sábado, outubro 02, 2004

Cinema Nacional 3

A inveja é uma porcaria, e em solidariedade a minha amiga, visitem o blog desta mulher nordestina com muito orgulho:

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O filme de hoje é mais recente e que foi uma das grandes produções dos últimos tempos:

Cidade de Deus

Essa produção tem uma história que choca, mas ao mesmo tempo nos faz ter uma reflexão do que é a vida numa favela, mesmo que muitos achem que é uma exaltação a violência, eu já não acho...
Eu não vou falar muito vocês clicam no titulo e entrem no site do filme e admirem o trabalho de Fernando Meirelles, dos meninos que hoje estão na Globo...
Hoje eu vou fazer diferente e vou colocar uma música de um amigo que já falei dele aqui em julho e fez uma música inspirada no filme:

Cidade de Deus - O Rap.
(Léo Rios)
A vida na favela é assim:

Cada dia é uma bomba armada pra explodir,
Tem hora pra chegar mas não para sair,
Nem é você que decide se o sol vai surgir.
Mas mesmo assim ele surge, mesmo que para poucos,

Que procuram um caminho, uma solução para uma vida ingrata,
Pois não tiveram opção de trabalho, moradia e educação.
Cidade de Deus, não é só aqui na terra.

Pois bem perto de Deus também existe uma favela.
A favela foi crescendo sem ter proporção.

Renegada ao relento da mais pura omissão, do acaso,
Do descaso com essa nação onde poucos baqueteiam com o poder nas mãos.
Foram largados como lixo em pleno lixão, ao Deus dará mas, ninguém deu a mão.
Sempre estiveram a margem ou na contra mão.
A mercê do discurso falso e da pouca ação!
Cidade de Deus não é só aqui na terra pois, bem perto de Deus também existe uma favela


Agora as músicas escolhidas por vocês e peço licença para homenagear a Lu que aconteceu uma coisa não muito legal, e essas são duas músicas que ela indicou:

Bicho de Sete Cabeças
(Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e Renato Rocha)
Não dá pé não tem pé nem cabeça
Não tem coração que esqueça
Não tem ninguém que mereça
Não tem jeito mesmo
Não tem dó no peito
Não tem talvez
Ter feito o que você me fez
Desapareça cresça e desapareça
Não tem dó no peito
Não tem jeito
Não tem coração que esqueça
Não tem ninguém que mereça
Não tem pé não tem cabeça
Não dá pé não é direito
Não foi nada eu não fiz nada disso
E você fez um bicho de 7 cabeças
Bicho de 7 cabeças
Bicho de 7 cabeças


O Xote das Meninas
(Zé Dantas e Luiz Gonzaga)
Mandacaru quando fulora lá na seca
É um sinal que a chuva chega no sertão
Toda menina que enjoa da boneca
É sinal de que o amor já chegou no coração
Meia comprida não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado não quer mais vestir gibão
Ela só quer só pensa em namorar
De manhã cedo já tá pintada
Só vive suspirando sonhando acordada
O pai leva ao doutor a filha adoentada
Não come nem estuda não dorme nem quer nada
Ela só quer só pensa em namorar
Mas o doutor nem examina, chamando o pai do lado
Lhe diz logo em surdina que o mal é da idade
E que pra tal menina
Não há um só remédio em toda medicina
Ela só quer, só pensa em namorar


Um abraço para todos:

Beto L. Carvalho
Carpe Diem

sexta-feira, outubro 01, 2004

Cinema Nacional 2

Eu estou vibrando com esse blog, ela é uma parceira que tenho na divulgação da Cultura Brasileira, visitem:

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Conforme eu prometi, hoje eu vou falar sobre outro filme que me marcou bastante e foi feito aqui em Pernambuco, por cineastas caseiros provando que santo de casa faz milagre sim:

Baile Perfumado

Esse filme conta a história de um libanês que era fotógrafo e que acompanhou a trajetória de uma personalidade nordestina que para alguns era herói, mas para a maioria era bandido, Virgulino Ferreira, o Lampião...
O filme de Paulo Caldas e Lirio Ferreira narra essa visita com uma atuação brilhante de Duda Mamberti, como o libanês, um ator que poucos conheciam, de Luis Carlos Vasconcelos que fez um lampião perfeito, Aramis Trindade que arrasou num papel sério, uma surpresa já que ele é conhecido por ser um ator cômico...
A trilha sonora foi feita por artistas que participavam do movimento mangue e por outros artistas locais, como por exemplo Chico Science, Siba, Lenine...
Vale a pena locar esse filme numa locadora...
Encerrando por hoje duas músicas escolhidas por vocês, que foram composta pelo grande maestro que da MPB:

Wave
(Tom Jobim)
Vou te contar, os olhos já não podem ver
Coisas que só o coração pode entender
Fundamental é mesmo o amor
É impossível ser feliz sozinho
O resto é mar, é tudo que eu nem sei contar
São coisas lindas que eu tenho pra te dar
Fundamental é mesmo o amor
É impossível ser feliz sozinho
Da primeira vez era a cidade
Da segunda, o cais e a eternidade
Agora eu já sei da onda que se ergueu no mar
E das estrelas que esquecemos de contar
O amor se deixa surpreender
Enquanto a noite vem nos envolver




SAMBA DO AVIÃO
(Antonio Carlos Jobim)
Minha alma canta
Vejo o Rio de Janeiro
Estou morrendo de saudade
Rio, teu mar, praias sem fim
Rio, você foi feito pra mim
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Rio de sol, de céu, de mar
Dentro de mais um minuto estaremos no Galeão
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Aperte o cinto, vamos chegar
Água brilhando, olha a pista chegando
E vamos nós
Aterrar


Um grande abraço:

Beto L. Carvalho
Carpe Diem

quinta-feira, setembro 30, 2004

O Cinema Brasileiro 1

Sou fã deste blog:

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No final da década de 90 o cinema nacional retomou a sua produção interrompida por vários anos, devido a retomada da economia nacional...
Vou falar de um filme feito aqui em Pernambuco nessa retomada, e que foi feito por um cineasta vindo do mercado publicitário:

Central do Brasil

Esse filme conta a história de uma escritora de cartas na Central do Brasil no Rio de Janeiro, principalmente para nordestinos e cruza sua vida com um menino que fica orfão e ela ajuda a encontrar a familia do seu pai numa viagem bonita e de uma fotografia belissima...
A atuação de duas grandes atrizes, como Marilia Pêra e a diva Fernanda Montenegro que por esse filme concorreu a um prêmio comum chamado Oscar como melhor atriz...
O filme também concorreu na categoria filme estrangeiro, mas encontrou um excelente filme italiano que eu também recomendo, chamado "A Vida é Bela"...
Enaltecendo também a atuação do menino Vinicius que foi descoberto como engraxate e arrasou no papel do orfão, sem esquecer o diretor Walter Salles Jr, que veio do mercado publicitário e fez uma obra prima, na minha opinião.
A trilha sonora também é de um primor produzido por Antônio Pinto e Jaques Molerenbaum, uma trilha instrumental executada maravilhosamente pelos próprios produtores.
Amahã irei falar de um outro filme dessa época...
Para encerrar, dois clássicos da música popular brasileira, que foram eleitos por vocês:

Cálice
(Gilberto Gil/Chico Buarque)
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como beber dessa bebida amarga, tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito, silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa, melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta, tanta mentira, tanta força bruta
Como é difícil acordar calado, se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa, atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento ver emergir o monstro da lagoa
De muito gorda a porca já não anda, de muito usada a faca já não corta
Como é difícil pai, abrir a porta, essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo, de que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca dos bêbados do centro da cidade
Talvez o mundo não seja pequeno, nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado, quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça, minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel, me embriagar até que alguém me esqueça


Rosa
(Pixinguinha/ Otávio de Souza)
Tu és, divina e graciosa, estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada e formada com ardor
Da alma da mais linda flor de mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente aqui nesse ambiente de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
O teu coração junto ao meu lanceado pregado e crucificado
Sobre a rósea cruz do arfante peito teu
Tu és a forma ideal, estátua magistral oh alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação que em todo coração sepultas o amor
O riso, a fé e a dor em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela, és mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza
Perdão, se ouso confessar-te eu hei de sempre amar-te
Oh flor meu peito não resiste
Oh meu Deus quanto é triste a incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar em conduzir-te um dia aos pés do altar
Jurar, aos pés do onipotente em preces comoventes de dor
E receber a unção da tua gratidão
Depois de remir meus desejos em nuvens de beijos
Hei de te envolver até meu padecer de todo fenecer


Um abraço para todos:

Beto L. Carvalho
Carpe Diem

quarta-feira, setembro 29, 2004

O Cara do Relâmpago Elétrico

O blog que eu curto bastante é esse:

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Eu hoje eu vou homenagear um dos artistas que marcaram minha juventude:

Beto Guedes

É mais uma cria de Minas Gerais, mais precisamente do Clube da Esquina, que revelou grandes compositores e cantores que embalaram toda uma geração...
Ele tem uma história curiosa, diz o folclore que por ser timido no inicio da carreira ele cantava de costas para o publico, mas não consegui comprovar...
O que poderia falar mais se vocês clicarem no titulo, vão ter acesso ao site pessoal dele e com isso podem pegar mais informações...
Eu fiquei imaginando como seria complicado escolher as músicas, pois são vários sucessos e não teria como escolher poucos até que tive a idéia de olhar na relação de quem votou e pegar as mais votadas e elas são duas que maracaram também, a primeira apesar de ser uma versão é uma das mais belas letras que já escutei, embora não seja dele, ficou marcada na sua voz e a segunda é um pedido de paz e de cuidado com o mundo que nós vivemos:

Quando Te Vi
(Meredith Wilson/ Ronaldo Bastos )
Nem o sol

Nem o mar
Nem o brilho das estrelas
Tudo isso não tem valor
Sem ter você
Sem você

Nem o som
Da mais linda melodia
Nem os versos dessa canção
Irão valer
Nem o perfume

De todas as rosas é igual
A doce presença do seu amor
O amor estava aqui
Mas eu nunca saberia
Do que um dia se revelou
Quando te vi

O Sal da Terra
(Beto Guedes e Ronaldo Bastos)
Anda, quero te dizer nenhum segredo

Falo nesse chão da nossa casa
Vem que tá na hora de arrumar
Tempo, quero viver mais duzentos anos
Quero não ferir meu semelhante
Nem por isso quero me ferir
Tempo quero viver mais duzentos anos
Quero não ferir meu semelhante
Nem por isso quero me ferir
Vamos precisar de todo mundo
Pra banir do mundo a opressão
Para construir a vida nova
Vamos precisar de muito amor
A felicidade mora ao lado
E quem não é tolo pode ver
A paz na Terra, amor
O pé na terra
A paz na Terra, amor
O sal da Terra
És o mais bonito dos planetas
Tão te maltratando por dinheiro
Tu que é a nave nossa irmã
Canta, leva tua vida em harmonia
E nos alimenta com seus frutos
Tu que é do homem a maçã
Vamos precisar de todo mundo
Um mais um é sempre mais que dois
Pra melhor juntar as nossas forças
É só repartir melhor o pão
Recriar o paraíso agora
Para merecer quem vem depois
Deixa nascer o amor
Deixa fluir o amor
Deixa crescer o amor
Deixa viver o amor
O sal da terra

Um abraço:

Beto L. Carvalho
Carpe Diem

terça-feira, setembro 28, 2004

30 anos Curtindo Música

Ontem empolgado com os trinta, esqueci o blog da minha parceira, desculpa Lu:

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Nesses dias que antecederam os trinta anos eu fiquei imaginando o que eu curti de música durante esse periodo, e fiz uma rápida retrospectiva, lógico que não vou me lembrar de tudo, mas vou me esforçar...
Lembro que na infância escutava, os grupos infantis, como Balão Mágico, Trem da Alegria, Abelhudos, os especiais da Globo como Arca de Nóe, Casa de Brinquedos, que citei domingo, "Pluct Plact Zum", "Pirlimpimpim", e tantos outros...
Ao mesmo tempo por ser o caçula e ter irmãos nove e sete anos mais velhos, acabei esccutando também, a MPB que se fazia na época, e é dai que surge o meu fanatismo por música brasileira, lembro que meu irmão teve um ano que ganhou vários discos de vinil que eu não parava de escutar, quando aprendi a mexer no som, e lembro de um compacto de Giberto Gil com "Tempo Rei" e do outro lado "A Mão da Limpeza", tinha também o long play de Tunai com "Frisson", "Eternamente", "O Talento" de Beto Guedes que tinha os seus maiores sucessos, e o meu preferido "Velô" de Caetano Veloso, que com o advento do Cd, adquiri nesse formato depois de adulto...
Outro que consegui em Cd foi a trilha sonora do filme "Para Viver um Grande Amor", com Djavan atuando ao lado de Patricia Pillar, e lembrei agora de um disco de criança que depois de velho eu fiz questão de comprar que é o "Disco Baby" com as Melindrosas.
Outro movimento que me fez ficar alucinado por música foi o rock dos anos 80, com suas bandas tocando direto e vindo de todas as partes do Brasil...
Lembro bem no inicio dos anos 80 do anúncio da morte de duas cantoras que nos deixaram muito jovens que eram Clara Nunes e Elis Regina, e começei nessa mesma época a escutar os nordestinos como Elba, Fagner, Alceu, Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Belchior, e sem contar que lá pelos quinze anos, tinha além de Cazuza, Engenheiros, Paralamas, Legião , tinha uma queda por música internacional, mas deixa para lá que com o advento do MP3 já estou recuperando esse gosto...
Bom, nos anos 90 é que minha paixão ganhou ares de devoção, aprendendo muito sobre os cantadores nordestinos, como Xangai, Elomar e Vital Farias, e lá por 94 iniciei essa minha busca por gente nova e o primeiro foi Lenine, que assisti no Parque da Jaqueira, e fui para observar o cara que compôs "Leão do Norte" e fiquei fissurado que fui de ônibus para Piedade para comprar "Olho de Peixe", depois foi o Chico César que logo depois do sucesso de "À Primeira Vista" falou de Zeca Baleiro que falou de Rita Ribeiro e foi com esse quarteto que inicei a caça a artistas novos e me orgulho de dizer que apresentei os quatro para muita gente aqui, fui um dos primeiros de Recife a conhecer e divulgar o trabalho deles...
Bom essa é um pouco da minha história e para encerrar mais duas músicas escolhidas por vocês e que são duas obras primas de um compositor que foi injustiçado, mas que até hoje não apareceu um artista com essa sensibilidade, estou falando de Cartola e as músicas são:

As Rosas Não Falam
(Cartola)
Bate outra vez, com esperança o meu coração
Pois já vai terminando o verão, enfim
Volto ao jardim, na certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar para mim
Queixo-me as rosas, mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai
Devias vir, para ver os meus olhos tristonhos
E quem sabe sonhar com os meus sonhos, por fim


O Mundo é um Moinho
(Cartola)
Ainda é cedo amor, mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
Presta atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
E em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavastes com teus pés


Um abraço forte:

Beto L. Carvalho
Carpe Diem

segunda-feira, setembro 27, 2004

Os 30 Anos Chegaram...

O que é fazer trinta anos?
Estou me perguntando hoje, já que estou completando os meus 10958 dias, já contando os bissextos e não obter uma resposta...
Observando o que ocorreu na minha vida nesse período, imaginei várias situações que poderiam ter ocorrido comigo e que poderia ter "mudado o curso da história", como já tinha dito Gilberto Gil, mas ao mesmo tempo fazendo uma avaliação vi que tinha que agradecer o que ocorreu comigo, pois com isso pude observar tantas coisas, conviver com muitas pessoas diferentes e participar de vários momentos especiais...
Procurando espaços para me encaixar e o que eu podia fazer para me realizar pessoalmente e hoje em dia eu estou me encontrando, seja aqui no meu blog, seja no blog do OPA, seja nas poesias ou nos contos que estou escrevendo...
Pois é meus amigos o Beto finalmente está se achando, se encontrando, cursando o curso que sempre sonhou e com amigos como os que me fizeram a surpresa ontem à noite é para dizer que sou um cara de sorte...
Agradeço todos que participaram desses trintinhas, espero que muitos outros trintas venham com todos participando da minha vida...
Peço licença a todos para dedicar este post a algumas pessoas que participaram da minha vida e que de alguma forma contribuiram para ser o que sou hoje, meus pais, meus irmãos meus sobrinhos, meus irmãos de coração Cristiano e Alexandre, minhas ex namoradas, minhas ex futuras namoradas que são minhas amigas, meus amigos do Nóbrega, do Objetivo, da Esurp, e agora da Fape...
E é mais importante ressaltar que como perceberam sou um fanático por música brasileira, e isso agradeço a Geraldinho Lins, já falei dele no blog, que me fez observar uma música nordestina que não conhecia, e hoje é o dia da MPB, e quando eu descobri isso, me fez pensar que eu sou um cara que tem uma missão que é de tentar conseguir espaço para a cultura ser valorizado em todo o Brasil e quem sabe no mundo...
Meu povo sei que estou enchendo o saco, mas precisava falar isso, para vocês conhecerem um pouco mais desse trintão que adora a minha vida, mesmo que com percalços...
Essas músicas de hoje são duas da minha vida e as preferidas desses meus irmãos de coração, a primeira é do Alexandre, e a segunda do Cristiano e as duas últimas são as minhas e aproveito para homenagear Belchior logo estaremos falando nele e algumas dessas músicas já são da escolha de vocês:

Pôxa
(Gilson de Souza)
Pôxa como foi bacana te encontrar de novo
Curtindo um samba junto com meu povo
Você não sabe como eu acho bom
Eu te falei que você não ficava nem uma semana
Longe desse poeta que tanto te ama
Longe da batucada e do meu amor
Pôxa porque você não para pra pensar um pouco
Não vê que é o motivo de um poeta louco
Que quer o teu amor pra te fazer canção
Pôxa não entre nessa de mudar de assunto
Não vê como é gostoso a gente ficar junto
Mulher o seu lugar é no meu coração
Pôxa como foi bacana...


Canteiros
(Raimundo Fagner / Cecília Meireles)
Quando penso em você
Fecho os olhos de saudade
Tenho tido tanta coisa
Menos a felicidade
Correm os meus dedos longos
Em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego
Já me dá contentamento
Eu só queria ter, do mato
Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza
Pode ser até manhã
Sendo claro feito dia
Mais nada do que me dizem
Me faz senti alegria
Ainda sou bem moço
Pra tanta tristeza
Deixemos de coisa
Cuidemos da vida
Senão chega a morte
Ou coisa parecida
E nos arrasta moço
Sem ter visto a vida.

Como Nossos Pais
(Belchior)

Não quero lhe falar, meu grande amor
Das coisas que aprendi nos discos
Quero lhe contar como eu vivi e tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
E eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei que qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa
Por isso cuidado, meu bem, há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal está fechado pra nós que somos jovens
Para abraçar seu irmão e beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço, o seu lábio e a sua voz
Você me pergunta pela minha paixão
Digo que estou encantado como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade, não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento o cheiro da nova nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva do meu coração
Já faz tempo eu vi você na rua cabelo ao vento gente jovem reunida
Na parede da memória essa lembrança é o quadro que dói mais
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo que fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como nossos pais
Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não se enganam, não
Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer que tou por fora ou então que tou inventando
Mas é você que ama o passado é que não vê
É você que ama o passado é que não vê
Que o novo sempre vem
Hoje eu sei que quem deu me deu a idéia de uma nova consciência e juventude
Está em casa guardado por Deus contando vil metal
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo tudo o que fizemos
Nós ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como os nossos pais


Tudo Outra Vez
(Belchior)
Há tempo muito tempo que eu estou longe de casa
E nessas ilhas cheias de distância
O meu blusão de couro se estragou
Ouvi dizer num papo da rapaziada
Que aquele amigo que embarcou comigo
Cheio de esperança e fé, já se mandou
Sentado à beira do caminho pra pedir carona
Tenho falado à mulher companheira
Quem sabe lá no trópico a vida esteja a mil
E um cara que transava à noite no "Danúbio azul"
Me disse que faz sol na América do Sul
E nossas irmãs nos esperam no coração do Brasil
Minha rede branca, meu cachorro ligeiro
Sertão, olha o Concorde que vem vindo do estrangeiro
O fim do termo "saudade" como o charme brasileiro
De alguém sozinho a cismar
Gente de minha rua, como eu andei distante
Quando eu desapareci, ela arranjou um amante.
Minha normalista linda, ainda sou estudante
Da vida que eu quero dar
Até parece que foi ontem minha mocidade
Meu diploma de sofrer de outra Universidade
Minha fala nordestina, quero esquecer o francês
E vou viver as coisas novas, que também são boas
O amor/humor das praças cheias de pessoas
Agora eu quero tudo, tudo outra vez


Um abraço:

Beto L. Carvalho
Carpe Diem

domingo, setembro 26, 2004

O Homem da Aquarela

O blog que vale a pena dar uma passadinha, visitem:

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Hoje é o último dia para votar nas músicas das suas vidas, escolham e mandem um e-mail para:

blcarvalho@pop.com.br
bl_carvalho@yahoo.com.br

Como já falei anteriormente, amanhã é o dia dos trinta anos deste que vos fala, então pode ter novidade no blog, vou ver se faço algumas modificações...

Eu hoje vou homenagear um grande ídolo que eu tenho desde de criança:

Toquinho

O grande parceiro do poetinha Vinicius de Moraes, me fez viajar na imaginação com os infantis da Rede Globo, como, Arca de Nóe 1 e 2, Casa de Brinquedos, e desde essa época aprendi a admirar o talento dele...
Já mais velho eu conheci o lado mais adulto e continuei escutando seus sucessos e quem quiser conhecer mais cliquem no titulo...
Vamos para as músicas que escolhi hoje são quatro, as duas primeiras da fase dos especiais e as duas últimas da outra fase:

O Pato
(Toquinho / Vinícius de Moraes)
Lá vem o pato, pata aqui, pata acolá
Lá vem o pato para ver o que é que há
O pato pateta pintou o caneco
Surrou a galinha Bateu no marreco
Pulou do poleiro
No pé do cavalo, levou um coice, criou um galo
Comeu um pedaço de jenipapo
Ficou engasgado, com dor no papo
Caiu no poço, quebrou a tigela
Tantas fez o moço que foi pra panela

O Caderno
(Toquinho / Mutinho)
Sou eu que vou seguir você
Do primeiro rabisco até o be-a-bá
Em todos os desenhos coloridos vou estar
A casa, a montanha, duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel
Sou eu que vou ser seu colega
Seus problemas ajudar a resolver
Te acompanhar nas provas bimestrais, você vai ver
Serei de você confidente fiel, Se seu pranto molhar meu papel
Sou eu que vou ser seu amigo
Vou lhe dar abrigo, se você quiser
Quando surgirem seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel
O que está escrito em mim
Comigo ficará guardado, se lhe dá prazer
A vida segue sempre em frente, o que se há de fazer
Só peço a você um favor, se puder
Não me esqueça num canto qualquer

Regra Três
(Toquinho / Vinícius de Moraes)
Tantas você fez que ela cansou
Porque você, rapaz
Abusou da regra três
Onde menos vale mais
Da primeira vez ela chorou
Mas resolveu ficar
É que os momentos felizes
Tinham deixado raízes no seu penar
Depois perdeu a esperança
Porque o perdão também cansa de perdoar
Tem sempre o dia em que a casa cai
Pois vai curtir seu deserto, vai
Mas deixe a lâmpada acesa
Se algum dia a tristeza quiser entrar
E uma bebida por perto porque
Você pode estar certo que vai chorar

Ao Que Vai Chegar
(Toquinho / Mutinho)
Voa, coração, a minha força te conduz
Que o sol de um novo amor em breve vai brilhar
Vara a escuridão, vai onde a noite esconde a luz
Clareia seu caminho e acende seu olhar
Vai onde a aurora mora e acorda um lindo dia
Colhe a mais bela flor que alguém já viu nascer
E não se esqueça de trazer força e magia
O sonho e a fantasia, e a alegria de viver
Voa, coração, que ele não deve demorar
E tanta coisa a mais quero lhe oferecer
O brilho da paixão, pede a uma estrela pra emprestar
E traga junto a fé num novo amanhecer
Convida as luas cheia, minguante e crescente
E de onde se planta a paz, da paz quero a raiz
E uma casinha lá onde mora o sol poente
Pra finalmente a gente simplesmente ser feliz

Um abraço para todos:

Beto L. Carvalho
Carpe Diem