sábado, dezembro 08, 2007

Um Encontro Mágico

Com mais de um ano de atraso, venho falar sobre um show que assisti aqui no projeto Seis e Meia que juntou um trio para relembrar grandes sucessos de pelo menos vinte anos atrás...
Três grandes artistas que marcaram uma geração e que até hoje mostram uma música de qualidade que agrada aos filhos dessa geração...
Começando por Byafra que com um repertório correto começando por seu grande sucesso, que estará logo abaixo, levando ao delirio o público, provocando inclusive reações exageradas de alguns fãs o que acabou gerando revolta, pois com a falta de respeito deles, ficando na frente do palco para tirar fotos...
Mas voltando ao show foram quarenta minutos, onde ele conseguiu mostrar porque é um dos maiores cantores românticos do Brasil...
Encerrando o show ele cantou outro grande sucesso que estará, também abaixo, onde dividiu o vocal com a segunda atração que falarei logo depois das músicas:


Sonho de Ícaro
(Pisca / Claudio Rabello)
Voar voar, subir subir ir por onde for
Descer até o céu cair ou mudar de cor
Anjos de gás, asas de ilusão
E um sonho audaz feito um balão
No ar no ar eu sou assim brilho do farol
Além do mais amargo fim simplesmente sol
Rock do bom ou quem sabe jazz
Som sobre som bem mais bem mais
O que sai de mim feito prazer
De querer sentir o que eu não posso ter
O que faz de mim ser o que sou
É gostar de ir por onde ninguém for
Do alto coração mais alto coração
Viver viver e não fingir esconder no olhar
Pedir não mais que permitir jogos de azar
Fauno lunar sombras no porão
E um show vulgar todo verão
Fugir meu bem pra ser feliz só no pólo sul
Não vou mudar do meu país nem vestir azul
Faça o sinal cante uma canção
Sentimental em qualquer tom
Repetir o amor já satisfaz
Dentro do bombom há um licor a mais
Ir até que um dia chegue em fim
Em que o sol derreta a cera até o fim

Leão Ferido
(Byafra/Dalto)
Feche os olhos, não te quero mais
Dentro do coração
Quantas vezes eu tentei falar com você
Eu não gosto de me ver assim
Mas não tem solução
A verdade dói demais em mim
Solidão
Tenho que ser bandido
Tenho que ser cruel
Um leão ferido feroz
Sou um herói vencido
Anjo que fere o céu
Um grito de amor sumido
Na voz
E nós
Hoje.


O segundo é Tunai, um médico que é irmão de João Bosco, mas que é um dos maiores compositores dessa geração, ele começou sua apresentação com aquela que com certeza é seu maior sucesso, colocarei depois, e continou mais comedido intercalando os sucessos com músicas novas, mas também foi ovacionado, principalmente na homenagem que fez a sua madrinha, Elis Regina que coloco aqui:

Frisson
Tunai
Meu coração pulou, você chegou, me deixou assim
Com os pés fora do chão
Pensei: que bom, parece, enfim acordei
Prá renovar meu ser faltava mesmo chegar você
Assim, sem me avisar, prá acelerar um coração
Que já bate pouco de tanto procurar por outro
Anda cansado, mas quando você está do lado
Fica louco de satisfação, soli..dão nunca mais
Você caiu do céu, um anjo lindo que apareceu
Com olhos de cristal me enfeitiçou,
Eu nunca vi nada igual
De repente você surgiu na minha frente
Luz cintilante, estrela em forma de gente
Invasora do planeta amor, você me conquistou
Me olha, me toca, me faz sentir
Que é hora agora da gente ir.
As Aparências Enganam
Tunai/ Sérgio Natureza
As aparências enganam
Aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio
Se irmanam na fogueira das paixões
Os corações pegam fogo e depois
Não há nada que os apague
Se a combustão os persegue
As labaredas e as brasas são
O alimento, o veneno, o pão
O vinho seco, a recordação
Dos tempos idos de comunhão
Sonhos vividos de conviver
As aparências enganam
Aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio
Se irmanam na geleira das paixões
Os corações viram gelo e depois
Não há nada que os degele
Se a neve cobrindo a pele
Vai esfriando por dentro o ser
Não há mais forma de se aquecer
Não há mais tempo de se esquentar
Não há mais nada pra se fazer
Se não chorar sob o cobertor
As aparências enganam
Aos que gelam e aos que inflamam
Porque o fogo e o gelo
Se irmanam no outono das paixões
Os corações cortam lenha e depois
Se preparam para outro inverno
Mas o verão que os unira
Ainda vive e transpira ali
Nos corpos juntos na lareira
Na reticente primavera
Nos corpos juntos na lareira
Na reticente primavera
No insistente perfume de...
Alguma coisa chamada amor



Para fechar o show ele chamou outro ícone que é o Dalto com quem dividiu os vocais numa música e o deixou sozinho para desfilar os grandes hits do final dos anos 70 e inicio dos 80...
Segundo um espectador mais exaltado, chamando-o de muito doido, ele começou desfilando seus grandes sucessos e foi agitando cada vez mais o público...
Não poderia deixar de comentar a participação muito especial do violonista Cassio Tucunduva que com sua virtuosidade abrilhantou o espetáculo...
Duas dessas músicas eu coloco aqui para mostrar o talento desse compositor:

Muito Estranho
Dalto
Hum! Mas se um dia eu chegar muito estranho
Deixa essa água no corpo lembrar nosso banho
Hum! Mas se um dia eu chegar muito louco
Deixa essa noite saber que um dia foi pouco
Cuida bem de mim
Então misture tudo dentro de nós
Porque ninguém vai dormir nosso sonho
Hum! Minha cara, prá que tantos planos?
Se quero te amar e te amar e te amar muitos anos
Hum! Tantas vezes eu quis ficar solto
Como se fosse uma lua a brincar no teu rosto
Cuida bem de mim
Então misture tudo dentro de nós
Quase Não Da Para Ser Feliz
Dalto
Quanto mais te chamo
Você não vem
Será que ainda dorme comigo?
Será que ainda sonha?
Posso, mas não topo mais
Ficar sozinho
Me encontro no fim do caminho
Te encontro no fim
Largo tudo se você chegar agora
O amor tá em cima da hora
O seu amor ou o meu?
Não dá
Posso te esperar ou não
Mas quase não dá para ser feliz

Para encerrar o post, vou falar de duas partes do show, uma foi a abertura da cantora pernambucana Rosana Simpson, que com o percussionista Xéxeu deu um show inclusive fazendo uma homenagem a Dalto, citada por ele nop show principal e o outro momento foi o encerramento com os três no palco cantando Milton Nascimento...

Essas duas músicas encerram o post:


Espelhos D'Água
Dalto/ Cláudio Rabello
Os seus olhos são espelhos d'água
Brilhando você, pra qualquer um
Por onde esse amor andava
Que não quis você de jeito algum
Que vontade de ter você
Que vontade de perguntar
Se ainda é cedo
Que vontade de merecer
Um cantinho do teu olhar
Mas tenho medo
Os seus olhos são espelhos d`água
Brilhando você, pra qualquer um
Por onde esse amor andava
Que não quis você de jeito algum
Que vontade de ter você
Que vontade de perguntar
Se ainda é cedo
Que vontade de merecer
Um cantinho do teu olhar
Mas tenho medo
Que vontade de ter você
Que vontade de perguntar
Se ainda é cedo
Que vontade de merecer
Um cantinho do teu olhar
Mas tenho medo
Que ainda é cedo
Mas tenho medo
Canção Da América
(Milton Nascimento/ Fernando Brant)
Amigo é coisa prá se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração, assim falava a canção
Que na América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir
Mas quem ficou
no pensamento voou
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou
no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou
Amigo é coisa prá se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam não
Mesmo esquecendo a canção
E o que importa é ouvir
A voz que vem do coração
Pois seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar

Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

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