domingo, novembro 21, 2004

Olha Mais uma Cantora Para se Conhecer

Esses são os sites para vocês conhecerem:

http://www.mpbnet.com.br/
http://www.biasaldanha.blogger.com.br/
http://www.lubarbosa.blogger.com.br/
http://furiadomar.blogspot.com/
http://www.sombrasil.com.br/
http://www.cine-fila.blogger.com.br/
http://www.entrecantos.com/
http://www.pe-az.com.br/
http://www.m-musica.com/
http://www.continentemulticultural.com.br/
http://s16comunicacao.blogspot.com/
http://escritorsolitario.blogspot.com/

Hoje é uma mineira aqui no blog:

Consuelo de Paula

Uma das grandes surpresas dos últimos anos que eu escutei indicado por uma grande amiga que trabalhava comigo, Sandra, fiquei impressionado com a voz dessa cantora, maravilhosante interpretando, Antônio Nóbrega, Alceu Valença e tantos outros no seu primeiro CD...
Eu estou deixando no titulo o link para vocês entrarem no site oficial dela e conhecerem um pouco mas dessa excelente artista...
As músicas de hoje são do primeiro disco dela e além dos citados acimas, as duas últimas, tem também uma das músicas que considero um primor e que foi gravada por Renato Braz, é a primeira, a segunda é uma regravação da grande Clara Nunes:

Anabela
(Mário Gil/Paulo César Pinheiro)
No porto de vila velha
Vi Anabela chegar
Olho de chama de vela
Cabelo de velejar
Pele de fruta cabocla
Com a boca de cambucá
Seios de agulha de bússola
Na trilha do meu olhar
Fui ancorando nelanaquela ponta de mar
No pano do meu veleiro

Veio anabela deitar
Vento eriçava o meu pelo
Queimava em mim seu olhar
Seu corpo de tempestade
Rodou meu corpo no ar
Com mãos de rodamoinho
Fez o meu barco afundar
Eu que pensei que fazia

Daquele ventre meu cais
Só percebi meu naufrágio
Quando era tarde demais
Vi anabela partindo

Pra não voltar nunca mais

Portela na Avenida
(Mauro Duarte/Paulo César Pinheiro)
Portela eu nunca vi coisa mais bela
Quando ela pisa a passarela
E vai entrando na avenida
Parece a maravilha de aquarela que surgiu
O manto azul da padroeira do brasil
Nossa senhora aparecida
Que vai se arrastando
E o povo na rua cantando
É feito uma reza, um ritual
É a procissão do samba abençoando
A festa do divino carnaval
Portela é a deusa do samba, o passado revela

E tem a velha guarda como sentinela
E é por isso que eu ouço essa voz que me chama
Portela sobre a tua bandeira, esse divino manto
Tua águia altaneira é o espírito santo
No templo do samba
As pastoras e os pastores

Vêm chegando da cidade, da favela
Para defender as tuas cores
Como fiéis na santa missa da capela
Salve o samba, salve a santa, salve ela

Salve o manto azul e branco da portela
Desfilando triunfal sobre o altar do carnaval

Na Pancada do Ganzá
(Antonio Nóbrega/Wilson Freire)
Eu estava em casa mastigando o pensamento
Olhando pro firmamento que era noite de luar
E de repente uma estrela cadente
Piscando na minha frente parou pra me falar
Ela me disse meu poeta camarada
Tome aqui, quero lhe dar um presente magistral
E foi tirando do seu peito colossal
Um instrumento real que ela chamava ganzá
Meu ganzá, meu ganzarino meu ganzarino real

Gira o mundo, treme a terra e eu na pancada do ganzá
Quando eu peguei meu ganzá pra cantar coco

Eu pensei que tava louco
Eu não pude acreditar pois na primeira batida da minha mão
Meu ganzá caiu no chão e deitou logo a falar
Salve o coquista que chegou de longe agora
Você veio bem na horade poder me resgatar
Da solidão onde eu tenho vivido
Onde têm me escondido para eu não me revelar
Meu ganzá, meu ganzarino meu ganzarino real

Gra o mundo, treme a terra e eu na pancada do ganzá
Sou um instrumento pequeno, feio, chinfrim

Que trago dentro de mim basculho pra sacolejar
Garrafa velha qualquer coisa reciclada
Dou beleza ritmada quando vêm me balançar
Dou marcação pro samba, pro fox-trote
Pro baião, forró e xote e o que mais venham inventar
E o que vier até som do outro mundo
Sou primeiro sem segundona arte de ritmar
Meu ganzá, meu ganzarino meu ganzarino real
Gira o mundo, treme a terra e eu na pancada do ganzá
E o ganzá se colou na minha mão apertei ele

E então senti forte um balançar
Fazia assimtum tum tum tum tum tum tum
Como no peito o baticum que tá pronto pra amar
Fomos cantando o país do futebol
Da amazônia, praia e soldo babau, do boi-bumbá
Do carnaval do são joão, da cavalhada
Do repente, da congada da catira e do guará
Esse país, feio, rico, pobre, lindo
Que eu não sei pr'onde tá indomas eu sei que chega lá
Fomos ouvir a floresta tropical
O sertão, o litoral ver a seca, a preamar

Espelho Cristalino
(Alceu Valença /Folclore Alagoano)
Essa rua sem céu, sem horizontes
Foi um rio de águas cristalinas
Serra verde molhada de neblina
Olho d'agua sangrava numa fonte
Meu anel cravejado de brilhantes
São os olhos do capitão corisco
E é a luz que incendeia meu ofício
Nessa selva de aço e de antenas
Beija-flor estou chorando
Suas penas derretidas na insensatez do asfalto
Mas eu tenho meu espelho cristalino

Que uma baiana me mandou de maceió
Ele tem uma luz que alumia
Ao meio-dia clareia a luz do sol
Que me dá o veneno da coragem

Pra girar nesse imenso carrossel
Flutuar e ser gás paralisante
E saber que a cidade é de papel
Ter a luz do passado e do presente
Viajar pelas veredas do céu
Pra colher três estrelas cintilantes
E pregar nas abas do meu chapéu
Vou clarear o negror do horizonte
É tão brilhante a pedra do meu anel

Um grande abraço para todos:

Beto L. Carvalho
Carpe Diem

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