiro, principalmente a primeira que ele cantou para Ana Maria Braga, direto de Recife quando ela voltou ao programa:


Ana Maria
(Janduhy Finizola)
Eu dei um beijo
Eu dei um beijo
Eu beijei Ana Maria
Por causa disso
Eu quase entrava numa fria
Ana Maria
Tinha dono e eu não sabia
Mas quem diria
Pra bem dizer
Foi sem querer
Mas terminou em confusão
A solução
Foi confundir o coração
Daí então
Troquei a vida de ilusão
Agora adeus, Ana Maria
Deus te guarde para o amor
No céu Santa Maria
Aqui na terra o seu amor
Ana Maria
Como eu queria
Dar outro beijo
Matar o meu desejo
Ai como eu queria
Ana Maria
Quanta alegria
Por seu querer
Beijar a sua boca
E ser de você

Tamborete de Forró
(Artulio Reis)
Ela era miudinha
Botei seu nome
Tamborete de forró
Mas quando ela me deu uma olhada
Senti logo uma flechada
Meu coração foi logo dando um nó
Ela dançando e balançando os cachos
Que meus cento e vinte baixos
Quase viram um pé-de-bode
Do lado dela um sujeito sem jeito
E eu aqui com dor no peito
Mas como é que pode
Tava tocando um baião cheio de dedo
Quando dei fé tava tocando Chopin
Menina você vai me dando asa
Que eu levo você pra casa
E a gente faz um monte de tamboretim
E ela dançando ali me deu ciúme
Por que dizem que perfume
Que é pequeno cheira mais
E ela brilhando no forró inteiro
Apagaram o candeeiro
E derramaram o gás
Ai que vontade que chegasse um sanfoneiro
Para tomar este fole aqui de mim
Menina você vai me dando asa
Que eu levo você pra casa
E a gente faz um monte de tamboretim

Nos Tempos de Menino
(Maciel Melo/Virgílio Siqueira)
Era o caminho da roça
Pureza de Maria
A folha verde no mato
A chuva quando caía
Passarinho, rio e regato
E a natureza sorria
Era o beijo que eu cultivava
Vida que eu bem queria
Do jeito que eu sonhava
Realmente acontecia
Queira um fruto, eu plantava
Vingava o fruto, eu comia
Da morte eu não tinha medo
A morte eu não conhecia
Não tinha nenhum segredo
Andava o mato sem guia
Nunca era tarde nem cedo
Meia-noite ou meio-dia
Fui menino mais que sete
Ou dezessete légua e meia
Menino fui cassetete
Menino fogo nas veias
Bola de gude, pivete
Menino bola de meia
Fui menino meia-noite
Menino fui meio-dia
Menino vento de açoite
Fui o ventre da folia
Menino trovão da noite
Fui chuva, fui invernia
Fui menino pistoleiro
Menino caramanchão
Menino fui sapateiro
Menino carro de mão
Menino fui cangaceiro
Menino fui lampião
Menino, também menino fui
E o tempo deu-me a alma, sua
Deu-me batentes de bares
Deu-me a vida nua e crua
Becos, esquinas, meus lares
Moleque ponta de rua.

Lembrança de um Beijo
(Accioly Neto)
Quando a saudade
Invade o coração da gente
E pega a veia
Onde corria um grande amor
Não tem conversa
Nem cachaça que dê jeito
Nem um amigo do peito
Que segure o chororô
Saudade
Já tem nome de mulher
Só pra fazer do homem
O que bem quer
O cabra pode ser valente
E chorar
Ter meio mundo de dinheiro
E chorar
Ser forte que nem sertanejo
E chorar
Só na lembrança de um beijo
Chorar
Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

sexta-feira, junho 03, 2005

Os Forrozeiros em Junho 3


O Terceiro Forrozeiro


No terceiro dia do mês de junho temos um forrozeiro que revolucionou no inicio dos anos oitenta colocando metais na música nordestina...
Depois de uma sumida, Jorge de Altinho reapareceu com toda força, já que o forró está com tudo principalmente nessa época...
Para conhecer um pouco mais desse cantor e compositor cliquem no titulo e entrem no seu site oficial...
As músicas de hoje são grandes clássicos da sua carreira que lembro bem da minha época de pré adolescente onde ouvia o vinil dele:


Sou Feliz
(Jorge de Altinho)
Estava sentindo um frio no meu corpo nu, tão só
Tava nascendo um jeito de sofrer que dava dó
Meu coração chorava que nem flauta ou bandolim
Meu peito dilacerava, tava mal, coisa ruim
Agora sou feliz porque você voltou prá mim
Sou feliz porque você voltou prá mim
Sou feliz porque você voltou prá mim
As rosas exalam cheiro, cheiro bom é o de jasmim
As cores que não têm dores estão juntas no jardim
Hoje meu corpo é maneiro, ligeiro que nem colibri
Suave como a canção, doce como o bem-te-vi
Tudo isso só porque você, meu bem, voltou prá mim

Energia
(Jorge de Altinho)
O nosso amor tá quente, tá pegando fogo
E eu estou contente com este calor
Tomara que este fogo nunca se apague,
Que não se acabe este nosso amor
Tá bonitinho, o xameguinho, agarradinho
Nunca vi tanto carinho, o nosso amor
É uma flor, uma rosa, um botão
É uma tocha, é brasa viva, é labareda
De uma fogueira queimando meu coração
É calor demais, é muita alegria,
Muita energia que a gente tem
Tudo muito bem, e a gente vai levando,
Amando, Se amando como ninguém
O nosso amor é fogo, e eu digo mais uma vez
Que um resto desse fogo ainda sobra prá vocês
Endoideceu meu Coração
(Jorge de Altinho)
Você endoideceu meu coração, endoideceu...
Agora o que é que eu faço sem o teu amor,
Agora o que é eu faço sem um beijo teu?!
Eu nem pensei já estava te amando,
Meu corpo derretia de paixão...
Queria tá contigo a todo instante
Te abraçando te beijando,
Te afogando de emoção...
Ficar na tua vida eu quero muito,
Grudar e nunca mais te perder
Você é como água de cacimba, limpa,
Doce, saborosa todo mundo quer beber
Você é como água de cacimba, limpa,
Doce, saborosa todo mundo quer beber

Confidências
(Jorge de Altinho/ Petrucio Amorim)

Eu tenho um segredo menina
Cá dentro do peito
Que a noite passada
Quase que sem jeito
Vendo a madrugada
Eu ia revelar
Mas quando um amor diferente
Tava nos meus braços
Olhei pro espaço e vi lá no céu
Uma estrela cadente se mudar
Eu lembrei das palavras doces
Que um dia eu falei pra alguém
Que tanto, tanto me amou
Me beijou como ninguém
Que flutuou nos meus braços
Entrou nos meus planos
E os nosso segredos
Confidenciamos sem hesitar
Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

quinta-feira, junho 02, 2005

Os Forrozeiros em Junho 2


O Segundo Forrozeiro

No segundo dia de forró aqui no blog temos um sanfoneiro paraibano que é referência nos festejos juninos...
Flavio José é um dos mais solicitados artistas nesse periodo por todo o nordeste...
Entrem no site dele clicando no titulo e descubram mais da sua carreira...
Quatro grandes sucessos dele para ilustrar bem essa homenagem a forrozeiro mor do nordeste brasileiro:


Espumas ao Vento
(Aciolly Neto)
Sei que ai dentro
Ainda mora
Um pedacinho de mim
Um grande amor
Não se acaba assim
Feito espumas ao vento
Não é coisa de momento
Raiva passageira
Mania que dá e passa
Feito brincadeira
O amor deixa marcas
Que não dá pra apagar
Sei que errei
E tô aqui
Pra te pedir perdão
Cabeça doida, coração na mão
Desejo pegando fogo
Sem saber direito
Aonde ir o que fazer
Eu não encontro uma palavra
Só pra te dizer
Mas se eu fosse amor
Eu voltava pra mim de novo
E de uma coisa
Fique certa amor
A porta
Vai tá sempre aberta, amor
O meu olhar
Vai dar uma festa, amor
Na hora que você chegar
Terra Prometida
(Maciel Melo)
Foi num nublado
Domingo que eu vim mimbora
Numa viagem
A minha terra prometida
Buscar a sorte
E encontrar uma saida
Pra minha vida decidir-se melhorar
Com uma mulher
Que Deus me deu, sem preconceito
Que tenho feito
Tanto amor e quero mais
Quero cantar a vida, decantando tudo
Que for bonito, tudo que apareça a paz
Também sou um
Rapaz latino americano
Eu não me engano
Tenho um taco desse mundo
De poeta cidadãoe vagabundos
Ou vagalumes
Que devagagam bar em bar
Oh! Meu querido pai celestial
Minha busca é vida
Muito mais que a morte
Numa procura o rumo certo
Aquele norte
Que desde garoto
Minha mãe diz ser legal
Tareco e Mariola
(Petrúcio Amorim)
Eu não preciso de você
O mundo é grande e o destino te espera
Não é você que vai me dar na primavera
As flores lindas que eu sonhei no meu verão
Eu não preciso de você
Já fiz de tudo pra mudar meu endereço
Já revirei a minha vida pelo averso
Juro por Deus não encontrei você mais não
Cartas na mesa
O jogador conhece o jogo pela regra
Não sabes tu eu já tirei leite de pedra
Só pra te ver sorrir, pra mim não chorar
Você foi longe
E machucando provocou a minha ira
Só que eu nasci entre o velame e a mancabira
Quem é você pra derramar meu mungunzar
Eu me criei
Ouvindo forte o martelo na poeira
Ninguem melhor que mestre osvaldo na madeira
Com sua arte criou muito mais de dez
Eu me criei
Matando a fome no tareco e mariola
Fazendo versos dedilhado na viola
Filho do Dono
(Petrúcio Amorim)
Não sou profeta
Nem tão pouco visionário
Mas o diário
Desse mundo tá na cara
Um viajante
Na boléia do destino
Sou mais um fio
Da tesoura e da navalha
Levando a vida
Tiro verso da cartola
Chora viola
Nesse mundo sem amor
Desigualdade
Rima com hipocrisia
Não tem verso nem poesia
Que console um cantador
A natureza na fumaça se mistura
Morre a criatura
E o planeta sente a dor
O desepero
No olhar de uma criança
A humanidade
Fecha os olhos pra não ver
Televisão de fantasia
E violência, aumenta o crime
Cresce a fome do poder
Boi com sede bebe lama
Barriga seca não dá sono
Eu não sou dono do mundo
Mas tenho culpa, porque sou
Filho do dono
Um abraço:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

quarta-feira, junho 01, 2005

Os Forrozeiros em Junho


O Primeiro Forrozeiro


De hoje até o final do mês, iremos colocar o tema que norteia o nordeste durante esse mês, é o forró...
Sempre homenagearemos um defensor dessa cultura tão importante para essas bandas aqui do Brasil...
O primeiro é um grande compositor e que é um dos mais solicitados por grandes estrelas da MPB como Elba, Fagner, Zé Ramalho, entre outros...
Maciel Melo tem um site oficial que vocês podem entrar clicando no titulo...
Temos como músicas hoje, quatro músicas que são marcantes na sua carreira que já foram gravadas por esses artistas acima:

Isso Vale Um Abraço
(Maciel Melo)
Oh! Mundo vei
Que o velho Pai abençoou
Com as mãos postadas
Clarividências do amor
Desejo forte apertava seu coração
E a energia nisso tudo se formou
Isso vale um abraço companheiro
Dentro do meu coração
Um aperto de mão
Um brilho no olhar
Um cheiro de criança
Um sorriso de paz
E o sereno vindo
No beijo da minha amada
São coisas que valem muito
Companheiro...
Valem um monte de abraços
Isso vale um abraço companheiro
Dentro do meu coração
Um pedaço de terra
Uma morada uma canção
Um pouco de emoção
Um caminho uma jornada
Uma pátria ensolarada
Pelos raios da visão
Trabalho e pão
É o que engrandece um brasileiro
Chuva fina de janeiro
Vem molhar meu coração
Isso vale um abraço companheiro
Dentro do meu coração
Um conto de Marcolino
Um solfejo de Gonzaga
E mais uma trocadilhada
Do poeta Lourival
São coisas que valem muito
Companheiro...
Valem um monte de abraços
Isso vale um abraço companheiro
Dentro do meu coração
Um sanfoneiro
Que toca com muita manha
Que Nem Vem-Vem
(Maciel Melo)
Quebrei no dente
O taco da Literatura
Tô na história, tô e sei
Que sou motivo pra falar
Entrei de cara, cara
E tô saindo fora
Ta no tempo já é hora
De poder me desfrutar
Semente negra
Eu sou raiz poderosa
Aguada em verso e prosa
Na cacimba de Belá
Meu canto tem
O chaco-chaco de uma cuia
E tem, tem as manhas
Que Mestre Louro plantou
Pra colher um canto
Assim que nem vem-vem
E soar como um acorde de sanfona
Festejar que nem "Passarim" no xerém
Namorar com a batida da zabumba
Tum-tum-tum bate-bate meu coração
Por um forró
Que nem os de passagem funda
Tum-tum-tum bate-bate meu coração
Da-lhe zabumba
E Jackson no pandeiro é ás
Tum-tum-tum bate-bate meu coração
Se essa morena não me quer
Não quero mais
Cabloco Sonhador
(Maciel Melo)
Sou um caboclo sonhador
Meu senhor, viu?
Não queira mudar meu verso
Se é assim não tem conversa
E meu regresso para o brejo
Diminui a minha reza.
Um coração tão sertanejo
Vejam como anda plangente o meu olhar
Mergulhado nos becos do meu passado
Perdido na imensidão desse lugar
Ao lembrar-me das bravuras de Nenem
Perguntar-me a todo instante por Baía
Mega e Quinha como vão? tá tudo bem?
Meu canto é tanto quanto canta o sabiá
Sou devoto de Padim Ciço Romão
Sou tiete do nosso Rei do Cangaço
E em meu regaço fulminado em pensamentos
Em meu rebento sedento eu quero chegar
Deixem que eu cante cantigas de ninar
Abram alas para um novo cantador
Deixem meu verso passar na avenida
Num forrofiádo tão da bexiga de bom.
Meninos Do Sertão
(Maciel Melo /Petrúcio Amorim)
Quando me lembro dos meninos do Sertão
Olho pro céu e vejo eu entre os pardais
Catando estrelas, desenhando a solidão
Ouvindo estórias de fuzis e generais
Lembrando rezas que aprendi no juazeiro
Que um violeiro me ensinou numa canção
Bebendo sonhos era assim o meu destino
Mais um menino na poeira do Sertão
Quando me lembro dos meninos do Sertão
Beijando flores era eu em meu jardim
Qual borboletas bailarinas de quintais
E um arco-íris de esperança só pra mim
E a liberdade feito um pássaro de seda
Voava alto nos planos de menino
Nas travessuras imitava os meus herois
Luiz Gonzaga, Lampião e Vitalino
Quando me lembro dos meninos do Sertão
Vejo Hiroshima nos olhares infantis
Vejo a essência da desigualdade humana
Num verdadeiro calabouço dos guris
Meu coração bate calado enquanto choro
A Deus imploro mais carinho e atenção
Tirai a canga do pescoço dessa gente
Que só precisa de amor, trabalho e pão
Adeus meu carro de boi
Adeus pau de arara
No ano 2000 que mal virá
Cola, Carandirú, Candelária
Quando isso vai parar
Será que será sempre assim
Será que assim sempre será
E uma mulher que se banha
De cheiro pra me esperar
Sinceridade
É um poema de verdade
É grande a nossa amizade
Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

