sexta-feira, dezembro 09, 2005

Uma Resenha Critica

Um tema que merece ser analisado por todos...
CINEMA PARA TODOS??

Por Mirella Alves


Assim que acordei hoje, peguei o jornal para ler. Sexta-feira, corro logo para ver o que entrou em cartaz no cinema e a programação cultural geral da cidade. No entanto, fiquei surpresa e, ao mesmo tempo, indignada com o que vi: As crônicas de Nárnia está sendo exibido em nada menos que 13 salas e Harry Potter e o Cálice de Fogo permanece "dominando" 15 salas.

Nada contra as superproduções americanas, mas acho, no mínimo, um abuso uma cidade como Recife, que possui um bom público amante da 7ª Arte, ter 28 de suas 47 salas ( ou seja, mais da metade ) ocupadas por 2 filmes "arrasa-quarteirões"; ao passo que a FUNDAJ com apenas uma sala estará exibindo nada mais, nada menos que 32 filmes em apenas 13 dias na sua famosa Retrospectiva 2005/ Expectativa 2006. Na verdade, muito mais Expectativa, que Retrospectiva, já que apenas 3 filmes foram exibidos em circuito ( 2 deles na MostraMundo ) e todos os demais são inéditos.

É sabido que há toda uma polêmica a respeito dos filmes considerados "de arte" que são os exibidos em salas como a do Cinema da Fundação e que a principal justificativa de essas películas não entrarem nas outras salas é a falta de público "razoável para mantê-las em cartaz". Isso não é bem, digamos que, verdade. Recife, uma cidade"cinéfila" por natureza, que já foi considerada a "Hollywood brasileira" na primeira metade do século passado, é uma das melhores "praças" para o cinema,ao lado de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, tanto que sedia festivais nacionais importantes, e por isso atrai as atenções de todo o país, não só dos atores, produtores e fãs, mas das distribuidoras também, não pode dizer, portanto, que não há "público" para esse tipo de produção. Há sim. E muito. Alguns complexos de salas de cinema até já dedicaram uma parte, ainda que timidamente ( são apenas algumas sessões ao longo da semana ), de sua programação aos filmes considerados "não pipocas". Talvez, tenham medo de não conseguir o "retorno" esperado, daí a "entrada sutil" no estilo. O Box foi que reservou uma sala exclusiva para "filmes de arte", mas quando bem entende, retiram e colocam qualquer blockbuster e nem ao menos avisam ao público, o que revela, também, um certo desinteresse em películas dessa natureza. Resta-nos apenas fazer peripécias em nossos horários para tentarmos assistir a alguma coisa, de fato, de boa qualidade na programação da FUNDAJ que, devido a grande quantidade de filmes e o curto espaço de tempo para exibi-los, ficou com vários horários ingratos.

Então, ficam as questões: será que temos cinema para todos??? Para todos os gostos ( digamos assim) ??? Será que "filme-cabeça" é chato??? É chato porque é só para intelectual, porque somente ele entende???
Suponho que não. O chato mesmo é não ter opção para irmos assistir a esses filmes e o que não se entende é que só temos a oportunidade de vê-los no Cinema da Fundação.
Ainda bem que existe o Cinema da Fundação.
Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

terça-feira, dezembro 06, 2005

Uma Resenha Sobre um Show Imperdivel( E Eu Perdi!!!!)

Como já está se tornando rotina mais uma resenha da primeira dama, sobre um show que não tive a sorte de ir, estava na primeira comunhão de minha sobrinha, mas fui bem representado por Milla, a pessoa que me faz muito feliz...


25 ANOS DE AMOR Á MÚSICA E AO RECIFE
Geraldo Maia festeja 2 décadas e meia dedicados à música.

Por Mirella Alves

A fila que já se formava por volta das 17h30 na entrada do auditório da Livraria Cultura demonstrava que logo, logo o início da noite seria promissora. E foi. Tratava-se do show de Geraldo Maia celebrando as bodas de prata do seu "casamento" com a música.

Precisamente às 6 da tarde, as luzes se apagaram e começou a projeção de um vídeo com depoimentos de amigos que estiveram presentes nessa caminhada ( toda ou em parte dela ) com o artista, fosse trabalhando junto a ele ou apenas apoiando, mas todos peças importantes de todo o trabalho construído e movidos pelo mesmo propósito: declarar toda a admiração ( merecida ) a Geraldo Maia.

Em seguida, ouve-se a tão singular voz de Geraldo alguns versos de Manuel Bandeira ( do poema "Recife" ) e abrir o show com "Evocação N° 1" sem acompanhamento de instrumentos, apenas "declamada", portanto abrilhantada pelo timbre especial de Maia.

Era notória e contagiante a emoção transmitida no olhar, nas feições e, sobretudo, na voz de Geraldo Maia. E foi esse sentimento que permeou toda a apresentação. No repertório, entremeado por poemas de Manoel Bandeira e Carlos Pena Filho, uma compilação de músicas dos CDs "Verdágua", "Astrolábio e "Samba do Mar Quebrado" que deve ter sido uma tarefa, no mínimo, complexa, fazer essa seleção, uma vez que "todas" deveriam ser escolhidas, pois todas elas são especiais. Mas, como não daria para colocar "tudo", as opções não poderiam ter sido mais acertadas. Com uma ressalva: "Recífia" não poderia ter ficado de fora.

"Morena rara", do Verdágua, foi cantada na presença do próprio compositor, Zeh Rocha, que estava prestigiando e deve ter se sentido muito orgulhoso com a bela interpretação, "Barracão", do Samba do Mar Quebrado, contou com a participação inesperada de Gonzaga Leal ( que estava na platéia e Geraldo o convidou na hora para com ele dividir o palco e o microfone ); e um dos pontos altos do show foi a participação do Grupo Choro Brasil na excepcional canção "Padroeiro do Brasil", e em "Teu Retrato" , ambas de seu último disco. Aliás, foi o disco mais contemplado, digamos assim. E era de se esperar. Além de ser o trabalho mais recente do artista, é todo dedicado ao samba e um dos mais belos trabalhos feitos até hoje no Brasil sobre o gênero. Destaque ainda para "Monocultura", ressaltada pela extasiante percussão de Jerimum de Olinda e para um poema de João Cabral de Melo Neto, musicado por Cátia de França, e ainda intercalado pelo poema "O Bicho", de Bandeira.

Já se passara uma hora e meia de apresentação, quando Geraldo entoou "Mestiçagem" e "Feijão com couve", contando mais uma vez com o talento do Choro Brasil e a expressividade de sua banda, completando o que diz a letra da segunda música, feijão com couve, nesse caso, deu muito talento a Geraldo Maia.

Um Abraço para Todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

terça-feira, novembro 22, 2005

Viva o Dia da Música!!!!

