quarta-feira, novembro 16, 2005

Uma Resenha Teatral

Uma Peça da Obra desse Mestre



Mais uma resenha da primeira dama que me estimula a continuar esse projeto que muito me orgulha, obrigado Milla...


UMA HISTÓRIA PARA RIR E CHORAR
Em cartaz no Teatro Armazém a peça "Fernando e Isaura", adaptação do texto homônimo de Ariano Suassuna.


Por Mirella Alves


Estreou semana passada, no Teatro Armazém, a peça "Fernando e Isaura", adaptação da obra homônima de Ariano Suassuna, primeiro romance do escritor datado de 1956, dirigida por Carlos Carvalho e produzida pela Remo Produções.

A história é ambientada no Sertão Alagoano, às margens do Rio São Francisco, entre cidades que possuem os mais variados tipos humanos revelando um lugar singular e, ao mesmo tempo, plural culturalmente. Os atores se revezam entre vários personagens, com exceção de Bobby Mergulhão e de Paula de Renor que interpretam o Fernando e a Isaura. E esses outros personagens que "cruzam' a vida do casal, em torno do qual gira a trama, dão um espetáculo à parte e são responsáveis pelas passagens mais hilárias ( porém não menos dramáticas ) da peça. São momentos cômicos sobre particularidades do cotidiano daquela região mostrados de forma inteligente, com um humor refinado, nunca caricato. Destaque para Marcelino Dias, tão envolvente na generosa interpretação de seus 4 apaixonatens personagens; e Carlos Lira, que conferes aos seus 7 personagens, embora tão distintos, um toque de humor peculiar. Vale salientar ainda a atuação de Ana Montarroyos e Cira Ramos, deliciosamente divertidas e agradáveis, e Sérgio Gusmão que insere em seus 2 papéis uma dramaticidade tão intensa que sugere todas as emoções ( e, de fato, emociona ) sentidas, muitas vezes, com um simples gesto ou atitude.

A trilha sonora é executada ao vivo e de forma precisa pelo Grupo SáGrama, que está soberbo - e não podeia ter sido melhor a posição que ocupam no teatro: NO ALTO. Sérgio Campelo ( do SáGrama ) é ainda o autor da trilha original - a canção tema de Isaura é belíssima - e assina a direção musical.

A montagem já havia sido encenada há cerca 2 anos pela mesmo Remo Produções que hoje produz ( leia-se Paula de Renor ), numa adaptação aprovada pelo próprio Ariano, mas foram poucas as apresentações: apenas 18. Graças ao patrocínio dos Correios e do Funcultura, o espetáculo volta à cena e em temporada popular, facilitando o acesso do público e ressaltando a importância do apoio de grandes empresas e do governo através de subsídios destinados à producão cultural.

O público agradece.


Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

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