sábado, agosto 07, 2004

A Música que vem do Mangue

A cultura Pernambucana é muito rica e nós temos que nos orgulhar dela e com isso eu venho homenagear um dos ícones da nova geração:

Chico Science e Nação Zumbi

Banda surgida na década de 90 no auge do Movimento Mangue, que além deles tenha a mundo livre s/a que revolucionaram o regionalismo dando um toque de rock a esses elementos culturais com uma roupagem que fez até Paralamas do Sucesso abrir show para eles na Europa...
A banda sofreu um baque muito grande quando em 1997 seu vocalista Chico Science morreu num acidente de carro em Olinda nas vésperas do carnaval daquele ano, mas o resto da banda continuou só com o nome Nação Zumbi e hoje continua como uma das bandas mais respeitadas do cenário musical brasileiro...
A sua discografia é a seguinte:

Da Lama ao Caos 1994 Chaos/Sony Music
Afrociberdelia 1996 Chaos/Sony Music
CSNZ (duplo) 1997 Chaos / Sony Music
Rádio S.AMB.A 2000 YBrasil Music
Nação Zumbi 2002 Trama

Viva Chico Science, Zapatta e Sandino

Agora, um dos principais sucessos deles que já foi gravado também pelo Paralamas:

Manguetown
(Chico Science/ Lucio Maia / Dengue)


Estou enfiado na lama, é um bairro sujo
Onde os urubus têm casas e eu não tenho asas
Mas estou aqui em minha casa, onde os urubus têm asas
Vou pintando, segurando as paredes no mangue do meu quintal
Manguetown
Andando por entre os becos, andando em coletivos
Ninguém foge ao cheiro sujo da lama do Manguetown
Andando por entre os becos, andando em coletivos
Ninguém foge ao cheiro sujo da lama do Manguetown
Esta noite sairei,vou beber com meus amigos
E com asas que os urubus me derem ao dia
Eu voarei por toda a periferia
Vou sonhando com a mulher que talvez eu possa encontrar
Ela também vai andar na lama do meu quintal; Manguetown
Andando por entre os becos, andando em coletivos
Ninguém foge ao cheiro sujo da lama do Manguetown...
Fui no Mangue catar lixo pegar um caranguejo
Conversar com urubu

"Eu vim com a Nação Zumbi ao seu ouvido Falar..."

Saúdo todos com o meu abraço:

Beto L. Carvalho

sexta-feira, agosto 06, 2004

Calcanhotto ou Partimpim?

Estava numa loja de disco conversando com um amigo quando chegou para vender o novo disco da Adriana Calcanhotto e causou estranheza, pois o mesmo vinha com um nome diferente:

Adriana Partimpim

Alguns dias depois eu soube que era uma forma de fazer um trabalho diferenciado aos quais estavamos acostumados a escutar dela, ou seja, fazer um disco infantil que fosse para adultos...
Hoje eu queria fazer uma homenagem a essa gaúcha mostrando sua discografia que começa no inicio da década de 90 e segue até hoje com ela sendo uma das melhores cantoras dessa geração atual:

Enguiço 1990 Sony Music
Senhas 1992 Sony Music
A Fábrica do Poema 1994 Sony Music
Maritmo 1998 Sony Music
Público 2000 BMG
Público (DVD) 2000 BMG
Cantada 2002 BMG
Adriana Partimpim 2004 BMG

Maiores informações nos sites:

http://www.adrianacalcanhotto.com/
http://www.adrianapartimpim.com/

Entrem, pois é muito interessante a conversa que as duas Adrianas fazem no segundo site e para encerrar uma música desse último disco do Chico Buarque e Edu Lobo que expressa bem esse clima infanto-adulto...:

Ciranda da Bailarina
(Edu Lobo - Chico Buarque)
Procurando bem todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba só a bailarina que não tem
E não tem coceira berruga nem frieira

Nem falta de maneira ela não tem
Futucando bem todo mundo tem piolho ou tem cheiro de creolina

Todo mundo tem um irmão meio zarolho só a bailarina que não tem
Nem unha encardida nem dente com comida nem casca de ferida ela não tem
Não livra ninguém todo mundo tem remela

Quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina ou tem febre amarela só a bailarina que não tem
Medo de subir, gente

Medo de cair, gente
Medo de vertigem quem não tem
Confessando bem todo mundo faz pecado

Logo assim que a missa termina
Todo mundo tem um primeiro namorado só a bailarina que não tem
Sujo atrás da orelha bigode de groselha

Calcinha um pouco velha ela não tem
O padre também pode até ficar vermelho se o vento levanta a batina
Reparando bem, todo mundo tem pentelho só a bailarina que não tem
Sala sem mobília goteira na vasilha problema na família quem não tem


Essa música também foi um tema de um trabalho meu da faculdade no semestre passado...

Um abraço:

Beto L. Carvalho
bl_carvalho@yahoo.com.br
blcarvalho@pop.com.br

quinta-feira, agosto 05, 2004

Saudade do Príncipe

Em 1990 a MPB perdia um dos grandes compositores da geração anos 70 e eu gostaria de fazer essa homenagem, já que fiz ao seu pai segunda feira:

Luiz Gonzaga Jr, o Gonzaguinha

Filho adotivo do Rei do Baião é autor de obras primas que eu faço questão de selecionar para vocês:

Sangrando, Começaria Tudo Outra Vez, Guerreiro Menino( Um Homem Também Chora), Ponto de Interrogação, O que é O que é, Espere por Mim Morena, Grito de Alerta, Explode Coração, É, E Vamos à Luta, Feliz, Lindo Lago do Amor, Mamão com Mel, Caminhos do Coração e tantas outras...

Maiores informações:

http://www.gonzaguinha.com.br/
http://gonzaguinha.technet.com.br/

Gostaria de encerrar com duas músicas que não são tão badaladas, mas que me marcaram muito e são duas belíssimas letras:

Semente do Amanhã (Nunca pare de sonhar)
(Gonzaguinha)

Ontem o menino que brincava me falou
Que hoje é semente do amanhã
Para não ter medo que esse tempo vai passar
Não se desespere
Nem pare de sonhar
Nunca se entregue
Nasça sempre com as manhãs
Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar
Fé na vida
Fé no homem
Fé no que virá
Nós podemos tudo
Nós podemos mais
Vamos lá fazer o que será

Redescobrir
(Gonzaguinha)

Como se fora brincadeira de roda, memória
Jogo do trabalho na dança das mãos, macias
O suor dos corpos na canção da vida, história
O suor da vida no calor de irmãos, magia
Como um animal que sabe da floresta, perigosa
Redescobrir o sal que está na própria pele, macia
Redescobrir o doce no lamber das línguas, macias
Redescobrir o gosto e o sabor da festa, magia
Vai o bicho homem fruto da semente, memória
Renascer da própria força, própria luz e fé, memória
Entender que tudo é nosso, sempre esteve em nós, história
Somos a semente, ato, mente e voz, magia
Não tenha medo, meu menino bobo, memória
Tudo principia na própria pessoa, beleza
Vai como a criança que não teme o tempo, mistério
Amor se fazer é tão prazer que é como se fosse dor, magia
Como se fora brincadeira de roda, memória
Jogo do trabalho na dança das mãos, macias
O suor dos corpos na canção da vida, história
O suor da vida no calor de irmãos, magia

Minhas Saudações:

Beto L. Carvalho
bl_carvalho@yahoo.com.br
blcarvalho@pop.com.br

quarta-feira, agosto 04, 2004

Um Violão Amigo

Hoje eu queria cumprir uma promessa feita a um grande músico pernambucano de que ia homenagear o seu trabalho aqui no blog:

Claudio Almeida

Pernambucano de Pesqueira, ele é considerado um dos grandes músicos e arranjadores aqui do estado e já tocou com vários nomes da MPB, como Alceu, Elba, Geraldo Azevedo, Zeca Baleiro, entre outros...
Na sua discografia ele já tem dois discos e, puxando a sardinha para o meu lado ajudei a divulgar o primeiro, pois trabalhava na Music Store do Shopping Recife e sugeri a ele trazer um banner para mostrar que nós tinhamos um artista instrumental de qualidade, e com isso vendemos o disco com mais frequência e virou um CD carro chefe do estilo na loja...:

Claudio Almeida
Alma Pernambucana

Nesse segundo tenho uma modesta participação, já que sugeri a gravação das Bachianas de Villa Lobos, pois era dicifil se achar uma gravação com violão... Eita que hoje eu tô modesto que só...
Mas eu gostaria de dizer para quem gosta de música de qualidade pode procurar o disco nas lojas ou então pelo e-mail:

clalm@elogica.com.br

No mês passado foi publicada uma matéria no Correio Braziliense falando sobre o segundo disco e o mais nos orgulha é que o crítico Plácido Fernandes faz uma verdadeira exaltação e com isso Claudio recebeu encomendas de todo o país, até do exterior, é por isso que devemos valorizar o que é nosso, pois o pessoal de fora já descobriu...
Para encerrar, apesar de estar falando em música instrumental, tem uma núsica para encerrar esta homenagem, que é uma do primeiro disco, um arranjo diferente dela com a participação de outro amigo César Michilles no sax, nesse primeiro disco ainda tem uma versão para o Bolero de Ravel com um arranjo de Maracatu que é de primeira linha;

Hino do Elefante de Olinda
Clídio Nigro
Ao som dos clarins de Momo

O povo aclama com todo ardor
O Elefante exaltando suas tradições
E também seu esplendor
Olinda, esse meu canto é inspirado em teu louvor
Entre confetes e serpentinas venho te oferecer, com alegria, o meu amor
Olinda, quero cantar

A ti esta canção
Teus coqueirais, o teu sol, o teu mar
Faz vibrar meu coração
De amor, a sonhar
Em Olinda sem igual
Salve o teu carnaval

Um forte abraço:

Beto L. Carvalho
bl_carvalho@yahoo.com.br
blcarvalho@pop.com.br

terça-feira, agosto 03, 2004

A Sobrinha

Hoje eu vou encerrar a trilogia sobre a família Velloso e vou homenagear a sobrinha de Caetano e Bethânia:

Belô Velloso

Essa baiana precisa ser descoberta pelo grande público, pois é uma das melhores cantoras da nova geração e infelizmente o grande público não tem acesso; Sua discografia é:

Belô Velloso 1996
Um Segundo 1997
Marés 1999
Acústico 2000
Acústico com Clip 2001
Pegue ou Largue 2002

A música escolhida para encerrar é uma de Chico Buarque:

Você vai me seguir
(Chico Buarque - Ruy Guerra)
Você vai me seguir

Aonde quer que eu vá
Você vai me servir
Você vai se curvar
Você vai resistir
Mas vai se acostumar
Você vai me agredir
Você vai me adorar
Você vai me sorrir
Você vai se enfeitar
E vem me seduzir
Me possuir, me infernizar
Você vai me trair
Você vem me beijar
Você vai me cegar
E eu vou consentir
Você vai conseguir
Enfim, me apunhalar
Você vai me velar
Chorar, vai me cobrir
E me ninar

Maiores informações:

http://www.belovelloso.com.br/

O meu abraço:

Beto L. Carvalho
bl_carvalho@yahoo.com.br
blcarvalho@pop.com.br

segunda-feira, agosto 02, 2004

Saudade Do Rei

Quinze anos atrás o nordeste perdeu seu grande representante:

Luiz Gonzaga, O Rei do Baião

Eu sou um privilegiado de poder fazer essa homenagem aquele que durante décadas levou o sertão para esse mundo todo sempre com seu vozeirão característico, o seu chapéu de couro e a sua sanfona branca...
Não precisa falar muito, então vamos para a música que na minha opinião representa essa luta para mostra que o nordeste é capaz de se manter:

Vozes da seca
(Luiz Gonzaga / Zé Dantas)
Seu doutô, os nordestinos, têm muita gratidão
Pelo auxílio dos sulistas nessa seca do sertão
Mas doutô, uma esmola a um homem que é são

Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão
É por isso que pedimos proteção a vosmicê,

Homi por nós escoído para as rédias do poder
Pois doutô, dos vinte estados temos oito sem chover,

Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem comer
Dê serviço a nosso povo, encha os rios de barragem

Dê comida a preço bom, não esqueça a açudagem
Livre assim nós da esmola que no fim dessa estiagem

Lhe pagamos até os juros sem gastar nossa coragem
Si o doutô fizer assim salva o povo do sertão

Se um dia a chuva vim que riqueza pra nação
Nunca mais nós pensa em seca vai dar tudo nesse chão,

Como vê nosso destino
Mecê tem na vossa mão Mecê tem na vossa mão

Viva Seu Luiz Gonzaga, O Rei do Baião!!!!

Um abraço para todos:

Beto L. Carvalho
bl_carvalho@yahoo.com.br
blcarvalho@pop.com.br

domingo, agosto 01, 2004

A Mulher do Infinito Desejo

Depois de ontem falar sobre Caetano, hoje eu vou homenagear a sua irmã, que teve uma atitude corajosa de trocar uma gravadora multinacional por uma pequena, independente, estou falando de:

Maria Bethânia

Como seu irmão, vou colocar um site não oficial e também o da gravadora atual para que todos possam conhecer um pouco mais dessa cantora fenomenal:

http://www.mariabethania.hpg.ig.com.br/
http://www.biscoitofino.com.br/

E a homenagem se encera com uma música de Chico Buarque que na minha opinião não tem outra gravação, só a de Bethânia:

Olhos nos Olhos
(Chico Buarque)
Quando voce me deixou, meu bem

Me disse pra ser feliz e passar bem
Quis morrer de ciúme
Quase enlouqueci
Mas depois como era de costume, obedeci
Quando voce me quiser rever
Já vai me encontrar refeita, pode crer
Olhos nos olhos
Quero ver o que voce faz
Ao sentir que sem voce eu passo bem demais
E que venho até remoçando
Me pego cantando sem mais nem porque
E tantas águas rolaram
Tantos homens me amaram bem mais e melhor que voce
Quando talvez precisar me mim
Voce sabe que a casa é sempre sua, venha sim
Olhos nos olhos
Quero ver o que voce diz
Quero ver como suporta me ver tão feliz

Sem mais, um abraço:

Beto L. Carvalho
blcarvalho@pop.com.br
bl_carvalho@yahoo.com.br