Hoje é o dia da música, data escolhida por ser dia de Santa Cecilia, padroeira dos músicos, então o blog não poderia estar de fora dessa homenagem...
Resolvi prestar essa homenagem representando toda a classe artistica, com dois cantores aqui de Recife que tive a honra de estar em shows deles nesse final de semana passado...
Geraldo Maia e Lucinha Guerra, essa falada a alguns dias aqui no blog, fizeram dois shows intimistas que emocionaram a quem teve o privilegio de assistir...
Eles agora estão se preparando para participar da montagem do Baile do Menino Deus no Marco Zero no final do ano aqui em Recife...
Geraldo faz dois shows esse final de semana, um no Teatro Capiba no Sesc Casa Amarela no sábado e no domingo na Livraria Cultura, não percam vale a pena irem assistir...
As músicas de hoje são do repertório deles, a priemira foi cantada por ambos nesses shows e a segunda foi gravada por Geraldo no seu primeiro disco e por Lucinha na sua fita demo:


Maria, Mariazinha
(Aloisio Ventura)
No velho cais dourado, esquirondo
Onde ela sambou, esquirondo
Seu lindo requebrado, esquirondo
Meu coração parou
Sambando, esquirondo
Eu vi a moreninha, esquirondo
Batendo as tamanquinhas, esquirondo
E eu maravilhado...láia, láia, láia
Sambando...
Numa tarde linda
Eu me lembro aindado velho cais dourado
Sambando, esquirondo
Eu vi a moreninha, esquirondo
Batendo as tamanquinhas, esquirondo
E eu maravilhado...láia, láia, láia
Sambando, esquirondo...
E eu maravilhado
Com seu requebrado
Quis sambar também
Ai linda moreninha
Tu serás só minha
Tu serás meu bem
A noite foi caindo
Lá no céu surgindo
Uma estrela brilhou
A linda moreninha
Foi se requebrando
E se retirou
Maria, mariazinha...iáiái
Maria, maria satisfeito o seu desejo
Eu até te dou razão
Eu tenho dado o meu amor
A outras mas não dou meu coração
Meu coração eu não dou
Porque não posso arrancar
Arrancando eu sei que morro
E morrendo eu não posso amar
Rosa
(Pixinguinha / Otávio de Souza)
Tu és divina e graciosa, estátua majestosa
Do amor, por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor de mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente aqui neste ambiente
De luz, formada numa tela deslumbrante e bela
Teu coração, junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado sobre a rósea cruz do arfante peito teu
Tu és a forma ideal, estátua magistral
Oh alma perenal do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração sepultas um amor
O riso, a fé, a dor em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela, és mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza
Perdão se ouso confessar-te, eu hei de sempre amar-te
Oh flor, meu peito não resiste
Oh meu Deus, o quanto é triste
A incerteza de um amor que mais me faz penar em esperar
Em conduzir-te um dia ao pé do altar
Jurar aos pés do Onipotente em preces comoventes
De dor, e receber a unção da tua gratidão
Depois de remir meus desejos em nuvens de beijos
Hei de envolver-te até meu padecer de todo fenecer
Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

quarta-feira, novembro 16, 2005

Uma Resenha Teatral

Uma Peça da Obra desse Mestre



Mais uma resenha da primeira dama que me estimula a continuar esse projeto que muito me orgulha, obrigado Milla...


UMA HISTÓRIA PARA RIR E CHORAR
Em cartaz no Teatro Armazém a peça "Fernando e Isaura", adaptação do texto homônimo de Ariano Suassuna.


Por Mirella Alves


Estreou semana passada, no Teatro Armazém, a peça "Fernando e Isaura", adaptação da obra homônima de Ariano Suassuna, primeiro romance do escritor datado de 1956, dirigida por Carlos Carvalho e produzida pela Remo Produções.

A história é ambientada no Sertão Alagoano, às margens do Rio São Francisco, entre cidades que possuem os mais variados tipos humanos revelando um lugar singular e, ao mesmo tempo, plural culturalmente. Os atores se revezam entre vários personagens, com exceção de Bobby Mergulhão e de Paula de Renor que interpretam o Fernando e a Isaura. E esses outros personagens que "cruzam' a vida do casal, em torno do qual gira a trama, dão um espetáculo à parte e são responsáveis pelas passagens mais hilárias ( porém não menos dramáticas ) da peça. São momentos cômicos sobre particularidades do cotidiano daquela região mostrados de forma inteligente, com um humor refinado, nunca caricato. Destaque para Marcelino Dias, tão envolvente na generosa interpretação de seus 4 apaixonatens personagens; e Carlos Lira, que conferes aos seus 7 personagens, embora tão distintos, um toque de humor peculiar. Vale salientar ainda a atuação de Ana Montarroyos e Cira Ramos, deliciosamente divertidas e agradáveis, e Sérgio Gusmão que insere em seus 2 papéis uma dramaticidade tão intensa que sugere todas as emoções ( e, de fato, emociona ) sentidas, muitas vezes, com um simples gesto ou atitude.

A trilha sonora é executada ao vivo e de forma precisa pelo Grupo SáGrama, que está soberbo - e não podeia ter sido melhor a posição que ocupam no teatro: NO ALTO. Sérgio Campelo ( do SáGrama ) é ainda o autor da trilha original - a canção tema de Isaura é belíssima - e assina a direção musical.

A montagem já havia sido encenada há cerca 2 anos pela mesmo Remo Produções que hoje produz ( leia-se Paula de Renor ), numa adaptação aprovada pelo próprio Ariano, mas foram poucas as apresentações: apenas 18. Graças ao patrocínio dos Correios e do Funcultura, o espetáculo volta à cena e em temporada popular, facilitando o acesso do público e ressaltando a importância do apoio de grandes empresas e do governo através de subsídios destinados à producão cultural.

O público agradece.


Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

terça-feira, novembro 15, 2005

Uma Resenha sobre outro Grande Show

Mais uma resenha da primeira dama do blog, Milla sobre outro show que vale a pena todos assistirem ao vivo...



O "FOGO" DE UM CORDEL ENCANTADO
Cordel do fogo encantado "incendeia" o Teatro da UFPE em show de lançamento do DVD "MTV Apresenta".


Por Mirella Alves

Inebriante.

Assim foi o show de Cordel no último sábado: inebriante. Uma apresentação carregada de emoção para um platéia em êxtase. Platéia esta que não se conteve em permanecer sentada apenas. E não foi de se admirar a inquietude que tomou conta do ambiente. Cordel se apresentar para uma platéia "dignamente" sentada, sobretudo em Recife ( palco de tantas emoções para esse grupo ), seria, no mínimo, incongruente. Mas, a princípio, era essa a proposta, uma vez que se tratava de um show em um teatro.

A emoção, no entanto, falou mais alto.

E todos já se levantaram ao ouvir ecoarem os primeiros sons do batuque de Nego Henrique e Rafa Almeida; e entrou "em transe" quando Lirinha começou a cantar.

Lembro-me da primeira vez que "ouvi falar" de Cordel: foi por um amigo meu de Fortaleza - Que ironia! - ( Obrigada, Miguel!!! ); e confesso que não senti muito, apenas restringi-me a considerar um grupo que fazia um som diferente e interessante. E só. Foi pouco mesmo. E essa opinião só mudaria ( ou se formaria mesmo ) ao vê-los ao vivo em show no Recife Antigo tempos depois.

E isso é muito importante que seja salientado:

Cordel do fogo encantado é para ser visto e não ouvido apenas.

Ao escutarmos o CD, temos acesso apenas ao cordel, no entanto, perde-se o seu fogo que o torna, justamente, encantado. E isso só podemos ver e sentir ao vivo.

Talvez por isso, o próprio Lirinha dissera que nunca pensavam que gravariam um DVD. E o mesmo não considera este, o "MTV Apresenta: Cordel do fogo encantado", o 1º DVD do grupo, pois não se trata de uma produção própria e é sabido que a independência é uma "bandeira" carregada por eles por considerarem que somente dessa maneira não terão a sua liberdade podada. E será, portanto, o Cordel de verdade.