terça-feira, maio 31, 2005

Parabéns Amigo

Hoje é aniversário de um irmão que eu tenho, um cara que tem a minha idade, até setembro ele fica mais velho, e resolvi fazer uma homenagem colocando músicas que marcou a vida dele:
Parabéns Cristiano Rocha:

Flor de Lis
(Djavan)

Valei-me Deus, é o fim do nosso amor
Perdoa por favor
Eu sei que o erro aconteceu
Mas não sei o que fez tudo mudar de vez
Onde foi que eu errei
Eu só sei que amei, que amei, que amei, que amei
Será talvez que minha ilusão
Foi dar meu coração
Com toda força pra essa moça me fazer feliz
E o destino não quis me ver como raiz
De uma flor de lis
E foi assim que eu vi
Nosso amor na poeira, poeira
Morto na beleza fria de Maria
E o meu jardim da vida ressecou ou morreu
Do pé que brotou Maria nem margarida nasceu
Chorando e Cantando
(Geraldo Azevedo)

Quando fevereiro chegar
Saudade já não mata a gente
A chama continua no ar
O fogo vai deixar semente
A gente ri a gente chora
Ai ai ai a gente chora
Fazendo a noite parecer um dia
Depois faz acordar cantando
Pra fazer e acontecer
Verdades e mentiras
Faz crer, faz desacreditar de tudo
E depois depois amor ô ô ôô
Ninguém ninguém verá o que eu sonhei
Só você meu amor
Ninguém verá o sonho que eu sonhei
Um sorriso quando acordar
Pintado pelo sol nascente
Na luz de cada olhar mais diferente
Tua chama me ilumina
Me faz virar um astro incandescente
Teu amor faz cometer loucuras
Faz mais, depois faz acordar chorando
Pra fazer e acontecer
Verdades e mentiras
Faz crer, faz desacreditar de tudo
E depois depois do amor
Amor ô ô
Sonhos
(Peninha)
Tudo era apenas uma brincadeira
E foi crescendo, crescendo, me absorvendo
E de repente eu me vi assim
Completamente seu
Vi a minha força amarrada no seu passo
Vi que sem você não há caminho
Eu nem me acho
Eu vi um grande amor gritar dentro de mim
Como eu sonhei um dia
Quando o meu mundo era mais mundo
E todo mundo admitia
Uma mudança muito estranha
Mais pureza, mais carinho,
Mais calma, mais alegria
No meu jeito de me dar
Quando a minha voz
se fez mais forte, mais sentida
Quando a poesia fez folia em minha vida
Você veio me falar
Dessa paixão inesperada
Por outra pessoa
Mas não tem revolta, não
Só quero que você se encontre
Saudade até que é bom
É melhor que caminhar vazio
A esperança é um dom
Que eu tenho em mim, eu tenho sim
Não tem desespero não
Você me ensinou milhões de coisas
Tenho um sonho em minhas mãos
E amanhã será um novo dia
Certamente eu vou ser mais feliz
Todo Azul do Mar
(Flavio Venturini/ Ronaldo Bastos)
Foi assim, como ver o mar
A primeira vez que os meus olhos se viram no seu olhar
Não tive a intenção de me apaixonar
Mera distração e já era momento de se gostar
Quando eu dei por mim nem tentei fugir
Do visgo que me prendeu dentro do seu olhar
Quando eu mergulhei no azul do mar
Sabia que era amor e vinha prá ficar
Daria prá pintar todo azul do céu
Dava prá encher o universo da vida que eu quis prá mim
Tudo que eu fiz foi me confessar
Escrava do teu amor, livre para amar
Quando eu mergulhei fundo nesse olhar
Fui dona do mar azul, de todo azul do mar
Foi assim, como ver o mar
Foi a primeira vez que eu vi o mar
Onda azul, todo azul do mar
Daria prá beber todo azul do mar
Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

segunda-feira, maio 30, 2005

O Umbigo do Brasil, uma Exposição


Trabalho de Alunos

Estava semana passada na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e vi um trabalho exposto num dos blocos que achei bem interessante...
Era um trabalho da Agência Experimental de Relações Públicas (Agerp) e que falava do samba, fazendo uma amostragem do que é esse ritmo para o Brasil...
Parabéns para os que tiveram essa iniciativa...
Escolhi quatro músicas que estavam lá expostas, a primeira é uma gravação de Elza Soares, a segunda é de Noel Rosa, a terceira é uma que foi gravada por Carmem Miranda e a última é um grande clássico de Ataulfo Alves:


Se Acaso Você Chegasse
(Lupicinio Rodrigues/Ciro Monteiro)
Se acaso você chegasse
No meu chatô encontrasse aquela mulher
Que você gostou
Será que tinha coragem
De trocar nossa amizade
Por ela que já te abandonou
Eu falo porque essa dona
Já mora no meu barraco
À beira de um regato
E um bosque em flor
De dia me lava a roupa
De noite me beija a boca
E assim nós vamos vivendo de amor
Com Que Roupa
(Noel Rosa)
Agora eu vou mudar minha conduta
Eu vou à luta, pois eu quero me prumar
Vou tratar você com força bruta
Pra poder me reabilitar
Pois essa vida não tá sopa, e eu me pergunto
Com que roupa? com que roupa eu vou?
Pro samba que você me convidou.
Eu hoje tô pulando feito um sapo
Pra ver se escapo dessa praga de urubu
Já estou coberto de farrapos,
Eu vou acabar ficando nu
Meu paletó virou estopa, e eu pergunto,
Com que roupa? com que roupa eu vou?
Ao samba que você me convidou
O português me deu fora
Foi embora e levou meu capital
Esqueceu a quem amou outrora
Foi no Adamastor pra Portugal
Pra se casar com uma cachopa, e eu pergunto,
Com que roupa? com que roupa eu vou?
Ao samba que você me convidou
O Que É Que A Baiana Tem?
(Dorival Caymmi)
O Que é que a baiana tem?
O Que é que a baiana tem?
Tem torço de seda, tem!
Tem brincos de ouro tem!
Corrente de ouro tem!
Tem pano-da-costa, tem!
Tem passa rebata, tem!
Pulseira de ouro, tem!
Tem saia engomada, tem!
Sandália enfeitada, tem!
Tem graça como ninguém
Como ela requebra bem!
Quando você se requebrar
Caia por cima de mim
Caia por cima de mim
Caia por cima de mim
O Que é que a baiana tem?
O Que é que a baiana tem?
O Que é que a baiana tem?
O Que é que a baiana tem?
Tem torço de seda, tem!
Tem brincos de ouro tem!
Corrente de ouro tem!
Tem pano-da-costa, tem!
Tem bata rendada, tem!
Pulseira de ouro, tem!
Tem saia engomada, tem!
Sandália enfeitada, tem!
Só vai no Bonfim quem tem
O Que é que a baiana tem?
Só vai no Bonfim quem tem
Só vai no Bonfim quem tem
Um rosário de ouro, uma bolota assim
Quem não tem balagandãs não vai no Bonfim
Oi, não vai no Bonfim
Oi, não vai no Bonfim
Oi, não vai no Bonfim
Ai que Saudades da Amélia
(Ataulfo Alves / Mário Lago)
Nunca vi fazer tanta exigência
Nem fazer o que você me faz
Você não sabe o que é consciência
Não vê que eu som um pobre rapaz
Você só pensa em luxo e riqueza
Tudo o que você vê, você quer
Ai meu Deus que saudade da Amélia
Aquilo sim que era mulher
As vezes passava fome ao seu lado
E achava bonito não ter o que comer
E quando me via contrariado dizia
Meu filho o que se há de fazer
Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia que era a mulher de verdade
Um abraço:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

domingo, maio 29, 2005

Teatro e Música, a União Perfeita 2


Um Passeio Pelas Letras da MPB

Ontem falei de uma homenagem a Orlando Silva, um grande cantor brasileiro que foi feita em forma de musical e que estava em cartaz por essas bandas...
Hoje eu falarei de uma outra peça em cartaz aqui em Recife com Pedro Paulo Rangel fazendo um passeio pelas letras de músicas da nossa MPB...
Fui assistir ontem a peça com o Tuca Andrada e hoje irei assistir a essa peça...
Para conhecer um pouco mais sobre esse espetáculo no titulo tem um link para um blog que é feito pelo próprio ator...
As músicas de hoje estão no repertório da peça e que comtempla vários artistas da nossa música:

Serviço:
Soppa de Letras
Teatro de Santa Isabel
Domingo 20:00
R$ 30,00 inteira R$ 15,00 meia ( Estudantes, Professores e Idosos)
Trocando em Miúdos
(Francis Hime / Chico Buarque)

Eu vou lhe deixar a medida do Bonfim
Não me valeu
Mas fico com o disco do Pixinguinha, sim?
O resto é seu
Trocando em miúdos, pode guardar
As sobras de tudo que chamam lar
As sombras de tudo que fomos nós
As marcas de amor nos nossos lençóis
As nossas melhores lembranças
Aquela esperança de tudo se ajeitar
Pode esquecer
Aquela aliança, você pode empenhar
Ou derreter
Mas devo dizer que não vou lhe dar
O enorme prazer de me ver chorar
Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago
Meu peito tão dilacerado
Aliás
Aceite uma ajuda do seu futuro amor
Pro aluguel
Devolva o Neruda que você me tomou
E nunca leu
Eu bato o portão sem fazer alarde
Eu levo a carteira de identidade
Uma saideira, muita saudade
E a leve impressão de que já vou tarde
Faltando um Pedaço
(Djavan)

O amor é um grande laço, um passo pra uma armadilha
Um lobo correndo em círculos pra alimentar a matilha
Comparo sua chegada com a fuga de uma ilha:
Tanto engorda quanto mata feito desgosto de filha
O amor é como um raio galopando em desafio
Abre fendas cobre vales, revolta as águas dos rios
Quem tentar seguir seu rastro se perderá no caminho
Na pureza de um limão ou na solidão do espinho
O amor e a agonia cerraram fogo no espaço
Brigando horas a fio, o cio vence o cansaço
E o coração de que ama fica faltando um pedaço
Que nem a lua minguando, que nem o meu nos seus braços
Vambora
(Adriana Calcanhotto)
Entre por essa porta agora
E diga que me adora
Você tem meia hora
P'ra mudar a minha vida
Vem vambora
Que o que você demora
É o que o tempo leva
Ainda tem o seu perfume pela casa
Ainda tem você na sala
Porque meu coração dispara
Quando vem o seu cheiro
Dentro de um livro
Dentro da noite veloz
Ainda tem o seu perfume pela casa
Ainda tem você na sala
Porque meu coração dispara
Quando tem o seu cheiro
Dentro de um livro
Na cinza das horas

Avassaladora
(Gonzaguinha)
Avassaladora
Senta no colo
Lambe o pescoço
Morde a orelha
Enfia a língua
Por entre seus dentes
Tomando toda a sua boca
Ela é louca
Muito louca e,
Ele adora sua mão
Apertando o que deseja
Com amor e com carinho
Ensinando o caminho da loucura
E acabando com
Seu medo de não poder
E o macho se solta
Se larga, se acaba na
Mão da rainha com todo prazer
E o macho desmonta
Num grito de gozo
Na mão da rainha
E desmaia
De tanto prazer

Um abraço:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem