sábado, janeiro 01, 2005

Feliz Ano Novo Para Todos

FELIZ 2005!!!!!!!!
Esses eu indico, valem à pena entrar:

Um ano que acaba e espero que tenha sido muito bom para todos...
Esse ano que vem muitos projetos e espero poder realizar...
Vou terminar por hoje, já que é só para não ficar sem post no primeiro dia do ano...
Espero que todos possam ter saúde e paz nesse novo ano...
As músicas de hoje são de quatro discos do que estão na enquete para a escolha do melhor disco de MPB de 2004, a primeira é do disco In Cité de Lenine, a segunda é do Iaiá de Mônica Salmaso, a terceira é do Vagabundo de Ney Matogrosso e Pedro Luís e a Parede e a ultima é do disco de Adriana Partimpim( Calcanhoto):

Do It
(Lenine/Ivan Santos)
Tá cansada? Senta.
Se acredita? Tenta.
Se tá frio? Esquenta.
Se tá fora? Entra.
Se pediu? Aguenta.
Se sujou? Cai fora.
Se dá pé? Namora.
Tá doendo? Chora.
Tá caindo? Escora.
Não tá bom? Melhora.
Se aperta? Grite.
Se tá chato? Agite.
Se não tem? Credite.
Se foi falta? Apite.
Se não é? Imite.
Se é do mato? Amanse.
Trabalhou? Descanse.
Se tem festa? Dance.
Se tá longe? Alcance.
Use tua chance.
Se tá puto? Quebre.
Tá feliz? Requebre.
Se venceu? Celebre.
Se tá velho? Alquebre.
E corra atrás da lebre.
Se perdeu? Procure.
Se é seu? Segure.
Se tá mal? Se cure.
Se é verdade? Jure.
Quer saber? Apure.
Se sobrou? Congele.
Se não vai? Cancele.
Se é inocente? Apele.
Escravo? Se rebele.
Nunca se atropele.
Se escreveu? Remeta.
Engrossou? Se meta.
Quer dever? Prometa.
Pra moldar? Derreta.
E não se submeta.

Menina Amanhã De Manhã
(Tom Zé / Perna)
Menina amanhã de manhã
Quando a gente acordar quero te dizer
Que a felicidade vai desabar sobre os homens
Vai, desabar sobre os homens
Vai, desabar sobre os homens
Na hora ninguém escapa
Debaixo da cama ninguém se esconde
A felicidade vai desabar sobre os homens
Vai, desabar sobre os homens
Vai, desabar sobre os homens
Menina, ela mete medo
Menina, ela fecha a roda
Menina, não tem saída
de cima, de banda ou de lado
Menina, olhe pra frente
Menina, todo cuidado
Não queira dormir no ponto
Segura o jogo, atenção de manhã
Menina a felicidade é cheia de praça, é cheia de traça
É cheia de lata, é cheia de graça
Menina a felicidade é cheia de pano, é cheia de peno
É cheia de sino, é cheia de sono
Menina a felicidade é cheia de ano, é cheia de eno
É cheia de hino, é cheia de ono
Menina a felicidade é cheia de an, é cheia de en
É cheia de in, é cheia de on
Menina a felicidade é cheia de a, é cheia de é
É cheia de i , é cheia de ó
É cheia de a, é cheia de é, é cheia de i, é cheia de ó

O Mundo

(André Abujanra
O mundo é pequeno pra caramba
Tem alemão, italiano e italiana
O mundo filé milanesa
Tem coreano, japonês e japonesa
O mundo é uma salada russa
Tem nego da Pérsia, tem nego da Prússia
O mundo é uma esfiha de carne
Tem nego do Zâmbia, tem nego do Zaire
O mundo é azul lá de cima
O mundo é vermelho na China
O mundo tá muito gripado
O açúcar é doce, o sal é salgado
O mundo caquinho de vidro
Tá cego do olho, tá surdo do ouvido
O mundo tá muito doente
O homem que mata, o homem que mente
Por que você me trata mal
Se eu te trato bem
Por que você me faz o mal
Se eu só te faço o bem
Todos somos filhos de Deus
Só não falamos as mesmas línguas
Todos somos filhos de Deus
Só não falamos as mesmas línguas
Everybody is filhos de God
Só não falamos as mesmas línguas
Everybody is filhos de Ghandi
Só não falamos as mesmas línguas


Ciranda Da Bailarina
(Chico Buarque / Edu Lobo)
Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga,
tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira
Berruga nem frieira
Nem falta de maneira ela não tem
Futucando bem
Todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem
um irmão meio zarolho
Só a bailarina que não tem
Nem unha encardida
Nem dente com comida
Nem casca de ferida ela não tem
Não livra ninguém
Todo mundo tem remela
Quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina
ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem
Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem
Confessando bem
Todo mundo faz pecado
Logo assim que a missa termina
Todo mundo tem
um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem
Sujo atrás da orelha
Bigode de groselha
Calcinha um pouco velha
Ela não tem
O padre também
Pode até ficar vermelho
Se o vento levanta a batina
Reparando bem,
todo mundo tem pentelho
Só a bailarina que não tem
Sala sem mobília
Goteira na vasilha
Problema na família
Quem não tem


Um abraço e um grande ano de 2005:

Beto L. Carvalho
Carpe Diem
Posted by Hello

sexta-feira, dezembro 31, 2004

A Força do Carnaval Democrático

Melhor Carnaval do Mundo

Os sites que eu indico:

Bia
Lu
Fúria do Mar
Escritor Solitário
Cinema, Literatura...
Cine Fila
Som Brasil
MPB Net
Entrecantos
PE A-Z
M-Música
Revista Continente

Continuando o tema de ontem eu vou homenagear quatro blocos de carnaval aqui de Recife e Olinda...
O maior bloco de carnaval do mundo é de Recife, conferido pelo Guiness, o Galo da Madrugada leva para as ruas do centro da cidade no sábado de carnaval mais de um milhão de foliões numa festa assistida ao vivo pelo mundo afora...
Outros três blocos são tradicionais em Olinda e representam bem esse carnaval que é reconhecido como o mais democrático, pois não se paga ingresso e nem se compra camisa para ficar em cordão de isolamento...
O Elefante e a Pitombeira desfilam pelas ruas de Olinda sempre levando beleza e frevo para todos e o Celoura com sua irreverência alegra as ladeiras da cidade Patrimônio da Humanidade, quem não for daqui está intimado a passar o carnaval aqui...
Não esqueçam de votar no disco de MPB do ano na janela que abre ou indiquem mais algum para a relação...
Os hinos dos blocos citados estão hoje por aqui, numa prévia do nosso carnaval:

Hino do Galo da Madrugada
(José Mário Chaves)
Ei pessoal, vem moçada
Carnaval começa no Galo da Madrugada
A manhã já vem surgindo,
O sol clareia a cidade com seus raios de cristal
E o Galo da madrugada, já está na rua, saldando o Carnaval
Ei pessoal...
As donzelas estão dormindo
As cores recebendo o orvalho matinal
E o Galo da Madrugada
Já está na rua, saldando o Carnaval
Ei pessoal...
O Galo também é de briga, as esporas afiadas
E a crista é coral
E o Galo da Madrugada, já está na rua
Saldando o Carnaval
Ei pessoal...

Hino do Elefante de Olinda
(Clídio Nigro / Clóvis Vieira)
Ao som dos clarins de Momo
O povo aclama com todo ardor,
O Elefante exaltando as suas tradições.
E também seu esplendor.
Olinda, este meu canto
Foi inspirado em teu louvor,
Entre confetes, serpentinas
Venho te oferecer com alegria o meu amor.
Olinda, quero cantar a ti esta canção,
Teus coqueirais, o teu sol, o teu mar,
Faz vibrar meu coração de amor
a sonhar, minha Olinda sem igual,
Salve o teu Carnaval!

Hino da Pitombeira
(Alex Caldas)
A turma da Pitombeira
Na cachaça é a maior
Se a turma não saisse
Não havia carnaval
Se a turma não saisse
Não havia carnaval
Bate bate com doce
Eu também quero
Eu também quero
Eu também quero

Hino de Ceroula
(Milton B. Alencar)
Eu vou este ano à Lua
Não é privilégio
Foguete já tem
Eu quero ver se o carnaval de rua
Collin e Armstrong disseram que tem
Eu quero ver se tem troça que escolha
Como em Olinda que tem a Ceroula
Mas se tiver para mim é legal
Passarei lá na Lua todo o carnaval
Mas se tiver para mim é legal
Passarei lá na Lua todo o carnaval

Um abraço para todos:

Beto L. Carvalho
Carpe Diem
Posted by Hello

quinta-feira, dezembro 30, 2004

Olha a Enquete

Povo que frequenta o Blog da Cultura Brasileira, vamos escolher o melhor disco de 2004, coloquei oito opções, mas podem citar mais algum que eu tenha esquecido...
Não fechem a janela sem votar para que tenhamos noção de quem fez música de qualidade nesse ano que está acabando...

Essas são as opções, indiquem mais nos comentários:

Vagabundo (Ney Matogrosso e Pedro Luís e a Parede)
Acústico (Roupa Nova )
In Cité (Lenine)
Adriana Partimpim (Adriana Calcanhoto)
Navegantes (Zé Renato/Trinadus)
Iaiá( Mônica Salmaso)
Elis e Tom ( Elis Regina e Tom Jobim) Relançamento
Giramundo( Fernanda Porto)

Um abraço para todos:

Beto L. Carvalho
Carpe Diem

Olha o Frevo na Cabeça de Vocês...

Passistas de Frevo

Entrem nesses sites:

Bia
Lu
Fúria do Mar
Escritor Solitário
Cinema, Literatura...
Cine Fila
Som Brasil
MPB Net
Entrecantos
PE A-Z
M-Música
Revista Continente

Ontem eu ia falar nesse tema, mas acabei falando sobre Antônio Nóbrega, então hoje é dia de Frevo aqui no blog...
Vem o carnaval e esse ritmo que faz Frever o folião na melhor festa que tem no Brasil...
Que me perdoem os baianos e cariocas, mas carnaval como o de Olinda e Recife...
Querem conhecer mais desse ritmo que pode ser dividido em três diferentes estilos, o Canção, o de Bloco e o de Rua, cliquem no titulo e entrem num site sobre o Frevo...
Hoje tem seis músicas, pois ficou dificil escolher as melhores representantes desse estilo, então acabei tendo o seguinte critério, escolhi seis compositores que fizeram clássicos e peguei uma de cada:

Valores do Passado
(Edgard Moraes)
Bloco das flores, Andaluzas, Cartomantes
Camponeses, Após Fum e o bloco Um dia Só
Os Corações Futuristas, Bobos em Folia,
Pirilampos de Tejipió
A Flor da Magnólia
Lira do Charmion, Sem Rival
Jacarandá, a Madeira da Fé
Crisântemos Se Tem Bote e
Um Dia de Carnaval
Pavão Dourado, Camelo de Ouro e Bebé
Os queridos Batutas da Boa Vista
E os Turunas de São José
Príncipe dos Príncipes brilhou
Lira da Noite também vibrou
E o Bloco da Saudade,
Assim recorda tudo o que passou.


Evocação n.1
(Nelson Ferreira)
Felinto, Pedro Salgado
Guilherme, Fenelon
Cadê teus Blocos famosos?
Bloco das Flores andaluzas
Pirilampos após Fum
Dos carnavais saudosos!
Na alta madrugada
O coro entoava
Do bloco a marcha-regresso
Que era o sucesso
Dos tempos ideais
Do velho Raul Moraes
Adeus, adeus, minha gente
Que já cantamos bastante...
E Recife adormecida
Ficava a sonhar
Ao som da triste melodia...


Último Regresso
(Getúlio Cavalcanti)
Falam tanto que meu bloco está
Dando adeus prá nunca mais sair
E depois que ele desfilar
Do seu povo vai se despedir
No regresso de não mais voltar
Suas pastoras vão pedir:
Não deixem não
Que um bloco campeão
Guarde no peito a dor de não cantar
Um bloco a mais
É um sonho que se faz
Nos pastoris da vida singular
É lindo ver, o dia amanhecer
Com violões e pastorinhas mil
Dizendo bem
Que o Recife tem
O carnaval melhor do meu Brasil


Recife N.1
(Antônio Maria)
Ô, ô, ô, ô saudade
Saudade tão grande
Saudade que eu sinto
Do Clube das Pás do Vassouras
Passistas traçando tesouras
Nas ruas repletas de lá
Batidas de bombos
São maracatus retardados
Chegando à cidade cançados
Com seus estandartes no ar
Que adianta se o Recife está longe
E a saudade é tão grande
Que eu até me embaraço
Parece que eu vejo
Walfrido Cebola no passo
Aroldo Fatia Colaço
Recife está perto de mim.


A Pisada é Essa
(Capiba)
Quando a vida é boa
Não precisa pressa
Até quarta-feira
A pisada é essa
Prá que vida melhor
Fale quem tiver boca
Eu nunca vi coisa assim
Oh que gente tão louca
Eu quero ver
Carvão queimar
Eu quero ver queimar carvão
Eu quero ver daqui a pouco
Pegar fogo no salão


Bom Demais
(J. Michilles)
Tem mais que estar nessa
Fazendo misura na ponta do pé
Quando o frevo começa
Ninguém me segura.
Vem ver como é
O frevo madruga
Lá em São José
Depois em Olinda
Na praça do Jacaré
Bom demais, bom demais
Bom demais, bom demais
Menina vem depressa
Que esse frevo é bom demais
Bom demais, bom demais
Bom demais, bom demais
Menina vamos nessa
Que esse frevo é bom demais.

Um abraço para todos:

Beto L. Carvalho

Carpe Diem Posted by Hello

quarta-feira, dezembro 29, 2004

O Multi Artista de Volta


Os sites que indico:

Bia
Lu
Fúria do Mar
Escritor Solitário
Cinema, Literatura...
Cine Fila
Som Brasil
MPB Net
Entrecantos
PE A-Z
M-Música
Revista Continente


Estava certo de falar sobre frevo hoje no blog, mas quando cheguei em casa estava passando na TV Cultura um programa com Antônio Carlos Nóbrega, um especial que já tinha assistido e é muito interessante...
Então vi que tinha falado sobre ele na segunda semana do blog e resolvi repetir a homenagem, pois a cultura nordestina não tem maior representante, o engraçado é que foi o primeiro comentário da minha parceira Lu aqui no blog...
Ele criou em São Paulo o Teatro Brincante, cliquem ai no nome e vejam o site desse brilhante projeto, já gravou vários discos inclusive com o Quinteto Armorial na década de 70, no titulo tem o link para o seu site oficial e embaixo da foto, no seu nome, tem o link para a outra homenagem feita a ele aqui...
As músicas de hoje são os titulos dos três primeiros discos respectivamente, a última tem no primeiro e no terceiro disco e espero que todos se inspirem para conhecer esse multi artista:

Na Pancada Do Ganzá
(Antonio Nóbrega / Wilson Freire)
Eu estava em casa mastigando o pensamento,
Olhando pro firmamento, que era noite de luar.
E de repente uma estrela cadente,
Piscando na minha frente, parou pra me falar.
Ela me disse: meu poeta camarada,
Tome aqui, quero lhe dar um presente magistral.
E foi tirando do seu peito colossal
Um instrumento real que ela chamava Ganzá.
Meu ganzá, meu ganzarino, meu ganzarino real,
gira o mundo, treme a terra,e eu na pancada do ganzá.
Quando eu peguei meu ganzá pra cantar coco
Eu pensei que tava louco, eu não pude acreditar,
Pois na primeira batida da minha mão
Meu ganzá caiu no chão e deitou logo a falar:
Salve o coquista que chegou de longe agora
Você veio bem na hora de poder me resgatar da solidão
Onde eu tenho vivido, onde têm me escondido para eu não me revelar.
Sou um instrumento pequeno, feio, chinfrim
Que trago dentro de mim basculho pra sacolejar,
Garrafa velha qualquer coisa reciclada
Dou beleza ritmadaquando vêm me balançar.
Dou marcaçãopro samba, pro fox-trote
Pro baião, forró e xote e o que mais venham inventar.
E o que vier, até som do outro mundo,
Sou primeiro sem segundo na arte de ritmar.
E o ganzá se colou na minha mão,
Apertei ele e então senti forte um balançar.
Fazia assim: tum, tum, tum, tum, tum, tum, tum
Como no peito o baticum que tá pronto pra amar.
E fui cantando, fui dizendo ao ganzarino:
Te conheço de menino mas hoje fui te encontrar.
Ele falou: te conheço há bem mais tempo
Mas não vai ter contratempo que possa nos separar.
E disse mais: meu cantor, meu menestrel,
Eu conheço esses céus antes de Cabral chegar;
Pode ir me ver onde eu fui desenhado:
Pelo pré-homem datado lá na Pedra do Ingá.
Eu aprendi sobre ele e ele de mim,
E tem sido sempre assim e assim sempre será,
Pois nessa vida quem ensina sempre aprende
E a gente mais entende o que foi e o que virá.
Fomos cantandoo país do futebol,
D'Amazônia, praia e sol do Babau, do Boi-Bumbá
do São João, da Cavalhada do Repente,
Da Congada da Catira e do Guará
Esse país, feio, rico, pobre, lindo
Que eu não sei pr'onde tá indomas eu sei que chega lá.
Fomos ouvir a floresta tropical, o sertão,
O litoral ver a seca, a preamar por isso eu digo, meu amigo, camarada
Se não tá fazendo nada por que cê não vem pra cá?
Tire a gravata do pescoço, solte o nó, abra o peito e o gogó
Eu, você e meu ganzá.


Madeira que Cupim não Rói
(Capiba)
Madeira do Rosarinho
Vem à cidade sua fama mostrar,
E traz com seu pessoal
Seu estandarte tão original.
Não vem pra fazer barulho,
Vem só dizer, e com satisfação:
Queiram ou não queiram os juízes,
O nosso bloco é de fato o campeão!
E se aqui estamos cantando essa canção,
Viemos defender a nossa tradição,
E dizer bem alto que a injustiça dói,
Nós somos madeira de lei que cupim não rói.

Pernambuco Falando para o Mundo
(Antonio Nóbrega / Wilson Freire)
Pernambuco, preaca, pife e pandeiro
Esse é o encontro, é essa emoção
Rainhas e reis, reisado e rojão
Negros nagôs, navios negreiros
Ascenso, arrecife, angolas-arteiros
Maraca, mascates e maracatu
Baião, berimbau, batuque Bantu
Usina, umbigada, umburana, umbuzal
Capiba, calunga, calor, carnaval
Oxossi, Obá, Oxum, Olodu
Sou braço de mar, um rio caudaloso
No sertão sou seco, na mata estourado
Eu, nos arrecifes, um mar furado
A cova dos rios, salgado e formoso
E nesse meu céu azul luminoso
Ao sul de estrelas cruzeiro avistei
Por ele à noite no mar me guiei
Eu sou Paranã, sou Paranabuco
Falando pro mundo eu sou Pernambuco
A ler meu Brasil aqui comecei
Se alguém me escutar tinindo a garganta
Verá que meu canto desvenda segredos
Acaba mistérios, destrói todos medos
Herdeiro da voz sou de Dona Santa
Meu canto é sangue, é pedra que encanta
Desterra o tesouro no chão mais profundo
Eu sou um cantante, eu sou Viramundo
Se estou azougado, ninguém me segura
Acima de mim, só Deus nas alturas
Eu sou Pernambuco falando pro mundo

Chegança
(Antonio Nóbrega/Wilson Freire)
Sou Pataxó, sou Xavante e Cariri,
Ianonami, sou Tupi, Guarani, sou Carajá.
Sou Pancaruru, Carijó, Tupinajé,
Potiguar, sou Caeté, Ful-ni-o, Tupinambá.
Depois que os mares dividiram os continentes quis ver terras diferentes.
Eu pensei: vou procurar um mundo novo, lá depois do horizonte,
Levo a rede balançante pra no sol me espreguiçar
Eu atraquei num porto muito segura,
Céu azul, paz e ar puro, botei as pernas pro ar.
Logo sonheri que estava no paraíso,
Onde nem era preciso dormir para se sonhar.
Mas de repente me acordei com a surpresa:
Uma esquadra portuguesa veio na praia atracar.
De grande Nau, um branco de barba escura,
Vestindo uma armadurame apontou pra me pegar.
E assustado dei um pulo da rede, pressenti a fome, a sede,
Eu pensei: "vão me acabar".
Me levantei de borduna já na mão.
Ai, senti no coração, o Brasil vai começar.

Um abraço para todos:

Beto L. Carvalho
Carpe Diem
Posted by Hello

terça-feira, dezembro 28, 2004

O Cinema na Televisão

Canal Brasil

O links:

http://www.mpbnet.com.br/
http://www.biasaldanha.blogger.com.br//
http://www.lubarbosa.blogger.com.br/
http://furiadomar.blogspot.com/
http://www.sombrasil.com.br/
http://www.cine-fila.blogger.com.br/
http://www.entrecantos.com/
http://www.pe-az.com.br/
http://www.m-musica.com/
http://www.continentemulticultural.com.br/
http://s16comunicacao.blogspot.com/
http://escritorsolitario.blogspot.com/

Hoje eu mudo o tema do blog para falar de um grande proposta de resgate da cultura brasileira que é o Canal Brasil que pertenca ao sistema Globosat e é exibido para quem possue Sky ou Net...
Dss Chanchadas da Atlântida até Bicho de Sete Cabeças que passará agora em janeiro, do Cinema Novo até esse resgate do final dos anos 90, sempre está sendo mostrado um filme interessante...
No titulo, voltamos a ter um link para que vocês conheçam um pouco mais da programação do canal...
Quem pode falar com mais propriedade desse canal é a Bia que tem um blog sobre cimema muito legal...
E foi por causa dela que me lembrei de falar desse canal. pois passei um bom tempo sem tv por assinatura aqui em casa, e ela tinha falado num programa de Oswaldo Montenegro chamado Tipos que não tive oportunidade de assistir, mas deve ser bem interessante, então resolvi escolher dois cantores que possuem programas lá, um é o próprio citado anteriormente e teremos as duas primeiras músicas dele, que são letras muito legais, e a segunda é uma das cantoras mais polêmicas da MPB, que tem um programa chamado Escândalo, que é a Angela Rô Rô, mas apesar da fama dela e do nome do programa é muito bom, dela teremos as duas últimas:

Sempre Não é Todo Dia
(Oswaldo Montenegro/Mongol)
Eu hoje acordei tão só
Mais só do que eu merecia
Olhei pro meu espelho e há!
Gritei o que eu mais queria
Na fresta da minha janela
Raiou vazou a luz do dia

Entrou sem me pedir licença
Querendo me servir de guia
E eu que já sabia tudo
Das rotas da astrologia
Dancei e a cabeça tonta
O meu reinado não previa
Olhei pro meu espelho e há!
Meu grito não me convencia
Princesa eu sei que sou pra sempre
Mas sempre não é todo dia
Botei o meu nariz a postos
Pro faro e pro que vicia
Senti teu cheiro na semente
Que a manhã me oferecia
Eu hoje acordei tão só
Mais só do que eu merecia
Eu acho que será pra sempre
Mas sempre não é todo dia
Eu hoje acordei tão só
Mais só do que eu merecia
Olhei pro meu espelho e há!
Gritei o que eu mais queria
Na fresta da minha janela
Raiou vazou a luz do dia
Entrou sem me pedir licença
Querendo me servir de guia
E eu que já sabia tudo
Das rotas da astrologia
Dancei e a cabeça tonta
O meu reinado não previa
Eu hoje acordei tão só

Mas só do que eu merecia
Eu acho que será pra sempre

Travessuras
(Oswaldo Montenegro)
Eu insisto em cantar
Diferente do que ouvi
Seja como for recomeçar
Nada mas a que há de vir
Me disseram que sonhar
Era ingênuo, e daí?
Nossa geração não quer sonhar
Pois que sonhe, a que há de vir
Eu preciso é te provar que ainda sou o mesmo menino
Que não dorme a planejar travessuras
E fez do som da tua risada um hino.
Me disseram que sonhar
Era ingênuo, e daí?
Nossa geração não quer sonhar
Pois que sonhe, a que há de vir
Eu preciso é te provar
Que ainda sou o mesmo menino
Que não dorme a planejar travessuras

Amor, meu Grande Amor
(Ângela Rô Rô/Ana Terra)
Amor, meu grande amor
Não chegue na hora marcada
Assim como as canções como as paixões
E as palavras
Me veja nos seus olhos
Na minha cara lavada
Me venha sem saber
Se sou fogo ou se sou agua
Amor, meu grande amor
Me chegue assim bem de repente
Sem nome ou sobrenome
Sem sentir o que não sente
Que tudo que ofereço
É meu calor, meu endereço
A vida do teu filho
Desde o fim até o começo
Amor, meu grande amor
Só dure o tempo que mereça
E quando me quiser
Que seja de qualquer maneira
Enquanto me tiver
Que eu seja a ultima e a primeira
E quando eu te encontrar, meu grande amor
Me reconheça
Amor, meu grande amor
Que eu seja a ultima e a primeira
E quando eu te encontrar,meu grande amor
Por favor, me reconheça


Simples Carinho
(João Donato/ Abel Silva)
Amar e sofrer, eu vou te dizer
Mas vou duvidar
Querendo ou não
O meu coração já quer se entregar
Não falta lembrança, aviso, cobrança
Você vai por mim
Mas feito criança
Lá vou na esperança
Eu sou mesmo assim
Quem sabe até meu destino
Amor sem espinhos
Sou mel da sua boca, calor dos abraços
E tantos beijinhos
Se o sonho acabou, não sei meu amor
Nem quero saber
Só sei que ontem à noite
Sorrindo acordada
Sonhei com você
Às vezes até na vida é melhor
Ficar bem sozinho
Pra gente sentir qual é o valor
De um simples carinho
Te sinto no ar, na brisa do mar
Eu quero te ver
Pois ontem à noite
Sonhando acordada

Dormi com Você

Um abraço para todos:

Beto L. Carvalho
Carpe Diem
Posted by Hello

segunda-feira, dezembro 27, 2004

Um Amigo Realizando um Sonho 2

Geraldinho Lins abrindo show para Elba Ramalho
Eu indico:

http://www.mpbnet.com.br/
http://www.biasaldanha.blogger.com.br//
http://www.lubarbosa.blogger.com.br/
http://furiadomar.blogspot.com/
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http://www.entrecantos.com/
http://www.pe-az.com.br/
http://www.m-musica.com/
http://www.continentemulticultural.com.br/
http://s16comunicacao.blogspot.com/
http://escritorsolitario.blogspot.com/

Acabei de chegar do show de gravação do disco ao vivo de Geraldinho Lins e fiquei muito feliz com o sucesso desse meu amigo, pois ele merece já está na batalha a bastante tempo...
O povo cantando Amor do Sertão, o maior sucesso dele, foi de emocionar a galera que estava por lá e acompanha a sua carreira desde o inicio...
Na imagem de hoje tem uma foto do show que ele abriu para Elba no Teatro da UFPE no inicio desse ano...
Que venha agora o Galo da Madrugada, onde ele irá sair comandando um Trio Elétrico...
As músicas de hoje seguem a proposta de ontem, as duas primeiras são do primeiro disco solo dele de 1998 e as últimas são duas de Lenine que falam de Pernambuco e Recife respectivamente, a terceira ele tocava no Flor da Pele e a quarta está no repertório do trio:

Canto à Olinda
(Geraldo Lins)
Vou comparar teus olhos com aquela lua
Vou mergulhar no embalo desse meu cantar
Eu vou pra lá, vou te levar
A concha vai reproduzindo
Os acordes do mar
De tempo em tempo
Vai crescendo a vontade de te encontrar
Foi lá ladeira,
Foi na figura feminina de Olinda
Que eu encontrei você
Foi na Ribeira
Foi na figura colorida das Olindas
Tava louco para te ver

Que Bom que Era
(Geraldo Lins)
Que bom que era e sempre será constante
Buscar o teu olhar num breve amanhecer
Escute o canto de um certo viajante
Que neste instante sente falta de você
Os sentimentos desenvolvem pensamentos
Alinhamento de um ser com outro ser
Interagindo com teus olhos diamantes
O quanto antes eu puder quero te ter
Fazemos parte de um corpo que habita
A face ampla e desejada do amor
É importante que sejamos sempre livres
Para sentir verdade, alegria e dor
A congruência de nossa sinceridade
É a real vontade de te abraçar
E é buscando fazer jus a tudo isso
Que eu faço o que for preciso
Pra poder te reencontrar

Leão do Norte
(Lenine/Paulo Cesar Pinheiro)
Sou o coração do folclore nordestino
Eu sou Mateus e Bastião do Boi Bumbá
Sou o boneco do Mestre Vitalino
Dançando uma ciranda
Em Itamaracá
Eu sou um verso de Carlos Pena Filho
Num frevo de Capiba
Ao som da orquestra armorial
Sou Capibaribe
Num livro de João Cabral
Sou mamulengo de São Bento do Una
Vindo no baque solto do Maracatu
Eu sou um alto de Ariano Suassuna
No meio da Feira de Caruaru
Sou Frei Caneca do Pastoril do Faceta
Levando a Flor da Lira
Pra Nova Jerusalém
Sou Luis Gonzaga
Eu sou mangue também
Eu sou mameluco
Sou de Casa Forte
Sou de Pernambuco
Sou o Leão do Norte
Eu sou mameluco
Sou de Casa forte
Sou de Pernambuco
Eu sou o Leão do Norte
Sou Macambira de Joaquim Cardoso
Banda de Pífano no meio Canavial
Na noite dos tambores silenciosos
Sou a calunga revelando o Carnaval
Sou a folia que desce lá de Olinda
O homem da meia-noite
Puxando esse cordão
Sou jangadeiro
Na festa de Jaboatão

Minha Cidade (Menina dos Ohos do Mar)
(Lula Queiroga/ Lenine/Zé Braw)
Minha cidade menina dos olhos do mar
Dos rios que levam meu coração
Do sol que começa à raiar
É por você que eu peço na minha loa
Por essa gente tão boa abre um sorriso e cantar
Minha cidade das vilas, dos manguezais
Dos altos e dos coqueiros da fé que move o futuro
Oh, Conceição, Senhora, abençoai essa cidade
Que só quer crescer e ser feliz
Recife eu te dou meu coração
Recife eu te dou...
Olha o Recife da grande festa popular
Dos bravos guerreiros que a história nos deu
Dos arranha-céus e sobrados
É prá você que a gente oferece a loa
Prá essa terra tão boa abre a janela e cantar
Minha cidade menina dos olhos do mar
Dos mascates, dos mercados das pontes
Dos tempos de Holanda
Oh, Conceição, senhora, abençoai o meu Recife
Que só quer crescer e ser feliz
Teus bairros mostram a coragem residente
E reflete a luta no olhar dessa gente humilde
Que procura vencer ensina ao Recife
E ao mesmo tempo aprender minha cidade
Em evidência, silêncio e harmonia
Com a beleza da noite e a intensidade do dia
Vamos lembrar dos mestres e poetas
Vamos lembrar dos que fizeram do Recife
Essa festa vamos lembrar frei caneca,
Ascenço Ferreira Nelson Ferreira,
Brennand, Canibal, Capiba,
João Cabral, Chico Science, Josu,
Vamos lembrar dos batutas de São José
Mestre Salú, Ariano, Zero quatro, Roger
Daqui do Alto Zé do Pinho, mandando prá você
Da Nação Zumbi, nação Pernambuco, mangaba,
Faceta, Faces do Subúrbio...
É o Recife que o povo daqui descobriu
Do marco zero para o ano 2000

Um abraço para todos:

Beto L. Carvalho
Carpe Diem
Posted by Hello

domingo, dezembro 26, 2004

Um Amigo Realizando um Sonho

É Hoje!!!!
Os sites que indico:

http://www.mpbnet.com.br/
http://www.biasaldanha.blogger.com.br//
http://www.lubarbosa.blogger.com.br/
http://furiadomar.blogspot.com/
http://www.sombrasil.com.br/
http://www.cine-fila.blogger.com.br/
http://www.entrecantos.com/
http://www.pe-az.com.br/
http://www.m-musica.com/
http://www.continentemulticultural.com.br/
http://s16comunicacao.blogspot.com/
http://escritorsolitario.blogspot.com/

Hoje é o dia da gravação do CD ao vivo desse meu amigo e eu gostaria de pela terceira vez falar alguma coisa sobre ele, já que aprendi muito na época da banda Flor da Pele, no Colégio Nóbrega e se hoje eu tenho essa vontade de divulgar artistas que não tem muito espaço na mídia e que fazem um trabalho interessante...
Vamos todos para a gravação desse disco...
Amanhã eu conto como foi o show e coloco um pouco mais de Geraldo Lins...
Hoje eu vou colocar quatro músicas que tem uma história, pois as duas primeiras eu as conheci nessa fase que citei acima e as duas últimas são dele que me lembram os bons tempos do Flor da Pele:

Cheiro Da Saudade
(Alceu Valença)
Quando te lembras
Do cheiro de minha carne
Cheiro de mares
Cheiro de bares
Do Bar do Trevo
E tuas ventas
Sentem o cheiro da saudade
Quintais, pomares
Cheiro do cravo
Dos meus cabelos
Te dá vontade
De beijar a minha boca
E ficas louca
Como quem arde
Tu não te lembras
Que o meu cheiro
Acelera o coração
É feito lança
É flor-de-cheiro
É como brilho
Da paixão

Lambada de Serpente
(Djavan)
Cuidá dum pé de milho,
Que demora na semente
Meu pai disse meu filho,

Noite fria, tempo quente
Lambada de serpente

A traição me enfeitiçou
Quem tem amor ausente

Já viveu a minha dor
No chão da minha terra,

Um lamento de corrente
Um grão de pé de guerra,

Pra colher dente por dente

Poeta Cantador
(Geraldo Lins)
Canto um repente, pra falar de nossa gente
Quer viver dignamente, quer a viola tocar
Puxa um fole na sanfona cheira a nega no gangote
Vou cantar lá pelo Norte, poesia nordestina
Divulgada na Argentina, Bariloche, Cuiabá
Viro A noite pelo avesso, sou poeta cantador
Morena reconheço, com seu jeito tentador
Você me mata de amor, caatinga seca o açude vai secando
E a vida vai mudando novamente devagar
Religião e a crença popular, reza para
Padim Ciço não deixar tudo acabar
Tem Lampião, o terror da região
Cabra macho desbravador, das entranhas do sertão
Tem casamento na noite de São João
A fogueira tá acesa, tem forró a noite inteira
É Maria com João

Tão Longe, tão Perto
(Geraldo Lins/ Naldo Marques/ PC Bernardes)
O meu chapéu de couro, meu maracatu virado
Os meus sonhos de artista, se encontram de repente
Com sotaque misturado carioca com paulista
Essa esquina do destino fez nascer no coração
Um desejo muito forte de juntar o sul e o norte
Juntar frevo, samba , xote, juntar rock com baião
As raízes diferentes outras terras, outros nomes
Mas os versos davam certo, a paixão mostrou pra gente
Que o que parecia longe, na verdade era tão perto
Lá de baixo ou cá de cima, emoção não tem fronteira
De repente a vida ensina, que raiz paixão e sina
Muito mais que nordestina é uma rima brasileira
Juntou chopp com cachaça, shopping center com sertão
Molecada com coroa, juntou muita gente boa
Juntou os filhos da garoa com os filhos do Nação


Um abraço para todos:

Beto L. Carvalho
Carpe Diem
Posted by Hello