quarta-feira, dezembro 08, 2004

Os Caras do Pé de Calçada

O Blog da Cultura Brasileira indica:

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Voltamos para Pernambuco:


Mestre Ambrósio

Um grupo formado na época do auge do Movimento Mangue, que fazia um forró que ná era pé de serra e sim pé de calçada, uma linha mais urbana...
Hoje em dia praticamente eles já não estão em atividade o que entristece toda uma galera que curtia o som deles...
Siba com sua Fuloresta do Samba, Eder "O" Rocha com seu "Circo", Helder com seu trabalho de ator e dançarino e os outros também com seus trabalhos solos, vão mostrando sua versatilidade e conquistando todo o Brasil, como oficialmente ainda não acabou, espero que um dia eles se reunam e voltem a fazer o pé de calçada com muita competência...
O site deles está desatualizado, mas como não existe nenhum outro, cliquem no titulo e entrem lá...
As músicas de hoje estão no segundo disco deles, sendo que as três últimas também estão no primeiro, que eu considero o melhor deles e a derradeira só está neste primeiro:

Fuá Na Casa De Cabral
( Siba/ Helder Vasconcelos)
Naquele Brasil antigo
Perdido no desengano
Seu Cabral chegou nadando
E não preocupou com nada
Deu ordem à rapaziada
Mandou barrer o terreiro
Me chame o pai do chiqueiro que hoje eu quero forró,
Toré, samba, catimbó que eu já virei brasileiro
Foi gente de todo tipo
Na festa de seu Cabral
Português de Portugal
Raceado no Oriente
Negão bebeu aguardente
Caboclo foi na Jurema
Seu Cabral pediu um tema
Danou-se a cantar poesia
Até amanhecer o dia
Numa viola pequena
No fim da festa e da farra
Cabral não sentiu preguiça
Mandou logo rezar a missa
Pra ficar aliviado
Chamando o padre, apressado
Mandou começar ligeiro
Botando ordem no terreiro
Com seu maracá na mão
Jurando pelo alcorão
Que era crente verdadeiro
Mas na hora da verdade
Quando passou a cachaça
Seu Cabral sentou na praça
Caiu na reflexão
Disse:
Esta situação sei que nunca mais resolvo
Então falou para o povo:
Juro que me arrependi o Brasil que eu descobri
Queria cobrir de novo

Usina (Tango No Mango)
( Mestre Ambrósio (Adaptação))
Ajustei um casamento
Com uma nega dum borde
Pensando que era uma moça
E era o diabo duma veia
Tombo no martelo tombador
Tombo no martelo militar
Me caso contigo veia
É de ser em condição
D’eu dormir na minha rede
E tu, veia no fogão
Me casei com esta veia
Pra livrar da filharada
A danada dessa veia
Teve dez numa ninhada
Desses dez que nasceram
Um deu pra ladrão de bode
Deu no tango e deu no mango
Dos dez só ficaram nove
Dos nove que ficaram
Um deu pra ladrão de poico
Deu no tango e deu no mango
Dos nove que ficaram oito
Dos oito que ficaram
Um deu pra ladrão de jegue
Deu no tango e deu no mango
Dos oito ficaram sete
Dos sete que ficaram
Um deu pra ladrão de rêz
Deu no tango e deu no mango
Dos sete ficaram seis
Desses seis que ficaram
Um deu pra ladrão de pinto
Deu no tango e deu no mango
Dos seis só ficaram cinco
Dos cinco que ficaram
Um deu pra ladrão de pato
Deu no tango e deu no mango
Dos cinco ficaram quatro
Dos quatro que ficaram
Um deu pra roubar outra vez
Deu no tango e deu no mango
Dos quatro ficaram três
Dos três que ficaram
Um deu pra ladrão de boi
Deu no tango e deu no mango
Dos três só ficaram dois
Dos dois que ficaram
Um deu pra roubar jerimum
Deu no tango e deu no mango
Dos dois só ficaram um
Desse um que ficaram
Um deu pra roubar ladrão
Deu no tango e deu no mango
Acabou-se a geração

Pé de Calçada
(Siba)
Mas eu fui num forró no pé da serra
Nunca nessa terra vi uma coisa igual
Mas eu fui num forró no pé da serra
Cume quente, baiano sensacional
Rebeca véia do pinho de arvoredo
Espalhava baiano no salão
O pandeiro tremia a maquinada
Eu vi a poeira subir do chão
Hoje eu faço forró em pé de calçada
No meio da zuada pela contra-mão
Eu fui la na mata e voltei pra cidade
De cabôco eu sei minha situação
Rebeca veia não me abandona
Zabumba treme-terra, come o chão
Na hora que o tempo desaparece
Transforma em pé de serra o calçadão

José
(Siba)
Não fique de boca aberta Zé
Em cidade que for chegando Zé
Tem que tomar cuidado Zé!
Tem casa amarela
Tem casa vermelha
Tem casa com fome
Tem casa na ceia
Tem casa com florzinha na janela
Tem cabra que eu não sei
Que malvadeza é aquela
Na rua do marmeleiro
Na frente da casa do coveiro
Tão te esperando, Zé!
Zé!!
Tem que tomar cuidado Zé!
Tem arma de bala
Cacete, bengala,
Tem faca, cravinote
Soldado sem farda
Resóve, espingarda
No meio da cidade
Vão te deixar nu
E nesse lundu
Sem querer razão
Até com a mão
Vão querer dar em tu Zé...
Tem que tomar cuidado, Zé!
Entrou pela frente
Saiu por detrás
Puxou por um lado
Mexeu e lái-vái
José não tem medo
Nem do satanás
Não fique de boca aberta Zé
Em cidade que for chegando
Terra alheia, pisa no chão devagar

Um abraço para todos que curtem arte de qualidade:

Beto L. Carvalho
Carpe Diem

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