E é nessa linha de pensamento que sairá o seu 3º CD ( depois do Carnaval ) ao passo que deverão estar se organizando para a gravação de seu 1º DVD, de fato. E será aqui em Peranambuco, garantiu Lirinha, só deixou pairando no ar a dúvida se seria aqui em Recife ou em Arcoverde.

Resta-nos, agora, apenas aguardar ansiosos pelos próximos trabalhos. Enquanto isso, para não esquecer - como se fosse possível esquecer esses rapazes - vamos vasculhando em nossas mentes as imagens utópicas desse um show memorável que deixou um rio de saudade correndo em minha veia.


Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

quarta-feira, outubro 26, 2005

Uma Opinião sobre um Grande Show

Uma Voz que Emociona


Hoje eu prometi e vou cumprir, só que quem não vai falar do show de Lucinha Guerra não sou eu é a uma pessoa muito especial para mim e posso dizer que é Primeira Dama do blog que fez uma resenha sobre o show maravilhosa...
Então com vocês:



PRECIOSAS "PÉROLAS NEGRAS"
Lucinha Guerra interpreta músicas de compositores brasileiros negros em seu novo show


Por Mirella Alves



Diz uma lenda árabe que a pérola leva às profundezas do mar um pouco da luz do luar. A pérola negra perfeita é raríssima: a cada mil, apenas uma é encontrada nessas condições, resultado de uma "gestação" de oito anos, nas águas do Pacífico Sul, razão pela qual é considerada preciosa. E esses são dois adjetivos muito apropriados para qualificar o novo show da cantora Lucinha Guerra: raro e precioso - e cheio de luz, como sugere o próprio nome da cantora. Sim, porque Lucinha é uma cantora rara com um repertório precioso. Intitulado "Perólas Negras", o show reúne músicas de grandes compositores negros da música popular brasileira, sobretudo dos sambistas.


Cartola, Candeia, Ataulfo Alves, Luiz Melodia, entre outros, são alguns dos escolhidos para serem interpretados. E "interpretados" na acepção mais profunda da palavra porque Lucinha dá a sua assinatura pessoal ( vocal e corporal ) a essas canções imrotalizadas na memória das pessoas, porém jamais vistas e ouvidas de maneira tão soberba e emocionante, peculiaridades encontradas em uma cantora da estirpe dela.


Madura e com uma voz afinada e forte, resultado de um longo e esmerado trabalho, Lucinha, como boa pernambucana que é, ainda nos presenteia Luiz Gonzaga, Selma do Coco e Jackson do Pandeiro, muito bem representados por interpretações impecáveis abrilhantadas pelos músicos talentosos que a acompanham. São eles: Paulinho - polivalente na percussão, Anderson que faz a marcação do samba com uma grande revelando bastante intimidade com o surdo, Índio Felipe que, por vezes, temos a impressão que o seu cavaquinho também irá cantar e Alex que dedilha dadivosamente as 6 cordas de seu violão.


Um grande show que, sem dúvida, agradará não só aos amantes do samba, que ficarão impressionados com "o samba que corre na veia" de Lucinha, como também, e principalmente, aos amantes da boa música. Portanto, não se espantem ( ou melhor, se surpreendam sim ) se ao final da apresentação chegarem à conclusão que em "Pérolas Negras", a verdadeira jóia que brilha é, sem dúvida, Lucinha Guerra.


Um abraço para todos:

Beto L. Carvalho
Carpe Diem

terça-feira, outubro 25, 2005

Um Show de Uma Grande Amiga


Um Grande Amiga Talentosa

Hoje tem o show de uma grande amiga e como não poderia deixar passar em branco falar desse talento feminino da MPB pernambucana...
Lucinha Guerra eu a conheço já tem um tempinho e só a pouco descobri esse talento e com isso me tornei fã a ponto de criar uma comunidade no orkut que vocês acessam clicando no titulo
Amanhã irei falar do show para quem não pode ir, mas espero que todos estejam lá e prestigiem...
As músicas de hoje são de artistas que estarão no repertório do show:

Teatro Capiba, no SESC Casa Amarela, as 20:00h 27/10

Rosa
(Pixinguinha e Otávio de Souza)
Tu és, divina e graciosa
Estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente
Aqui nesse ambiente de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
Teu coração junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado sobre a rósea cruz
Do arfante peito seu
Tu és a forma ideal
Estátua magistral oh alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração sepultas um amor
O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza
Perdão, se ouço confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh flor meu peito não resiste
Oh meu Deus o quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar
Em conduzir-te um dia
Ao pé do altar
Jurar, aos pés do onipotente
Em preces comoventes de dor
E receber a unção da tua gratidão
Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos
Hei de envolver-te até meu padecer
De todo fenecer


Chiclete Com Banana
(Gordurinha /Almira Castilho)
Eu só ponho be-bop no meu samba
Quando o Tio Sam pegar um tamborim
Quando ele pegar no pandeiro e no zabumba
Quando ele entender que o samba não é rumba
Aí eu vou misturar Miami com Copacabana
Chicletes eu misturo com banana
E o meu samba vai ficar assim
Quero ver a grande confusão
É o samba-rock meu irmão
É mas em compensação
Eu quero ver o boogie-woogie de pandeiro e violão
Quero ver o Tio Sam de frigideira
Numa batucada brasileira


As Rosas Não Falam
(Cartola)
Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão enfim
Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar para mim
Queixo-me às rosas, mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti
Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhava meus sonhos
por mim

Boiadero
(Armando Cavalcanti / Klecius Caldas)
Vai, boiadeiro, que a noite já vem
Guarda o teu gado
E vai pra junto do teu bem
De manhãzinha quando eu sigo pela estrada
Minha boiada pra invernada eu vou levar
São dez cabeças, é muito pouco, é quase nada
Mas num tem outras mais bonitas no lugar
Vai, boiadeiro, que o dia já vem
Leva o teu gado
E vai pensando no teu bem
De tardezinha quando eu venho pela estrada
A fiarada tá todinha a me esperar
Todas feinha, é muito pouco, é quase nada
Mas num tem outros mais bonitos no lugar
Vai, boiadeiro, que a tarde já vem
Leva o teu gado
E vai pensando no teu bem
E quando eu chego na cancela da morada
Minha Rosinha vem correndo me abraçar
É pequenina, é miudinha, é quase nada
Mas num tem outra mais bonita no lugar
Vai, boiadeiro, que a noite já vem...
Guarda o teu gado
E vai pra junto do teu bem

Um abraço para todos:

Beto L. Carvalho

quarta-feira, outubro 19, 2005

Um Artista que Merece Reconhecimento

Um Cantor Muito Interessante, Descubram-o...


Olá meu povo, depois de um certo tempo estou de volta para falar de uma indignação de minha parte, em virtude de um show que fui ontem no Teatro Arteplex com um artista que todos deviam conhecer, mas com a divulgação que foi feita poucos tiveram o privilégio de escutar uma bela voz passeando pelos sambas da antiga...
E o pior é que quando Milla me falou do show eu não me interessei de ir, acabei resolvendo depois, por isso eu agradeço a minha querida namorada...
Marcos Sacramento vale a pena vocês entrarem no seu site clicando no titulo e conhecerem o seu trabalho...
Quem não foi perdeu essa grande oportunidade de se deliciar com uma banda muito bem ensaiada e que encantou artistas como Gonzaga Leal e Lia de Itamaracá que estavam presentes...
Memorável Samba é o disco cujas as músicas estarão aqui para fechar essa minha volta ao blog, e tem muita coisa vindo por ai...
As músicas de hoje:



Mulato Bamba
(Noel Rosa)
Esse mulato forte
É de Salgueiro
Passear no tintureiro
Era o seu esporte
Já nasceu com sorte
E desde pirralho
Vive às custas do baralho
Nunca viu trabalho
E quando tira samba é novidade
Quer no morro ou na cidade
Ele sempre foi um bamba
As morenas do lugar
Vivem a se lamentar
Por saber que ele não quer
Se apaixonar por mulher
O mulato é de fato
E sabe fazer frente
A qualquer valente
Mas não quer saber de fita
Nem com mulher bonita
Sei que ele anda agora aborrecido
Porque vive perseguido
Sempre e a toda hora
Ele vai-se embora
Para se livrar
Do feitiço e do azar
Das morenas de lá
E eu sei que o morro inteiro vai sentir
Quando o mulato partir
Dando adeus para o Salgueiro.
As morenas vão chorar
E pedir pra ele voltar
E ele então diz com desdém:
“Quer tudo quer... nada tem”

Deixa Falar!
(Nelson Petersen)
E todos têm seu valor
Deixa falar!
Este samba tem Flamengo
Tem São Paulo e São Cristóvão
Tem pimenta e vatapá
Fluminense e Botafogo
Já têm seu lugar
Você pensava que o Diamante
Fosse jóia de mentira para tapear
Você pensava que o Caboclinho
Fosse negro de senzala para se comprar
Só porque viu que ele tem um pé
Que deixou o mundo inteiro em revolução
Quando ele bota aquele pé em movimento
Chuta tudo para dentro e não tem sopa não!
Quando você dizia que trocava
A gostosa feijoada pelo macarrão
Desconfiava que você não era
Brasileiro abençoado deste meu rincão
Você torcia pro italiano
E apostou o meu dinheiro
E nem sequer me deu
Jogou a minha feijoada fora
Falou mal da minha gente
E ainda me bateu!

Errei... Erramos
(Ataulfo Alves)
Eu, na verdade,
Indiretamente sou culpado
Da tua infelicidade
Mas, se eu for condenado,
A tua consciência
Será meu advogado.
E, evidentemente,
Eu devia ser encarcerado
Nas grades do teu coração
Porque se sou um criminoso,
És também, nota bem,
Que estás na mesma infração.
Venho ao tribunal da minha consciência
Como réu-confesso, pedir clemência,
O meu erro é bem humano
É um crime que não evitamos
Este princípio alguém jamais destrói,
Errei... erramos
.

Onde Está a Florisbela?
(Geraldo Pereira/Ary Monteiro)

De madrugada
Voltei do baile,
Na certa de encontrar minha amada
Achei a janela aberta e as portas
Quero esquecer mas não posso
Tive um pouco de remorso
As horas já eram mortas
Entrei e verifiquei toda a casa
Meus ternos já eram cinza
E meu violão era brasa
bati na janela da vizinha:
“Dona Estela me diga
Aonde foi a Florisbela?”
A vizinha respondeu:
“Quando notei a fumaça
Bem que eu disse, oh! Florisbela
Não é coisa que se faça
Ela contou-me chorando
Que lhe viu nos braços de outro alguém
Oh! meu vizinho, a razão dá-se a quem tem
Botei fogo também.”
Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

segunda-feira, setembro 26, 2005

Uma Nova História

Atualizando hoje para falar que estou muito feliz com as demontrações de carinho que recebi até agora em virtude do meu aniversário...
Esse ano eu comecei uma etapa nova na minha vida, estou terminando a faculdade e encontrei uma pessoa que me faz muito feliz...
Trinta e um anos de vida, que estão me fazendo acreditar que tudo ocorre no momento certo, não adianta forçar barras que quando tem que acontecer, acontece...
O momento especial que estou vivendo, espero que dure muito tempo...
As músicas de hoje tem um significado especial, a primeira e a segunda são as minhas duas músicas preferidas que são de uma época onde comecei a descobrir essa minha paixão por música brasileira, a terceira é para homenagear o grande comediante Ronald Golias que para minha tristeza faleceu nesse dia especial e a última tem a magia de dizer que um novo tempo começou e com isso eu homenageio a MPB, pois hoje além de tudo é o dia dela:





Codinome Beija-Flor
(Cazuza/Ezequiel Neves /Reinaldo Arias)
Pra que mentir
Fingir que perdoou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou
Pra que tentar de tanta educação
Pra destilar terceiras intenções
Desperdiçando o meu mel
Devagarinho, flor em flor
Entre os meus inimigos, beija-flor
Eu protegi teu nome por amor
Em um codinome, Beija-flor
Não responda nunca, meu amor (nunca)
Pra qualquer um na rua, Beija-flor
Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador
Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Prendia o choro e aguava o bom do amor

Somos Quem Podemos Ser
(Humberto Gessinger)
Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Um dia me disseram
Que os ventos às vezes erram a direção
E tudo ficou tão claro
Um intervalo na escuridão
Uma estrela de brilho raro
Um disparo para um coração
A vida imita o vídeo
Garotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez
Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter
Um dia me disseram
Quem eram os donos da situação
Sem querer eles me deram
As chaves que abrem esta prisão
E tudo ficou tão claro
O que era raro ficou comum
Como um dia depois do outro
Como um dia, um dia comum
A vida imita o vídeo
Garotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez
Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter
Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Sem querer eles me deram as chaves
que abrem essa prisão
Quem ocupa o trono tem culpa
Quem oculta o crime também
Quem duvida da vida tem culpa
Quem evita a dúvida também tem
Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter
Televisão
(Toni Bellotto /Marcelo Fromer/Arnaldo Antunes)
A televisão me deixou burro, muito burro demais
Agora todas coisas que eu penso me parecem iguais
O sorvete me deixou gripado pelo resto da vida
E agora toda noite quando deito é boa noite, querida.
Ô cride, fala pra mãe
Que eu nunca li num livro que um espirro
fosse um virus sem cura
Vê se me entende pelo menas uma vez, criatura!
Ô cride, fala pra mae!
A mãe diz pra eu fazer alguma coisa mas eu nao faço nada
A luz do sol me incomoda, entao deixa a cortina fechada
É que a televisão me deixou burro, muito burro demais
E agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais
Ô cride, fala pra mãe
Que tudo que a antena captar meu coração captura
Vê se me entende pelo menos uma vez, criatura!
Ô cride, fala pra mãe!
A mãe diz pra eu fazer alguma coisa mas eu nao faço nada
A luz do sol me incomoda, entao deixa a cortina fechada
É que a televisão me deixou burro, muito burro demais
E agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais
Ô cride, fala pra mãe
Que tudo que a antena captar meu coração captura
Vê se me entende pelo menos uma vez, criatura!
Novo Tempo
(Ivan Lins)
No novo tempo, apesar dos castigos
Estamos crescidos, estamos atentos, estamos mais vivos
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer
No novo tempo, apesar dos perigos
Da força mais bruta, da noite que assusta, estamos na luta
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver
Pra que nossa esperança seja mais que a vingança
Seja sempre um caminho que se deixa de herança
No novo tempo, apesar dos castigos
De toda fadiga, de toda injustiça, estamos na briga
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer
No novo tempo, apesar dos perigos
De todos os pecados, de todos enganos, estamos marcados
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver
No novo tempo, apesar dos castigos
Estamos em cena, estamos nas ruas, quebrando as algemas
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer
No novo tempo, apesar dos perigos
A gente se encontra cantando na praça, fazendo pirraça
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver
Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

O Coroamento de uma Carreira

Sábado tive a honra de estar no coroamento da carreira do artista mais falado aqui no blog...
Geraldinho Lins fez um show emocionante, o próprio estava visivelmente emocionado, defendendo as cores de Pernambuco como faz desde a época do Flor da Pele e depois do Quenga de Coco...
A emoção de ver um amigo sendo ovacionado por um público que sabia de cor suas canções e encontrar pessoas que não via há muito tempo, que como eu acompanharam todo o inicio de carreira dele, realmente tornou a noite de sábado muito especial, principalmente para mim, já que até arriscar uns passos de forró eu arrisquei com uma pessoa muito especial na minha vida, né Milla????
As músicas de hoje estavam no repertório do show e espero que estejam no DVD, já que são marcas registradas dessa brilhante carreira:



Xote da Saudade
(Geraldinho Lins / Carlinhos Borges)

Eu já sabia
Que um dia sentiria saudade sua
Pedi arrego todo dia aquela Lua
E me inspirava em teu olhar pra cantar
E o aconchego
E o teu chamego agora só era lembrança
A paz não vinha
E o jeito era entrar na dança
Queria te esquecer pra nunca mais sofrer
Mas não é assim
Ninguém manda em coração apaixonado
Tô entregue, tô todo desmantelado,
Por causa do amor que você me ensinou
E essa dor
Eu consolo com o toque de sanfona
Enquanto você não vem
Eu espero noite e dia
Fazendo fantasias
Recriando nosso mundo
E doeu sim
Foi a saudade que bateu
Tenha dó de mim
E vem ficar mais eu

Amor do Sertão
(Geraldo Lins/ Luciano Barros)

Amor do Sertão
Aconteceu comigo
Lá para as bandas da Bahia
Cheirei a menina
Nos seus olhos se via meu futuro, minha sina
Meu pranto rolava como as águas das cascatas
Daí a pouco a viola choraria
Toda a dor que meu peito confrangia
E a saudade da cabloca que saiu em retirada
Igualzim aos Passarim que saíram em revoada
Deixando no sertão uma alma abandonada
Mas deixe está ingratidão
Ao cantar da Patativa outro sol já vai nascer
Vou tirar de minha mente
Vou cantar outro repente, vou tentar te esquecer...
A solidão bateu Asa Branca foi-se embora
Mandacaru secou, está chegando minha hora
Minha vida agora é noite, já não vejo mais a aurora
Tudo pro causa da cabloca que nasceu lá no sertão
Tomando minha vida e também meu coração
Me prometendo muito amor, mas me trocou por outro João

Poeta Cantador
(Geraldo Lins)
Canto um repente, pra falar de nossa gente
Quer viver dignamente, quer a viola tocar
Puxa um fole na sanfona cheira a nega no gangote
Vou cantar lá pelo Norte, poesia nordestina
Divulgada na Argentina, Bariloche, Cuiabá
Viro A noite pelo avesso, sou poeta cantador
Morena reconheço, com seu jeito tentador
Você me mata de amor, caatinga seca o açude vai secando
E a vida vai mudando novamente devagar
Religião e a crença popular, reza para Padim Ciço não deixar tudo acabar
Tem Lampião, o terror da região
Cabra macho desbravador, das entranhas do sertão
Tem casamento na noite de São João
A fogueira tá acesa, tem forró a noite inteira
É Maria com João

Nação Nordestina
(Geraldo Lins/ Luciano Barros)

Os meus olhos procuraram tanto, tanto um canto e acharam
Vida de errante que vagueia como um som enluarado
E pra começo de conversa eu só tô interessado
Em falar num tom medonho, pra quem vem prevaricando
Mesmo estando calejado eu não vou ficar calado
Vou falar da minha gente, continuo dizendo oxente
Graças a Deus a esse estado de fraqueza
Eu já tô imunizado, minha nação é nordestina
E trás no sangue o suor dessa caatinga
E tem no peito o alimento da fé
Embora a seca tenha secado o seu pranto
O mundo agora vai ter que ouvir meu canto
Sou renitente, continuo dizendo oxente
Vou vingar meu astral cultureiro
Balaiada, Gonzaga, Conselheiro
Vou acordar o Maracatu que tá dormente
Lá na Europa, Paris e no Oriente
Nova Iorque vai ouvir o meu repente
Em todo canto eu vou dizer oxente
Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

segunda-feira, setembro 12, 2005

Parabéns Para uma Pessoa Especial

Hoje eu queria homenagear uma pessoa especial que está fazendo aniversário hoje...
Milla, você me incentiva a continuar com o blog, então a homenagem é mais que válida, espero que o momento seja bem duradouro...
Sem falar mais, vamos as músicas, escolhidas a dedo:

Jeito de Amar
(Prateado - Carica)
Se ao seu redor é muito escuro
Faço meu amor te iluminar
Mas às vezes fico inseguro
É você quem vai me segurar
Tua companhia é minha guia
Um caminho bom pra se trilhar
Faz brilhar a minha alegria
Me faz sorrir, me faz chorar
Se o nosso sonho for verdade
Vou viver a vida de sonhar
Quero ver brotar felicidade, saudade, vontade
É o nosso jeito de amar
Quero ver brotar felicidade, saudade, vontade
É o nosso jeito de amar
Pra livrar você desse deserto
Faço meu desejo desaguar
Quando percorri um rumo incerto
Você veio me acompanhar
Tua companhia é minha guia
Um caminho bom de se trilhar
Faz brilhar a minha alegria
Me faz sorrir, me faz chorar
Se o nosso sonho for verdade
Vou viver a vida de sonhar
Quero ver brotar felicidade, saudade, vontade
É o nosso jeito de amar
Quero ver brotar felicidade, saudade, vontade
Pra Rua Me Levar
(Ana Carolina / Totonho Villeroy)
Não vou viver, como alguém que só espera um novo amor
Há outras coisas no caminho onde eu vou
As vezes ando só, trocando passos com a solidão
Momentos que são meus, e que não abro mão
Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar, e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora
Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar
Eu vou lembrar você
É mas tenho ainda muita coisa pra arrumar
Promessas que me fiz e que ainda não cumpri
Palavras me aguardam o tempo exato pra falar
Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir
Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar, e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora
Vou deixar a rua me levar
Frisson
(Tunai /Sérgio Natureza)
Meu coração pulou
Você chegou, me deixou assim
Com os pés fora do chão
Pensei: Que bom!
Parece, enfim, acordei
Pra renovar meu ser
Faltava mesmo chegar você
Assim, sem me avisar
Pra acelerar
Um coração que já bate pouco
De tanto procurar por outro
Anda cansado
Mas quando você está do lado
Fica louco de satisfação
Solidão nunca mais
Você caiu do céu
Um anjo lindo que apareceu
Com olhos de cristal
Me enfeitiçou
Eu nunca vi nada igual
De repente
Você surgiu na minha frente
Luz cintilante
Estrela em forma de gente
Invasora do planeta amor
Você me conquistou
Me olha, me toca
Me faz sentir
Que é hora, agora
Da gente ir
Fonte Da Saudade
(Kledir Ramil)
Esse quarto é bem pequeno
Prá te suportar
Muito amor, muito veneno
Prá pouco lugar
O teu corpo é uma serpente
A me provocar
E o teu beijo a aguardente
A me embriagar
Essa boca muito louca
Pode me matar
Se isso é coisa do demônio
Eu quero pecar
Fecha a luz, apaga a porta
Vem me carinhar
Diz aí prá minha tia
Que eu fui viajar
Diz que eu fui prá Nova Yorque
Ou prá Bagdá
E que isso não é hora de telefonar
Eu já sei que qualquer dia
Tudo vai dançar
Mas a fonte da saudade
Nem o tempo vai secar
Um abraço

Beto L. Carvalho
Carpe Diem

quinta-feira, setembro 08, 2005

O Show do Ano!!!!



Hoje está fazendo uma semana de um dos maiores shows que assisti esse ano aqui em Recife, o InCité de Lenine no teatro Guararapes e como estou novamente sem internet, só pude postar hoje...
Graças a Deus e a Nova Brasil pude ir pagando um preço maravilhoso, já que não iria poder ir senão tive ganho os convites...
Com minha amiga Milla pude presenciar a força e o talento desse galego que nem parece pernambucano, mas que nasceu aqui e sempre estará por essas bandas buscar inspiração...
As músicas de hoje estão no repertório do show e levantaram o público que vibrava a cada sucesso e música nova que ele cantava, a primeira é uma homenagem a minha amiga, já que ele estava triste, pois foi uma das últimas músicas do show, quase que ele não canta, a segunda e a quarta são do novo disco, e a terceira foi um dos momentos épicos do show:

Paciência
(Lenine/Dudu Falcão)
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para
Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida e tão rara
Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é o tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara(Tão rara)
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para(a vida não para não)
Será que é tempo que me falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara(tão rara)
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
A vida não para não... A vida não para
Do It
(Lenine /Ivan Santos)
Tá cansada, senta
Se acredita, tenta
Se tá frio, esquenta
Se tá fora, entra
Se pediu, agüenta
Se sujou, cai fora
Se da pé, namora
Tá doendo, chora
Tá caindo, escora
Não tá bom, melhora
Se aperta, grite
Se tá chato, agite
Se não tem, credite
Se foi falta, apite
Se não é, imite
Se é do mato, amanse
Trabalhou, descanse
Se tem festa, dance
Se tá longe, alcance
Use sua chance
Se tá puto, quebre
Tá feliz, requebre
Se venceu, celebre
Se tá velho, alquebre
E corra atrás da lebre
Se perdeu, procure
Se é seu, segure
Se tá mal, se cure
Se é verdade, jure
Quer saber, apure
Se sobrou, congele
Se não vai, cancele
Se é inocente, apele
Escravo, se rebele
Nunca se atropele
Se escreveu, remeta
Engrossou, se meta
Quer dever, prometa
Prá moldar, derreta
E não se submeta
Leão do Norte
( Lenine/Paulo César Pinheiro)
Sou o coração do folclore nordestino
Eu sou Mateus e Bastião do Boi Bumbá
Sou o boneco do Mestre Vitalino
Dançando uma ciranda Em Itamaracá
Eu sou um verso de Carlos Pena Filho
Num frevo de Capiba
Ao som da orquestra armorial
Sou Capibaribe
Num livro de João Cabral
Sou mamulengo de São Bento do Una
Vindo no baque solto do Maracatu
Eu sou um auto de Ariano Suassuna
No meio da Feira de Caruaru
Sou Frei Caneca do Pastoril do Faceta
Levando a flor da lira
Pra Nova Jerusalém
Sou Luis Gonzaga
Eu sou mangue também
Eu sou mameluco
Sou de Casa Forte
Sou de Pernambuco
Sou o Leão do Norte
Eu sou mameluco
Sou de Casa forte
Sou de Pernambuco
Eu sou o Leão do Norte
Sou Macambira de Joaquim Cardoso
Banda de Pífano no meio do canavial
Na noite dos tambores silenciosos
Sou a calunga revelando o Carnaval
Sou a folia que desce lá de Olinda
O homem da meia-noite
Puxando esse cordão
Sou jangadeiro
Na festa de Jaboatão

Todas Elas Juntas Num Só Ser
(Lenine/Carlos Rennó)
Não canto mais Babete nem Domingas
Nem Xica nem Tereza, de Benjor;
Nem Drão nem Flora, do baiano Gil;
Nem Ana nem Luiza, do maior;
Já não homenageio Januária,
Joana, Ana, Bárbara, de Chico;
Nem Yoko, a nipônica de Lennon;
Nem a cabocla, de Tinoco e de Tonico;
Nem a tigreza nem a Vera gata
Nem a branquinha, de Caetano;
Nem mesmo a linda flor de Luiz Gonzaga,
Rosinha, do sertão pernambucano;
Nem Risoflora, a flor de Chico Science,
Nenhuma continua nos meus planos.
Nem Kátia Flávia, de Fausto Fawcett;
Nem Anna Júlia do Los Hermanos.
Só você,
Hoje eu canto só você;
Só você,
Que eu quero porque quero, por querer.
Não canto de Melô Pérola Negra;
De Brown e Hebert, uma brasileira;
De Ari, nem a baiana nem Maria,
Nem a Iaiá também, nem minha faceira;
De Dorival, nem Dora nem Marina
Nem a morena de Itapoã;
Divina garota de Ipanema,
Nem Iracema, de Adoniran.
De Jackson do Pandeiro, nem Cremilda;
De Michael Jackson, nem a Billie Jean;
De Jimi Hendrix, nem a doce Angel;
Nem Ângela nem Lígia, de Jobim;
Nem Lia, Lily Braun nem Beatriz,
Das doze deusas de Edu e Chico;
Até das trinta Leilas de Donato,
E de Layla, de Clapton, eu abdico.
Só você,
Canto e toco só você;
Só você,
Que nem você ninguém mais pode haver.
Nem a namoradinha de um amigo
E nem a amada amante de Roberto;
E nem Michelle-me-belle, do beattle Paul;
Nem Isabel - Bebel - de João Gilberto;
E nem B.B., la femme de Serge Gainsbourg;
Nem, de Totó, na malafemmená;
Nem a Iaiá de Zeca Pagodinho;
Nem a mulata mulatinha de Lalá;
E nem a carioca de Vinícius
E nem a tropicana de Alceu
E nem a escurinha de Geraldo
E nem a pastorinha de Noel
E nem a namorada de Carlinhos
E nem a superstar do Tremendão
E nem a malaguenha de Lecuona
E nem a popozuda do Tigrão
Só você,
Hoje elejo e elogio só você,
Só você,
Que nem você não há nem quem nem quê.
De Haroldo Lobo com Wilson Batista,
De Mário Lago e Ataulfo Alves,
Não canto nem Emília nem Amélia,
Nenhuma tem meus vivas! E meus salves!
E nem Angie, do stone Mick Jagger;
E nem Roxanne, de Sting, do Police;
E nem a mina do mamona Dinho
E nem as mina – pá! - do mano Xiz!
Loira de Hervê e loira do É O Tchan,
Lôra de Gabriel, o Pensador;
Laura de Mercer, Laura de Braguinha,
Laura de Daniel, o trovador;
Ana do Rei e Ana de Djavan,
Ana do outro rei, o do baião
Nenhuma delas hoje cantarei:
Só outra reina no meu coração.
Só você,
Rainha aqui é só você,
Só você,
A musa dentre as musas de A a Z.
Se um dia me surgisse uma moça
Dessas que com seus dotes e seus dons,
Inspira parte dos compositores
Na arte das palavras e dos sons,
Tal como Madallene, de Jacques Brel,
Ou como Madalena, de Martinho;
Ou Mabellene e a sixteen de Chuck Berry,
E a manequim do tímido Paulinho;
Ou como, de Caymmi, a moça prosa
E a musa inspiradora Doralice;
Se me surgisse uma moça dessas.
Confesso que eu talvez não resistisse;
Mas, veja bem, meu bem, minha querida;
Isso seria só por uma vez,
Uma vez só em toda a minha vida!
Ou talvez duas... mas não mais que três...
Só você...
Mais que tudo é só você;
Só você...
As coisas mais queridas você é:
Você pra mim é o sol da minha noite;
É como a rosa, luz de Pixinguinha;
É como a estrela pura aparecida,
A estrela a refulgir, do Poetinha;
Você, ó flor, é como a nuvem calma
No céu da alma de Luiz Vieira;
Você é como a luz do sol da vida
De Steve Wonder, ó minha parceira.
Você é pra mim e o meu amor,
Crescendo como mato em campos vastos,
Mais que a gatinha para Erasmo Carlos;
Mais que a cigana pra Ronaldo bastos;
Mais que a divina dama pra Cartola;
Que a domna pra Ventadorn, Bernart;
Que a honey baby pra Waly Salomão
E a funny valentine pra Lorenz Hart.
Só você,
Mais que tudo e todas, é só você;
Só você,
Que é todas elas juntas num só ser.
Um abraço para todos:

Beto L. Carvalho
Carpe Diem

domingo, agosto 14, 2005

Dois Pais da Familia Carvalho


Viva Meu Pai!!!!


Uma homenagem ao meu pai, uma pessoa especial na minha vida, que me deu todas as condições de vida, principalmente educação...
E também gostaria de homenagear meu irmão que também se chama Gerson e que me deu uma grande alegria que é minha sobrinha e afilhada...
Ele merece essa homenagem, pois além de ser dia dos pais, ele comemora idade nova hoje...
As músicas de hoje são músicas que falam de pais e são as duas primeiras, as últimas são músicas com nome de mulheres e que forma marcantes na vida dos dois, a de Dorival Caymmi é a preferida de meu pai e a de Chico Buarque é uma que meu irmão sempre pedia para cantarem para ele quendo pequeno:


Pai
(Fábio Júnior)
Pai, pode ser que daqui a algum tempo
Haja tempo pra gente ser mais
Muito mais que dois grandes amigos, pai e filho talvez
Pai, pode ser que daí você sinta, qualquer coisa entre esses
vinte ou trinta
Longos anos em busca de paz....
Pai, pode crer, eu tô bem eu vou indo, tô tentando vivendo e
pedindo
Com loucura pra você renascer...
Pai, eu não faço questão de ser tudo, só não quero e não vou
ficar mudo
Prá falar de amor pra você
Pai, senta aqui que o jantar tá na mesa, fala um pouco tua voz
tá tão presa
Nos ensine esse jogo da vida, onde a vida só paga pra ver
Pai, me perdoa essa insegurança, é que eu não sou mais aquela
criança
Que um dia morrendo de medo, nos teus braços você fez segredo
Nos teus passos você foi mais eu
Pai, eu cresci e não houve outro jeito, quero só recostar no
teu peito
Pra pedir pra você ir lá em casa e brincar de vovô com meu
filho
No tapete da sala de estar
Pai, você foi meu herói meu bandido, hoje é mais muito mais que
um amigo
Nem você nem ninguém tá sozinho, você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz Pai Paz ...
Como Nosso Pais
Belchior
Não quero lhe falar meu grande amor
Das coisas que aprendi nos discos.
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo que aconteceu comigo.
Viver é melhor que sonhar
E eu sei que o amor é uma coisa boa, mas também sei
Que qualquer canto é menor que a vida de qualquer pessoa
Por isso cuidado meu bem há perigos na esquina
Eles venceram e o sinal está fechado pra nós que somos jovens
Para poder abraçar meu irmão e beijar minha menina, na rua
É que se fez o meu lábio, o meu braço, e a minha voz
Você me pergunta pela minha paixão
Digo que estou encantado com uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade, não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento, o cheiro da nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva do meu coração
Já faz tempo eu vi você na rua, cabelo ao vento gente jovem
reunida
Na parede da memória essa lembrança é o quadro que dói mais
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo, tudo que
fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos, ainda somos os mesmos e
vivemos
Como nossos pais
Nossos ídolos ainda são os mesmos
E as aparências não enganam não. Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém. Você pode até dizer
Que eu estou por fora ou então que eu estou inventando
Mas é você que ama o passado e que não vê
É você que é ama o passado e que não vê que o novo sempre vem
Hoje eu sei que quem me deu a idéia
De uma nova consciência e juventude, está em casa guardada por
Deus
Contado os seus metais
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo, tudo que
fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos, ainda somos os mesmos e
vivemos
Como nossos pais
Marina
(Dorival Caymmi)
Marina, morena, Marina você se pintou
Marina você faça tudo mas faça o Favor ...
Não pinte esse rosto que eu gosto
Que eu gosto e que é só meu
Marina, você já é bonita com o que
Deus lhe deu
Já me aborreci, me zanguei,
Já não posso falar
E quando eu me zango, Marina
Não sei perdoar
Eu já desculpei muita coisa
Você não arranjava outro igual
Desculpe, morena, Marina
Mas eu tô de mal
Eu tô de mal com você
Eu tô de mal com você
Eu tô de mal com você
Carolina
(Chico Buarque)
Carolina, nos seus olhos fundos
Guarda tanta dor, a dor de todo esse mundo
Eu já lhe expliquei, que não vai dar
Seu pranto não vai nada ajudar
Eu já convidei para dançar
É hora, já sei, de aproveitar
Lá fora, amor, uma rosa nasceu, todo mundo sambou, uma estrela
caiu
Eu bem que mostrei sorrindo. pela janela, ói que lindo
Mas Carolina não viu
Carolina, nos seus olhos tristes, guarda tanto amor
O amor que já não existe
Eu bem que avisei, vai acabar
De tudo lhe dei para aceitar
Mil versos cantei pra lhe agradar
Agora não sei como explicar
Lá fora, amor, uma rosa morreu, uma festa acabou, nosso barco
partiu
Eu bem que mostrei a ela, o tempo passou na janela
E só Carolina não viu
Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

terça-feira, agosto 09, 2005

Relembrar para Não se Repetir!!!!!


Uma Imagem que não Deve se Repetir


Resolvi postar uma música para relembrar uma tragédia acontecida a sessenta anos e que esperamos nunca mais aconteça...
O grande Vinicius de Moraes teve a sensibilidade de escrever uma poesia que retrata bem o que aconteceu e que foi musicada por Gerson Conrad fazendo sucesso na voz de Ney Matogrosso, na época dos Secos e Molhados...


Rosa de Hiroshima
(Vinícius de Moraes /Gerson Conrad)

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada
Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

quinta-feira, agosto 04, 2005

Uma Cantora que Homenageou o Idolo


Ela Cantou Ele


Voltei com aquela menina que acho vai se tornar uma das melhores cantoras que o Brasil vai ter a obrigação de conhecer...
Acabei de vir de mais um show de Isabela Moraes, onde ela dá uma passeada pela obra de Caetano Veloso com a mesma competência de sempre...
A participação de artistas com Marron Brasileiro e Daniel Oliveira abrilhantaram ainda mais esse show...
As músicas desse monstro sagrado da música brasileira ficaram belissimas na voz dela e vou colocar quatro músicas que estavam no repertório do show:

Tá Combinado
(Caetano Veloso)
Então tá combinado, é quase nada
É tudo somente sexo e amizade
Não tem nenhum engano nem mistério
É tudo só brincadeira e verdade
Podemos ver o mundo juntos
Sermos dois e sermos muitos
Nos sabermos sós sem estarmos sós
Abrirmos a cabeça para que afinal
Floresça o mais que humano em nós
Então tá tudo ditoE é tão bonito
E eu acredito num claro futuro
De música, ternura e aventura
Pro equilibrista em cima do muro
Mas e se o amor pra nós chegar
De nós, de algum lugar
Com todo o seu tenebroso esplendor?
Mas e se o amor já está
Se há muito tempo que chegou e só nos enganou?
Então não fale nadaApague a estrada
Que seu caminhar já desenhou
Porque toda razão, toda palavra
Vale nada quando chega o amor
O Quereres
(Caetano Veloso)
Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alta, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão
Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês
Ah! bruta flor do querer
Ah! bruta flor, bruta flor
Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói
Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és
Ah! bruta flor do querer
Ah! bruta flor, bruta flor
Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock’n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
E onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus
O quereres e o estares sempre a fim
Do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há e do que não há em mim
Rapte-me Camaleoa
(Caetano Veloso)
Rapte-me camaleoa
Adapte-me a uma cama boa
Capte-me uma mensagem à-toa
De um quasar pulsando loa
Interestelar canoa
Leitos perfeitos
Seus peitos direitos me olham assim
Fino menino me inclino pro lado do sim
Rapte-me, adapte-me, capte-me,
It’s up to me, coração
Ser querer, ser merecer, ser um camaleão
Rapte-me camaleoa
Adapte-me ao seu ne me quitte pas
Nosso Estranho Amor
(Caetano Veloso)
Não quero sugar todo o seu leite
Nem quero você enfeite do meu ser
Apenas te peço que respeite
O meu louco querer
Não importa com quem você se deite
Que você se deleite seja com quem for
Apenas te peço que aceite
O meu estranho amor
Ah! Mainha, deixa o ciúme chegar
Deixa o ciúme passar
E sigamos juntos
Ah! Neguinha, deixa eu gostar de você
Pra lá do meu coração
Não me diga nunca não
Teu corpo combina com meu jeito
Nós dois fomos feitos muito pra nós dois
Não valham dramáticos efeitos
Mas o que está depois
Não vamos fuçar nossos defeitos
Cravar sobre o peito as unhas do rancor
Lutemos, mas só pelo direito
Ao nosso estranho amor
Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

sexta-feira, julho 22, 2005

Um Artista que é de Sonho e de Pó


Esse é Regionalismo Puro

Estou com pouco tempo para atualizar o blog, então resolvi que não irei postar todo dia e sim quando tiver algo legal e interessante..
Hoje eu inicio essa fase com um artista que é o maior exemplo da música regional da MPB, Renato Teixeira...
No titulo tem o link para o site oficial dele, entrem e descubram mais desse artista, autor de grandes clássicos...
As músicas de hoje são representantes desses clássicos e espero que todos gostem:

Romaria
(Renato Teixeira)

É de sonho e de pó, o destino de um só
Feito eu perdido em pensamentos
Sobre o meu cavalo
É de laço e de nó, de gibeira o jiló,
Dessa vida cumprida a sol
Sou caipira, Pirapora Nossa
Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida
O meu pai foi peão, minha mãe solidão
Meus irmãos perderam-se na vida
Em busca de aventuras
Descasei, joguei, investi, desisti
Se há sorte eu não sei, nunca vi
Me disseram porém que eu viesse aqui
Pra pedir de romaria e prece
Paz nos desaventos
Como eu não sei rezar, só queria mostrar
Meu olhar, meu olhar, meu olhar
Tocando em Frente
(Renato Teixeira/Almir Satter)
Ando devagar porque já tive pressa
E levo o seu sorriso
Porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte
Mais feliz quem sabe eu só levo a certeza
De que muito pouco eu sei
Nada sei
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maças
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pára poder seguir
É preciso chuva para poder florir
Sinto que seguir a vida seja simplesmente
Conhecer a marcha, ir tocando em frente.
Por um velho boiadeiro levando a boiada,
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou,
Estrada eu sou.
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maças
É preciso amor para poder pulsar
É preciso paz para poder seguir
É preciso chuva para florir
Todo mundo ama um dia
Todo mundo chora, um dia a gente chega.
E no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua própria historia
E cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz...
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maças.
É preciso amor para poder pulsar
É preciso paz para poder seguir
É preciso chuva para florir
Sinto que seguir a vida seja simplesmente
Conhecer a marcha ir tocando em frente.
Cada um de nós compõe a sua própria historia
E cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz
Frete
(Renato Teixeira)
Eu conheço cada palmo desse chão
E só me mostrar qual é a direção
Quantas indas e vindas
Meu Deus quantas voltas
Viajar é preciso é preciso
Com a carroceria sobre as costas
Vou fazendo o frete cortando o estradão
Eu conheço todos os sotaques
Desse povo todas as paisagens
Dessa terra todas as cidades
Das mulheres todas a vontades
Eu conheço as minhas liberdades
Pois a vida não me cobra o frete
Por onde eu passei deixei saudade
A poeira é minha vitamina
Nunca misturei mulher com parafuso
Mas não nego à ela todos os meus apertos
Coisas do destino e do meu jeito
Sou irmão de estrada e acho muito bom
Eu conheço todos os sotaques
Desse povo todas as paisagens
Dessa terra todas as cidades
Das mulheres todas a vontades
Eu conheço as minhas liberdades
Pois a vida não me cobra o frete
Mas quando me lembro lá de casa
A mulher e os filhos esperando o pão
Sinto que me morde a boca da saudade
E a lembrança me agarra e profana
O meu tino forte de homem
E é quando a estrada me acode
Eu conheço todos os sotaques
Desse povo todas as paisagens
Dessa terra todas as cidades
Das mulheres todas a vontades
Eu conheço as minhas liberdades
Pois a vida não me cobra o frete
Amora
(Renato Teixeira)
Depois da curva da estrada
Tem um pé de araçá
Sinto vir água nos olhos
Toda vez que passo lá
Sinto o coração flechado
Cercado de solidão
Penso que deve ser doce
A fruta do coração
Vou contar para o seu pai
Que você namora
Vou contar para a sua mãe
Que você me ignora
Vou pintar a minha boca
No vermelho da amora
Que nasce lá no quintal
Da casa onde você mora
Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem