quarta-feira, outubro 26, 2005

Uma Opinião sobre um Grande Show

Uma Voz que Emociona


Hoje eu prometi e vou cumprir, só que quem não vai falar do show de Lucinha Guerra não sou eu é a uma pessoa muito especial para mim e posso dizer que é Primeira Dama do blog que fez uma resenha sobre o show maravilhosa...
Então com vocês:



PRECIOSAS "PÉROLAS NEGRAS"
Lucinha Guerra interpreta músicas de compositores brasileiros negros em seu novo show


Por Mirella Alves



Diz uma lenda árabe que a pérola leva às profundezas do mar um pouco da luz do luar. A pérola negra perfeita é raríssima: a cada mil, apenas uma é encontrada nessas condições, resultado de uma "gestação" de oito anos, nas águas do Pacífico Sul, razão pela qual é considerada preciosa. E esses são dois adjetivos muito apropriados para qualificar o novo show da cantora Lucinha Guerra: raro e precioso - e cheio de luz, como sugere o próprio nome da cantora. Sim, porque Lucinha é uma cantora rara com um repertório precioso. Intitulado "Perólas Negras", o show reúne músicas de grandes compositores negros da música popular brasileira, sobretudo dos sambistas.


Cartola, Candeia, Ataulfo Alves, Luiz Melodia, entre outros, são alguns dos escolhidos para serem interpretados. E "interpretados" na acepção mais profunda da palavra porque Lucinha dá a sua assinatura pessoal ( vocal e corporal ) a essas canções imrotalizadas na memória das pessoas, porém jamais vistas e ouvidas de maneira tão soberba e emocionante, peculiaridades encontradas em uma cantora da estirpe dela.


Madura e com uma voz afinada e forte, resultado de um longo e esmerado trabalho, Lucinha, como boa pernambucana que é, ainda nos presenteia Luiz Gonzaga, Selma do Coco e Jackson do Pandeiro, muito bem representados por interpretações impecáveis abrilhantadas pelos músicos talentosos que a acompanham. São eles: Paulinho - polivalente na percussão, Anderson que faz a marcação do samba com uma grande revelando bastante intimidade com o surdo, Índio Felipe que, por vezes, temos a impressão que o seu cavaquinho também irá cantar e Alex que dedilha dadivosamente as 6 cordas de seu violão.


Um grande show que, sem dúvida, agradará não só aos amantes do samba, que ficarão impressionados com "o samba que corre na veia" de Lucinha, como também, e principalmente, aos amantes da boa música. Portanto, não se espantem ( ou melhor, se surpreendam sim ) se ao final da apresentação chegarem à conclusão que em "Pérolas Negras", a verdadeira jóia que brilha é, sem dúvida, Lucinha Guerra.


Um abraço para todos:

Beto L. Carvalho
Carpe Diem

terça-feira, outubro 25, 2005

Um Show de Uma Grande Amiga


Um Grande Amiga Talentosa

Hoje tem o show de uma grande amiga e como não poderia deixar passar em branco falar desse talento feminino da MPB pernambucana...
Lucinha Guerra eu a conheço já tem um tempinho e só a pouco descobri esse talento e com isso me tornei fã a ponto de criar uma comunidade no orkut que vocês acessam clicando no titulo
Amanhã irei falar do show para quem não pode ir, mas espero que todos estejam lá e prestigiem...
As músicas de hoje são de artistas que estarão no repertório do show:

Teatro Capiba, no SESC Casa Amarela, as 20:00h 27/10

Rosa
(Pixinguinha e Otávio de Souza)
Tu és, divina e graciosa
Estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente
Aqui nesse ambiente de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
Teu coração junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado sobre a rósea cruz
Do arfante peito seu
Tu és a forma ideal
Estátua magistral oh alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração sepultas um amor
O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza
Perdão, se ouço confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh flor meu peito não resiste
Oh meu Deus o quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar
Em conduzir-te um dia
Ao pé do altar
Jurar, aos pés do onipotente
Em preces comoventes de dor
E receber a unção da tua gratidão
Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos
Hei de envolver-te até meu padecer
De todo fenecer


Chiclete Com Banana
(Gordurinha /Almira Castilho)
Eu só ponho be-bop no meu samba
Quando o Tio Sam pegar um tamborim
Quando ele pegar no pandeiro e no zabumba
Quando ele entender que o samba não é rumba
Aí eu vou misturar Miami com Copacabana
Chicletes eu misturo com banana
E o meu samba vai ficar assim
Quero ver a grande confusão
É o samba-rock meu irmão
É mas em compensação
Eu quero ver o boogie-woogie de pandeiro e violão
Quero ver o Tio Sam de frigideira
Numa batucada brasileira


As Rosas Não Falam
(Cartola)
Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão enfim
Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar para mim
Queixo-me às rosas, mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti
Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhava meus sonhos
por mim

Boiadero
(Armando Cavalcanti / Klecius Caldas)
Vai, boiadeiro, que a noite já vem
Guarda o teu gado
E vai pra junto do teu bem
De manhãzinha quando eu sigo pela estrada
Minha boiada pra invernada eu vou levar
São dez cabeças, é muito pouco, é quase nada
Mas num tem outras mais bonitas no lugar
Vai, boiadeiro, que o dia já vem
Leva o teu gado
E vai pensando no teu bem
De tardezinha quando eu venho pela estrada
A fiarada tá todinha a me esperar
Todas feinha, é muito pouco, é quase nada
Mas num tem outros mais bonitos no lugar
Vai, boiadeiro, que a tarde já vem
Leva o teu gado
E vai pensando no teu bem
E quando eu chego na cancela da morada
Minha Rosinha vem correndo me abraçar
É pequenina, é miudinha, é quase nada
Mas num tem outra mais bonita no lugar
Vai, boiadeiro, que a noite já vem...
Guarda o teu gado
E vai pra junto do teu bem

Um abraço para todos:

Beto L. Carvalho