sábado, maio 28, 2005

Teatro e Música, a União Perfeita


Uma Homenagem

Esse é um dos maiores cantores brasileiros de todos os tempos que ganhou uma homenagem no teatro...
Essa peça que está em cartaz aqui em Recife nesse final de semana, é uma exaltação a esse que encantou uma geração e até hoje emociona a quem o escuta...
Nesse sábado irei assitir a essa montagem com o pernambucano Tuca Andrada como Orlando Silva...
No titulo do post tem o link para uma página que fala sobre o Cantor das Multidões...
Abaixo teremos quatro grandes clássicos da MPB do repertório desse grande cantor:

Serviço:
Orlando Silva o Cantor das Multidões
Teatro da UFPE
Sábado 21:00, Domingo 20:00
R$ 30,00 inteira R$ 15,00 meia ( Estudantes, Professores e Idosos)

Chuvas de Verão
(Fernando Lobo)
Podemos ser amigos simplesmente
Coisas do amor, nunca mais
Amores do passado, no presente
Repetem velhos temas tão banais
Ressentimentos passam como o vento
São coisas do momento
São chuvas de verão
Trazer uma aflição dentro do peito
É dar vida a um defeito
Que se extingue com a razão
Estranha no meu peito
Estranha na minha alma
Agora eu tenho calma
Não te desejo mais
Podemos ser amigos, simplesmente
Amigos, simplesmente e nada mais.
Lábios Que Eu Beijei
Alvaro Nunes / Leonel Azevedo
Lábios que beijei
Mãos que afaguei
Numa noite de luar, assim,
O mar na solidão bramia
E o vento a soluçar, pedia
Que fosses sincera para mim.
Nada tu ouviste
E logo que partiste
Para os braços de outro amor.
Eu fiquei chorando
Minha mágoa cantando
Sou estátua perenal da dor.
Passo os dias soluçando com meu pinho
Carpindo a minha dor, sozinho
Sem esperanças de vê-la jamais
Deus tem compaixão deste infeliz
Porque sofrer assim
Compadei-vos dos meus ais.
Tua imagem permanece imaculada
Em minha retina cansada
De chorar por teu amor.
Lábios que beijei
Mãos que afaguei
Aos Pés Da Cruz
Orlando Silva
Aos pés da Santa Cruz
Você se ajoelhou
E em nome de Jesus
Um grande amor
Você jurou
Jurou mas não cumpriu
Fingiu e me enganou
Pra mim você mentiu
Pra Deus você pecou
(bis)
O coração tem razões
Que a própria razão desconhece
Faz promessas e juras
Depois esquece
Seguindo esse princípio
Você também prometeu
Chegou ate a jurar um grande amor
Mas depois se esqueceu
Aos pés da Santa Cruz
Você se ajoelhou
E em nome de Jesus
Um grande amor
Você jurou
Jurou mas não cumpriu
Fingiu e me enganou
Pra mim você mentiu
Pra Deus você pecou
O coração tem razões
Que a própria razão desconhece
Faz promessas e juras
Depois esquece
Seguindo esse principio
Você também prometeu
Chegou ate a jurar um grande amor
Mas depois se esqueceu
Rosa
(Pixinguinha e Otávio de Souza)

Tu és, divina e graciosa, estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada e formada com ardor
Da alma da mais linda flor de mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente aqui nesse ambiente de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
O teu coração junto ao meu lanceado pregado e crucificado
Sobre a rósea cruz do arfante peito teu
Tu és a forma ideal, estátua magistral oh alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação que em todo coração sepultas o amor
O riso, a fé e a dor em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela, és mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza
Perdão, se ouso confessar-te eu hei de sempre amar-te
Oh flor meu peito não resiste
Oh meu Deus quanto é triste a incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar em conduzir-te um dia aos pés do altar
Jurar, aos pés do onipotente em preces comoventes de dor
E receber a unção da tua gratidão
Depois de remir meus desejos em nuvens de beijos
Hei de te envolver até meu padecer de todo fenecer
Um abraço:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

sexta-feira, maio 27, 2005

Um Incentivador da Música Brasileira


Um Grande Compositor

Ese carioca está tendo sua obra relançada agora...
Herminio Bello de Carvalho é além de tudo um grande incentivador da nossa cultura...
Sem falar muito, vocês podem conhecer mais sobre ele numa página de MPB clicando no titulo...
Duas músicas que fizeram muito sucesso são as que vou colocar hoje para homenagear esse grande compositor:

Alvorada
(Cartola/Carlos Cachaça /Hermínio Bello de Carvalho)
Alvorada
Lá no morro, que beleza
Ninguém chora, não há tristeza
Ninguém sente dissabor
O sol colorindo
É tão lindo, é tão lindo
E a natureza sorrindo
Tingindo, tingindo
Você também me lembra a alvorada
Quando chega iluminando
Meus caminhos tão sem vida
Mas o que me resta
É bem pouco, quase nada
Do que ir assim vagando
Numa estrada perdida
Timoneiro
(Paulinho Da Viola/Hermínio Bello De Carvalho)
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar
É ele quem me navega
Como nem fosse levar
E quanto mais remo mais rezo
Pra nunca mais se acabar
Essa viagem que faz
O mar em torno do mar
Meu velho um dia falou
Com seu jeito de avisar:
- Olha, o mar não tem cabelos
Que a gente possa agarrar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
É ele quem me navega
Como nem fosse levar
É ele quem me navega
Como nem fosse levar
Timoneiro nunca fui
Que eu não sou de velejar
O leme da minha vida
Deus é quem faz governar
E quando alguém me pergunta
Como se faz pra nadar
Explico que eu não navego
Quem me navega é o mar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
É ele quem me navega
Como nem fosse levar
É ele quem me navega
Como nem fosse levar
A rede do meu destino
Parece a de um pescador
Quando retorna vazia
Vem carregada de dor
Vivo num redemoinho
Deus bem sabe o que ele faz
A onda que me carrega
Ela mesma é quem me traz
Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

quinta-feira, maio 26, 2005

O Menestrel de Volta


Um Poeta


Estava pensando aqui em algumas letras de Oswaldo Montenegro e resolvi fazer uma homenagem postando quatro músicas que são de uma beleza impressionante...
Todas elas tem uma mensagem bem rforte e gostaria que todos prestassem bastante atenção nelas...
No titulo tem o link para a página oficial dele...
Vamos as letras, a priemira é um poema que publiquei também no outro blog, a segunda é uma das mais recentes dele que fala do saudosismo que temos e para encerrar duas letras excelentes:

Metade
(Oswaldo Montenegro)
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas como a única coisa
Que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
E essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e paz que mereço
E que a tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
E o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita meu rosto num doce sorriso
Que me lembro ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o seu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte me aponte uma resposta
Mesmo que ela mesma não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
Que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
A Lista
(Oswaldo Montenegro)
Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora
Hoje é do jeito que achou que seria?
Quantos amigos você jogou fora
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber
Quantas mentiras você condenava
Quantas você teve que cometer
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você
Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você
Sempre não é Todo Dia
(Oswaldo Montenegro / Mongol)
Eu hoje acordei tão só
Mais só do que eu merecia
OIlhei pro meu espelho e há!
Gritei o que eu mais queria
Na fresta da minha janela
Raiou vazou a luz do dia
Entrou sem me pedir licença
Querendo me servir de guia
E eu que já sabia tudo
Das rotas da astrologia
Dancei e a cabeça tonta
O meu reinado não previa
Olhei pro meu espelho e há!
Meu grito não me convencia
Princesa eu sei que sou prá sempre
Mas sempre não é todo dia
Botei o meu nariz a postos
Pro faro e pro que vicia
Senti teu cheiro na semente
Que a manhã me oferecia
Eu hoje acordei tão só
Mais só do que eu merecia
Eu acho que será pra sempre
Mas sempre não é todo dia
Travessuras
(Oswaldo Montenegro)
Eu insisto em cantar
Diferente do que ouvi
Seja como for recomeçar
Nada mais há de vir
Me disseram que sonhar
Era ingênuo, é dai?
Nossa geração não quer sonhar
Pois que sonhe, a que há de vir
Eu preciso é te provar
Que ainda sou o mesmo menino
Que não dorme a planejar, travessuras
E fez do som da tua risada um hino.
Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

quarta-feira, maio 25, 2005

Um Disco Para Dançar e Agitar


Esse Disco é Muito Bom


Depois de um longo e tenebroso inverno me dei ao luxo de comprar uns discos para minha coleção...
Um deles foi essa coletânea da Som Livre que foi elaborada por Luciano Huck, muito interessante, pois tem Djavan, mundo livre s/a, Paula Lima, Fernanda Abreu e tantos outros...
No titulo tem a página da gravadora com o disco...
As músicas de hoje estão no disco e cada uma tem um significado, a primeira é uma regravação de Chico Buarque feita pelo DJ Marcelinho da Lua com a participação de Seu Jorge, que canta as duas seguintes, a segunda com sua antiga banda o Farofa Carioca e a terceira ele canta um grande clássico de João do Vale que ficou imortalizada na voz de Tim Maia, que aparece como autor da última música aqui cantada pelo Monobloco:

Cotidiano
(Chico Buarque)
Todo dia ela faz tudo sempre igual
Me sacode as seis horas da manhã
E sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã
Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar
Essas coisas que diz toda mulher
Diz que está me esperando pro jantar
E me beija com a boca do café
Todo dia eu só em penso em poder parar
Meio-dia eu só penso em dizer não
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão
Seis da tarde como era de se esperar
Ela pega e me espera no portão
Diz que está muito louca pra beijar
E me beija com a boca de paixão
Toda noite ela diz pra eu não me afastar
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pra eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor
Moro No Brasil
(Seu Jorge /Gabriel Moura /Wallace Jefferson /Jovi Joviniano)
Bam, bam, bam, Brasil 2000
Deixa comigo,
Há muito tempo venho pensando no povo brasileiro
No sufoco que passamos cada ano que passa
Promessas nos fazem, mas ninguém acha graça
Mas eu acredito que há uma solução
Alcançando o objetivo com o nosso coração
Então vai lá cidadão
Faça por você
Não se sinta um derrotado
E lute pra sobrevivier (uh iê)
Lute pra sobreviver
Moro no Brasil
Não sei se eu moro muito bem ou muito mal
Só sei que agora faço parte do país
A inteligência é fundamental
Agora eu tenho aqui a causa do nosso problema
Miséria e fome derrotam, derrotam nossa nação
Pra completar tem, tem
Violência ao cidadão
Precisamos sim, fazer por nossos irmãos
Com a ajuda de Deus (Deus)
E por que não?
Então vai lá, vai lá cidadão
Faça por você
Não se sinta um derrotado
E lute pra sobrevivier (uh iê)
O povo brasileiro continua rindo
Resistindo à violência que alguém planejou
Vivendo na favela
Morrendo na viela
Coitado do bangela sua hora já chegou
É só plim, plim
Dá dois, dá dois
Tirim, tirim, bangue, bangue, pau, pau
Agora eu tenho, a causa do nosso problema
Miséria e fome derrotam, derrotam nossa nação
Pra completar tem, tem, tem
Violência ao cidadão
Precisamos sim, fazer por nossos irmãos
Com a ajuda de Deus (Deus)
(Dúvida?) E por que não?
Então vai lá, vai lá cidadão
Faça por você
Não se sinta um derrotado
E lute pra sobrevivier (uh iê)
Coroné Antonio Bento
(João do Vale /Luiz Wanderley)
Coroné Antonio Bento
No dia do casamento
Da sua filha Juliana
Ele não quis sanfoneiro
Foi pro Rio de Janeiro
Convidou Bené Nunes pra tocar
Oh lêlê, Oh lálá
Neste dia Bodocó
Faltou pouco pra virar
Todo mundo que mora por alí
Neste dia não pode "arresisti"
Quando ouvia o toque do piano
Rebolava saía requebrando
Até Zé Macaxera que era o noivo
Dançou a noite inteira sem parar
Que é costume de todos
Que se casam
Ficar doido pra festa se acabar
Imunização Racional (Que Beleza)
(Tim Maia)
Uh uh uh que beleza!!!
Uh uh uh que beleza!!!
uh uh uh que beleza!!!
uh uh uh que beleza!!!
Que beleza é sentir a natureza,
Ter certeza pra onde vai e de onde vem.
Que beleza é linda pureza,
E sem medo destinquir o mau e o bem.
Uh uh uh que beleza
Uh uh uh que beleza
Que beleza é saber seu nome
Sua origem, seu passado e seu futuro.
Que beleza conhecer o desencanto
E ver tudo bem mais claro no escuro
Uh uh uh que beleza
Uh uh uh que beleza
Abra a porta e vai entrando
Felicidade vai brilhar no mundo
Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

terça-feira, maio 24, 2005

Mais um Artigo de um Recente Grande Amigo


Um Tema Diferente

Irei colocar hoje mais um artigo do jornalista e meu professor Pedro Procópio, que não tem a ver com cultura brasileira, mas achei muito interessante e espero que vocês também curtam...
Fotografia é uma área que devemos sempre considerar como arte, já que coisas belissimas podem ser feitas com uma máquina...
Eugene Smith tem uma sensibilidade impressionante, bastando ver essa foto acima...
Estou aceitando colunistas para o blog, espero a colaboração de todos, é só deixar o contato nos comentários...
No titulo temos o primeiro artigo de Pedro publicado aqui no blog no inicio do mês...


Eugene Smith: Fotografia , Luta e Missão Cumprida.
Pedro Paulo Procópio

O sofrimento transformado em dignidade, o ser humano captado num momento único de emoção e registrado pela lente do fotógrafo. São características como essas que compõem e dão forma ao trabalho do fotojornalista norte-americano Eugene Smith (1918-1978). A obra de Smith é, na realidade, um mister de arte com preocupação e cuidado social. Uma fotografia moral.
As imagens retratadas por Eugene Smith são capazes de falar, contar e encantar mais do que tudo o que já foi escrito sobre esse homem, nascido em Wichita, pequenina cidade do Estado norte-americano do Kansas. Um dos exemplos de seu trabalho e, sem dúvida, o mais forte é Tomoko Banhada Pela Sua Mãe, Minamata / Japão, 1972.
Mais uma vez o espírito humanista desse fotógrafo ecoou e a foto da garota, completamente deformada pelos efeitos da acumulação de mercúrio das indústrias japonesas, nos braços de uma mãe angustiada com semblante repleto de amor, comoveu o planeta. A comoção não é tudo, a fotografia transformou-se num dos manifestos ecológicos mais difundidos do planeta.
O seu último grande projeto, quando a foto de Tomoko foi tirada, realizou-se entre 1971 e 1975 e permanece como um dos marcos do fotojornalismo em todo o mundo. O trabalho de Smith transcendeu o campo jornalístico ou artístico e virou luta. Luta por um mundo melhor.
Pode-se atribuir também um pouco de religiosidade `a obra de Smith, que por ter sido católico, parecia acreditar na fotografia como um instrumento para a remissão dos pecados, bem como algo capaz de despertar a “boa consciência” do ser humano. De forma independente ao caráter ou a crença religiosa de Eugene Smith, uma coisa é fato: impossível não refletir ou mesmo se emocionar diante do que as lentes de Smith foram capazes de registrar.
Um dado curioso sobre a vida e a carreira desse norte-americano do Kansas é o seu ingresso no fotojornalismo. Um ato de protesto, talvez. O seu pai cometeu suicídio e conforme Smith os jornais distorceram as informações. Resultado: Eugene Smith resolveu buscar um trabalho no mais alto padrão de qualidade possível, engajado. Surge assim mais que um simples fotojornalista. Um “fotohumanista”.
Nada mais justo que depois de vinte e cinco anos da morte de Eugene Smith, relembrar os seus ideais e usufruir um pouco do seu dilema: foto para informar ou foto para servir de arte engajada? Certamente suas imagens foram as duas coisas e um pouco mais. Emoção.
“Eu sou um idealista. Eu constantemente sinto que gostaria de ser um artista numa torre de marfim. É imprescindível que eu fale com as pessoas, para as pessoas, então eu tenho que sair dessa torre de marfim. Para fazer isso eu sou um jornalista — um fotojornalista. Mas eu estou sempre dividido entre a atitude do jornalista, que é de gravar os fatos, e o artista que freqüentemente estranha os fatos. Meu princípio é a honestidade – acima de tudo – a honestidade para comigo mesmo...” Missão Cumprida.

Serviço: Para conhecer um pouco melhor o trabalho de Eugene Smith:



Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

segunda-feira, maio 23, 2005

Dois Artistas Diferentes e Unidos


Uma Dupla no Minimo Diferente


Estava assistindo o Altas Horas de sábado 14/05 e vi uma dupla que está fazendo shows no sudeste que confesso me deixou impressionado...
Nando Reis e Wando se juntaram à convite do primeiro para uma série de shows e parcerias, que já rendeu uma música que não consegui a letra...
Não poderia deixar de falar aqui sobre essa parceria no minimo exótica, nada contra achei interessante, nesse revival Trash que estamos vivendo...
Brincadeiras à parte temos quatro músicas hoje, as duas primeiras do Wando e as duas últimas são do Nando:


Moça
(Wando)
Moça me espere amanhã
Levo o meu coração pronto pra te entregar
Moça, moça eu te prometo eu me viro do avesso,
Só pra te abraçar
Moça sei que já não é pura, teu passado
É tão forte pode ate machucar
Moça, dobre as mangas do tempo
Jogue o teu sentimento
Todo em minhas mãos
Eu quero me enrolar nos teus cabelos
abraçar teu corpo inteiro, morrer de amor, de amor me perder
Eu quero me enrolar nos teus cabelos

Fogo e Paixão
(Rose)
Você é luz,
É raio estrela e luar,
Manhã de sol,
Meu iaiá, meu ioiô
Você é sim, e nunca meu não,
Quando tão louca
Me beija na boca
E me ama no chão
Você é luz,
É raio estrela e luar,
Manhã de sol,
Meu iaiá, meu ioiô
Você é sim, e nunca meu não,
Quando tão louca
Me beija na boca
E me ama no chão
Me suja de carmim,
Me põe na boca o mel, louca de amor
Me chama de céu,
E quando sai de mim, leva meu coração,
Você é fogo eu sou paixão!
Relicário
(Nando Reis)
É uma índia com colar
A tarde linda que não quer se pôr
Dançam as ilhas sobre o mar
Sua cartilha tem o a de que cor?
O que está acontecendo?
O mundo está ao contrário e ninguém reparou
O que está acontecendo?
Eu estava em paz quando você chegou
São dois cílios em pleno ar
Atrás do filho vem o pai, o avô
Como um gatilho sem disparar
Você invade mais um lugar
Onde eu não estou
O que está fazendo?
Milhões de vasos sem nenhuma flor
O que você está fazendo?
Um relicário imenso desse amor
Corre a lua, porque longe vai?
Sobe o dia tão vertical
O horizonte anuncia com seu vitral
Que eu trocaria a eternidade
Por esta noite
Por que está amanhecendo?
Peço o contrário, ver o sol se pôr
Por que está amanhecendo?
Se não vou beijar seus lábios
Quando você for?
Quem nesse mundo faz o que há durar
Pura semente dura o futuro amor
Eu sou a chuva pra você secar
Pelo zunido das suas asas você me falou
O que você está dizendo?
Milhões de frases sem nenhuma cor
O que você está dizendo?
Um relicário imenso de amor
O que você está dizendo?
O que você está fazendo?
Por que é que está fazendo assim?
All Star
(Nando Reis)
Estranho seria se eu não me apaixonasse por você
O sal seria doce para os novos lábios
Colombo procurou as ilhas, mas a terra é vista em você
Só o que eu ouço são as gírias do seu vocabulário
Estranho é gostar tanto do se All Star azul
Estranho é pensar que o bairro das Laranjeiras
Satisfeito sorri, quando chego alí
E entro no elevador
Aperto o doze que é o seu andar
Não vejo a hora de te encontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem
Ficou pra hoje.
Estranho mas já me sinto como um velho amigo seu
O seu All Star azul combina com o meu preto, de cano alto
Se o homem já pisou na Lua como ainda não tenho seu endereço?
O tom que eu canto as minhas músicas, pra tua voz, parece exato
Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

domingo, maio 22, 2005

Eles Combinam sim, Porque Não?


Um Show que Perdi


Ontem tivemos um show que não falei antes em virtude da semana dos artigos, mas não poderia deixar de falar nesse que deve ter sido uma maravilha...
Infelizmente não pude ir, mas o blog faz questão de homenagear esses dois artistas que são de duas gerações da nossa música...
Várias pessoas me disseram que não deviam ter o show com os dois juntos, pois não tinham nada a ver, que nada eles são extremamente complementares, e estou muito triste por não ter ido, no final do post de hoje tem o link para meu outro blog, onde mostro um poema de Oswaldo, visitem lá também...
As músicas de hoje estavam no repertório dos dois e as de Gal que são as primeiras são regravações de grandes clássicos do inicio da MPB:


Nada Além
(Mário Lago/Custódio Mesquita)
Nada além
Nada além de uma ilusão
Chega bem
Que é demais para o meu coração
Acreditando
Em tudo que o amor mentindo sempre diz
Eu vou vivendo assim feliz
Na ilusão de ser feliz
Se o amor só nos causa sofrimento e dor
E melhor bem melhor a ilusão do amor
Eu não quero e não peço
Para o meu coração
Nada além de uma linda ilusão
Se o amor
Só nos causa sofrimento e dor
E melhor, bem melhor
A ilusão do amor
Eu não quero e não peço
Para o meu coração
Nada além de uma linda ilusão
Alegria
(Assis Valente /Durval Maia)
Alegria
Pra cantar a batucada
As morenas vão sambar
Quem samba tem alegria!
Minha gente
Era triste e amargurada
Inventou a batucada
Pra deixar de padecer
Salve o prazer, salve o prazer!
Da tristeza não quero saber
A tristeza me faz padecer
Vou deixar a cruel nostalgia
Vou fazer batucada de noite e de dia
Vou sambar
Esperando a felicidade
Para ver se eu vou melhorar
Vou cantando fingindo alegria
Para a humanidade não me ver chorar
Intuição
(Oswaldo Montenegro/Mongol)
Canta uma canção bonita falando da vida em ré maior
Canta uma canção daquela de filosofia, é mundo bem melhor
Canta uma canção que agüente essa paulada
E a gente bate o pé no chão
Canta uma canção daquela, pula da janela, bate o pé no chão
Sem o compromisso estreito de falar perfeito, coerente ou não
Sem o verso estilizado, o verso emocionado, bate o pé no chão
Canta o que não silencia, é onde principia a intuição
E nasce uma canção rimada da voz arrancada o nosso coração
Como sem licença, o sol rompe a barra da noite sem pedir perdão
Hoje quem não cantaria, grita a poesia e bate o pé no chão
Sem o compromisso estreito de falar perfeito, bate o pé no chão
Sem o verso estilizado, o verso emocionado, bate o pé no chão
Canta uma canção bonita falando da vida em ré maior
Canta uma canção daquela de filosofia, é mundo bem melhor
Canta uma canção que agüente essa paulada
E a gente bate o pé no chão
O Condor
(Oswaldo Montenegro)
Quando voa o condor
Com o céu por detrás
Traz na asa o sonho
Com o céu por detrás
Voa o condor
Que a gente voa atrás
Voa atrás do sonho
Com o céu por detrás
Ah! que o vôo do condor no sol
Trace a linha da nossa paixão
Eu quero que seja
Mostrada no meio da rua e rolando no chão
Ah! que a gente despedace em luz
Ah! que Deus seja o que quiser
Escolha a cabeça
Com olho de bicho mas com coração de mulher
Ah! se fosse como a gente quer
Ah! e se o planeta explodir
Eu quero que seja
Em plena manhã de domingo e que eu possa assistir
Ah! Que a miserável condição
Da raça humana procurando o céu
Levante a cabeça
E ao levantar por encanto escorregue seu véu
Quando voa o condor
Com o céu por detrás
Traz na asa o sonho
Com o céu por detrás
Voa o condor
Que a gente voa atrás
Voa atrás do sonho

Um abraço:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem