sábado, agosto 14, 2004

O Comentário é Aqui e Agora

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Um abraço:

Beto L. Carvalho

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Grandes Músicas 5

Hoje eu queria colocar duas músicas que tem uma história interessante, a primeira é na verdade um poema de Vinicius de Moraes que foi musicado por Gerson Conrad, músico do grupo Secos e Molhados e ficou imortalizada por este grupo que tinha como sua voz Ney Matogrosso e as novas gerações quando escutam, pensam que é uma música dele, a segunda é uma música do Cazuza que ficou tem duas versões com ele e uma com Caetano Veloso, que enganou o próprio pai do Cazuza que não acreditou que a aquela versão voz e violão feita pelo baiano era do seu filho, pois essa música na época do Barão Vermelho era um rock agitado e acabou inspirando o autor num dos últimos gravar ela numa versão mais calma vamos para elas:

Rosa de Hiroshima
(Gerson Conrad e V. de Moraes)

Pense nas crianças mudas, telepáticas
Pense nas meninas cegas, inexatas
Pense nas mulheres, rotas alteradas
Pense nas feridas como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam da rosa, da rosa
Da rosa de Hiroshima, a rosa hereditária
A rosa radiotiva, estúpida inválida
A rosa com cirrose a anti-rosa atômica
Sem cor, sem perfumeSem rosa, sem nada

Todo o amor que houver nesta vida
(Cazuza)

Eu quero a sorte de um amor tranquilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia
E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno anti-monotonia
E se eu achar a sua fonte escondida
Te alcance em cheio o mel e a ferida
E o corpo inteiro feito um furacão
Boca, nuca, mão, e a tua mente, não
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum remédio que me dê alegria

Um abraço para todos:

Beto L. Carvalho
bl_carvalho@yahoo.com.br
blcarvalho@pop.com.br

sexta-feira, agosto 13, 2004

Grandes Músicas 4

Hoje as músicas foram compostas por um autor que ficou marcado pela resistência contra a ditadura militar:

Geraldo Vandré

São duas obras primas, a primeira composta somente por ele e a segunda em parceria com Geraldo Azevedo e viraram hinos dessa resistência a um regime que oprimia e não dava liberdade para a sociedade:


Para Não Dizer que Não Falei das Flores
(Geraldo Vandré)


Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Vem, vamos embora que esperar não é saber

Quem sabe faz a hora não espera acontecer
Pelos campos a fome em grandes plantações

Pelas ruas marchando indecisos cordões A
inda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo canhão
Há soldados armados, amados ou não

Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição
De morrer pela pátria e viver sem razão
Nas escolas, nas ruas, campos, construções

Somos todos soldados, armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Os amores na mente, as flores no chão

A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição

Canção da Despedida
Geraldo Azevedo/Geraldo Vandré

Já vou embora mas sei que vou voltar
Amor não chora se eu volto é pra ficar
Amor não chora que a hora é de deixar
O amor de agora pra sempre ele ficar
Eu quis ficar aqui mas não podia
O meu caminho a ti não conduzia
Um rei mal coroado não queria
O amor em seu reinado

Pois sabia não ia ser amado
Amor não chora eu volto um dia
O rei velho e cansado já morria
Perdido em seu reinado sem Maria
Quando me despedia no meu canto lhe dizia


Espero que isso seja só um passado do Brasil...

Um abraço:

Beto L. Carvalho
bl_carvalho@yahoo.com.br
blcarvalho@pop.com.br

quinta-feira, agosto 12, 2004

Grandes Músicas 3

Hoje tem mais duas concorrentes para a eleição da semana que vem da melhor música na opinião de vocês...
Uma delas é um verdadeiro clássico da música brasileira e tem duas gravações definitivas, uma com o autor Peninha e outra com Caetano Veloso e a outra é uma música dessa nova fase da MPB que eu descobri ouvindo Renato Braz e depois escutei com Consuelo de Paula e foi composta por Mário Gil e Paulo César Pinheiro e é uma letra forte, mas belíssima:

Sonhos
(Peninha)
Tudo era apenas uma brincadeira e foi crescendo, crescendo, me absorvendo
De repente eu me vi assim completamente seu
Vi a minha força amarrada no seu passo vi que sem você não há caminho
Eu nem me acho eu vi um grande amor gritar dentro de mim como eu sonhei um dia
Quando o meu mundo era mais mundo e todo mundo admitia
Uma mudança muito estranha mais pureza, mais carinho,
Mais calma, mais alegria no meu jeito de me dar
Quando a canção se fez mais forte, mais sentida quando a poesia fez folia em minha vida
Você veio me falar dessa paixão inesperada por outra pessoa
Mas não tem revolta, não
Eu só quero que você se encontre, ter saudade até que é bom
É melhor que caminhar vazio a esperança é um dom que eu tenho em mim
Não tem desespero, não você me ensinou milhões de coisas
Tenho um sonho em minhas mãos, amanhã será um novo dia
Certamente eu vou ser mais feliz

Anabela
(Mário Gil e Paulo César Pinheiro)
No porto de vila velha vi Anabela chegar

Olho de chama de vela, cabelo de velejar, pele de fruta cabocla com a boca de cambucá
Seios de agulha de bússola na trilha do meu olhar fui ancorando nela naquela ponta de mar
No pano do meu veleiro veio Anabela deitar vento eriçava o meu pelo
Queimava em mim seu olhar seu corpo de tempestade rodou meu corpo no ar
Com mãos de rodamoinho fez o meu barco afundar
Eu que pensei que fazia daquele ventre meu cais
Só percebi meu naufrágio quando era tarde demais
Vi Anabela partindo pra não voltar nunca mais

Por hoje é só, o meu abraço:

Beto L. Carvalho
bl_carvalho@yahoo.com.br
blcarvalho@pop.com.br

quarta-feira, agosto 11, 2004

Grandes Músicas 2

Continuando a apresentação das músicas que considero as mais interessantes da música brasileira, hoje eu vou apresentar dois grandes sucessos que vão ficar marcados para sempre na minha vida, e elas foram compostas por Chico Buarque e Milton Nascimento e Renato Teixeira, respectivamente:

Cálice
(Chico Buarque/ Milton Nascimento)
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice de vinho tinto de sangue
Como beber dessa bebida amarga tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito silêncio na cidade não se escuta
De que nem me vale ser filho da santa melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta tanta mentira, tanta força bruta
Como é difícil acordar calado se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa atordoado, eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento ver emergir o monstro da lagoa
De muito gorda a porca já não anda de muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo de que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca dos bêbados do centro da cidade
Talvez o mundo não seja pequeno nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel me embriagar até que alguém me esqueça

ROMARIA (Renato Teixeira)
É de sonho e de pó o destino de um só feito eu

Perdido em pensamentos sobre o meu cavalo é de laço e de nó
De gibeira e jiló dessa vida cumprida a sol
Sou caipira pira pora Nossa Senhora de Aparecida

Ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida
Sou caipira pira pora Nossa senhora de Aparecida Ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida
O meu pai foi peäo, minha mäe solidäo

Meus irmäos perderam-se na vida em busca de aventuras
Descansei, joguei, investi desisti se há sorte eu näo sei, nunca vi
Me disseram porém, que eu viesse aqui

Pra pedir de romaria e prece paz nos desaventos
Como eu näo sei rezar só queria mostrar meu olhar, meu olhar, meu olhar

Vão escolhendo a sua preferida que semana que vem tem eleição...

Um abraço fraterno:

Beto L. Carvalho
bl_carvalho@yahoo.com.br
blcarvalho@pop.com.br

terça-feira, agosto 10, 2004

Grandes Músicas

Começo hoje uma série sobre músicas que considero as mais belas da MPB e gostaria de fazer uma eleição com todos que frequentam o blog para saber qual a mais interessante...
Nesse primeiro dia eu começo com uma do Cazuza e uma dos Engenheiros do Hawaii que na minha época da adolescente eram as músicas da minha cabeceira:

Essa eu já coloquei no blog sobre o filme de Cazuza mas é uma música que vale a pena relembrar:

Codinome Beija-Flor
(Reinaldo Árias / Cazuza / Ezequiel Neves )
Pra que mentir fingir que perdoou
Tentar ficar amigos sem rancor a emoção acabou
Que coincidência é o amor a nossa música nunca mais tocou
Pra que usar de tanta educação pra desfilar terceiras intenções
Desperdiçando o meu mel devagarinho flor em flor
Entre os meus inimigos, beija-flor
Que só eu que podia dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador
Você sonhava acordada um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Prendia o choro e aguava o bom do amor

A segunda tem um verso que para quem tem personalidade devem ter como frase da vida:

Somos Quem Podemos Ser
(Humberto Gessinger)
Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão
Um dia me disseram que os ventos às vezes erram a direção
E tudo ficou tão claro
Um intervalo na escuridão(Uma estrela de brilho raro um disparo para um coração)
A vida imita o vídeo garotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedento um momento de embriaguez
"Somos quem podemos ser sonhos que podemos ter"
Um dia me disseram quem eram os donos da situação
Sem querer eles me deram as chaves que abrem esta prisão
E tudo ficou tão claro
O que era raro ficou comum(Como um dia depois do outro como um dia, um dia comum)
A vida imita o vídeo garotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedento um momento de embriaguez
"Somos quem podemos ser sonhos que podemos ter"
Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão
Sem querer eles me deram as chaves que abrem esta prisão
"Quem ocupa o trono tem culpa, quem oculta o crime também
Quem duvida da vida tem culpa, quem evita a dúvida também tem"
"Somos quem podemos ser sonhos que podemos ter"

Então durante essa semana eu irei indicar as músicas e na próxima irei pedir para a votarem as melhor delas...

Um abraço:

Beto L. Carvalho
bl_carvalho@yahoo.com.br
blcarvalho@pop.com.br

segunda-feira, agosto 09, 2004

O Homem dos Menestréis

"Se fosse resolver iria te dizer foi minha agonia..."

É com esse verso da música "Agonia" que eu começo minha homenagem de hoje :

Oswaldo Montenegro

Ele é um compositor, cantor, diretor e tantas outras atividades...
Apareceu no inicio da década de 8o no festival MPB Shell num ano com esa música acima e no outro com outra que eu considero uma das mais belas letras da nossa música, "Bandolins" que vem mais abaixo encerrando a homenagem.
Eu gostaria de citar um disco que é uma obra prima, onde ele canta a obra de Chico Buarque no formato Voz e Violões e é chamado de "Seu Francisco", procurem que não vão se arrepender...

Maiores Informações:

http://www.oswaldomontenegro.com.br
http://www.omol.com.br/

Esse segundo link é para o site do fã clube e é muito legal também para se navegar...

E como falei acima ai vai a letra dessa música que é o grande clássico dele:

BANDOLINS
(Oswaldo Montenegro)
Como fosse um par que nessa valsa triste se desenvolvesse
Ao som dos bandolins e como não e por que não dizer
Que o mundo respirava mais se ela apertava assim
Seu colo e como se não fosse um tempo
Em que já fosse impróprio se dançar assim
Ela teimou e enfrentou o mundo se rodopiando ao som dos bandolins
Como fosse um lar seu corpo a valsa triste
Iluminava e a noite caminhava assim
E como um par o vento e a madrugada iluminavam a fada do meu botequim
Valsando como valsa uma criança que entra na roda a noite está no fim,
E ela valsando só na madrugada se julgando amada ao som dos bandolins

Um abraço:

Beto L. Carvalho

domingo, agosto 08, 2004

O Pai Musical

Hoje é o dia dos pais e por isso eu escolhi um pai de uma familia musical para homenagear não só Seu Gerson, meu pai que admira ele, mas todos os pais:

Dorival Caymmi

Baiano pai de três filhos, Dori, Nana e Danilo que nos 90 anos de seu pai completados em abril lançaram um disco maravilhoso, só com músicas dele:

Para Caymmi, de Nana, Dori e Danilo

Este disco é uma das obras primas que ainda se faz aqui no Brasil...
Eu gostaria de terminar a homenagem com uma música que começou a ser composta aqui em Recife em 1941 e é uma declaração de amor a cultura pernambucana feita por um grande baiano:

Dora
(Dorival Caymmi)
Dora, rainha do frevo e do maracatu

Dora, rainha cafuza de um maracatu
Te conheci no Recife dos rios cortado de pontes
Dos bairros das fontes coloniais
Dora, chamei, ô Dora ô Dora
Eu vim à cidade pra ver meu bem passar
Ô Dora, agora no meu pensamento eu te vejo
Requebrando pra cá e hora pra lá
Meu bem os clarins da banda militar tocam para anunciar
Sua Dora agora vai passar venham ver o que é bom
Ô Dora, rainha do frevo e do maracatu
Ninguém requebra nem dança melhor do que tu
Ô, Dora, rainha do frevo e do maracatu
Ninguém requebra nem dança melhor do que tu
Ô Dora, ô Dora

Dora rainha do frevo e do maracatu
Dora, rainha cafuza de um maracatu do maracatu
Dora, rainha do maracatu...

Feliz Dia dos Pais para todos, principalmente para Seu Gerson

Um grande abraço:

Beto L. Carvalho