quinta-feira, setembro 30, 2004

O Cinema Brasileiro 1

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No final da década de 90 o cinema nacional retomou a sua produção interrompida por vários anos, devido a retomada da economia nacional...
Vou falar de um filme feito aqui em Pernambuco nessa retomada, e que foi feito por um cineasta vindo do mercado publicitário:

Central do Brasil

Esse filme conta a história de uma escritora de cartas na Central do Brasil no Rio de Janeiro, principalmente para nordestinos e cruza sua vida com um menino que fica orfão e ela ajuda a encontrar a familia do seu pai numa viagem bonita e de uma fotografia belissima...
A atuação de duas grandes atrizes, como Marilia Pêra e a diva Fernanda Montenegro que por esse filme concorreu a um prêmio comum chamado Oscar como melhor atriz...
O filme também concorreu na categoria filme estrangeiro, mas encontrou um excelente filme italiano que eu também recomendo, chamado "A Vida é Bela"...
Enaltecendo também a atuação do menino Vinicius que foi descoberto como engraxate e arrasou no papel do orfão, sem esquecer o diretor Walter Salles Jr, que veio do mercado publicitário e fez uma obra prima, na minha opinião.
A trilha sonora também é de um primor produzido por Antônio Pinto e Jaques Molerenbaum, uma trilha instrumental executada maravilhosamente pelos próprios produtores.
Amahã irei falar de um outro filme dessa época...
Para encerrar, dois clássicos da música popular brasileira, que foram eleitos por vocês:

Cálice
(Gilberto Gil/Chico Buarque)
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como beber dessa bebida amarga, tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito, silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa, melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta, tanta mentira, tanta força bruta
Como é difícil acordar calado, se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa, atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento ver emergir o monstro da lagoa
De muito gorda a porca já não anda, de muito usada a faca já não corta
Como é difícil pai, abrir a porta, essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo, de que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca dos bêbados do centro da cidade
Talvez o mundo não seja pequeno, nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado, quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça, minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel, me embriagar até que alguém me esqueça


Rosa
(Pixinguinha/ Otávio de Souza)
Tu és, divina e graciosa, estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada e formada com ardor
Da alma da mais linda flor de mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente aqui nesse ambiente de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
O teu coração junto ao meu lanceado pregado e crucificado
Sobre a rósea cruz do arfante peito teu
Tu és a forma ideal, estátua magistral oh alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação que em todo coração sepultas o amor
O riso, a fé e a dor em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela, és mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza
Perdão, se ouso confessar-te eu hei de sempre amar-te
Oh flor meu peito não resiste
Oh meu Deus quanto é triste a incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar em conduzir-te um dia aos pés do altar
Jurar, aos pés do onipotente em preces comoventes de dor
E receber a unção da tua gratidão
Depois de remir meus desejos em nuvens de beijos
Hei de te envolver até meu padecer de todo fenecer


Um abraço para todos:

Beto L. Carvalho
Carpe Diem

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