segunda-feira, setembro 27, 2004

Os 30 Anos Chegaram...

O que é fazer trinta anos?
Estou me perguntando hoje, já que estou completando os meus 10958 dias, já contando os bissextos e não obter uma resposta...
Observando o que ocorreu na minha vida nesse período, imaginei várias situações que poderiam ter ocorrido comigo e que poderia ter "mudado o curso da história", como já tinha dito Gilberto Gil, mas ao mesmo tempo fazendo uma avaliação vi que tinha que agradecer o que ocorreu comigo, pois com isso pude observar tantas coisas, conviver com muitas pessoas diferentes e participar de vários momentos especiais...
Procurando espaços para me encaixar e o que eu podia fazer para me realizar pessoalmente e hoje em dia eu estou me encontrando, seja aqui no meu blog, seja no blog do OPA, seja nas poesias ou nos contos que estou escrevendo...
Pois é meus amigos o Beto finalmente está se achando, se encontrando, cursando o curso que sempre sonhou e com amigos como os que me fizeram a surpresa ontem à noite é para dizer que sou um cara de sorte...
Agradeço todos que participaram desses trintinhas, espero que muitos outros trintas venham com todos participando da minha vida...
Peço licença a todos para dedicar este post a algumas pessoas que participaram da minha vida e que de alguma forma contribuiram para ser o que sou hoje, meus pais, meus irmãos meus sobrinhos, meus irmãos de coração Cristiano e Alexandre, minhas ex namoradas, minhas ex futuras namoradas que são minhas amigas, meus amigos do Nóbrega, do Objetivo, da Esurp, e agora da Fape...
E é mais importante ressaltar que como perceberam sou um fanático por música brasileira, e isso agradeço a Geraldinho Lins, já falei dele no blog, que me fez observar uma música nordestina que não conhecia, e hoje é o dia da MPB, e quando eu descobri isso, me fez pensar que eu sou um cara que tem uma missão que é de tentar conseguir espaço para a cultura ser valorizado em todo o Brasil e quem sabe no mundo...
Meu povo sei que estou enchendo o saco, mas precisava falar isso, para vocês conhecerem um pouco mais desse trintão que adora a minha vida, mesmo que com percalços...
Essas músicas de hoje são duas da minha vida e as preferidas desses meus irmãos de coração, a primeira é do Alexandre, e a segunda do Cristiano e as duas últimas são as minhas e aproveito para homenagear Belchior logo estaremos falando nele e algumas dessas músicas já são da escolha de vocês:

Pôxa
(Gilson de Souza)
Pôxa como foi bacana te encontrar de novo
Curtindo um samba junto com meu povo
Você não sabe como eu acho bom
Eu te falei que você não ficava nem uma semana
Longe desse poeta que tanto te ama
Longe da batucada e do meu amor
Pôxa porque você não para pra pensar um pouco
Não vê que é o motivo de um poeta louco
Que quer o teu amor pra te fazer canção
Pôxa não entre nessa de mudar de assunto
Não vê como é gostoso a gente ficar junto
Mulher o seu lugar é no meu coração
Pôxa como foi bacana...


Canteiros
(Raimundo Fagner / Cecília Meireles)
Quando penso em você
Fecho os olhos de saudade
Tenho tido tanta coisa
Menos a felicidade
Correm os meus dedos longos
Em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego
Já me dá contentamento
Eu só queria ter, do mato
Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza
Pode ser até manhã
Sendo claro feito dia
Mais nada do que me dizem
Me faz senti alegria
Ainda sou bem moço
Pra tanta tristeza
Deixemos de coisa
Cuidemos da vida
Senão chega a morte
Ou coisa parecida
E nos arrasta moço
Sem ter visto a vida.

Como Nossos Pais
(Belchior)

Não quero lhe falar, meu grande amor
Das coisas que aprendi nos discos
Quero lhe contar como eu vivi e tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
E eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei que qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa
Por isso cuidado, meu bem, há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal está fechado pra nós que somos jovens
Para abraçar seu irmão e beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço, o seu lábio e a sua voz
Você me pergunta pela minha paixão
Digo que estou encantado como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade, não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento o cheiro da nova nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva do meu coração
Já faz tempo eu vi você na rua cabelo ao vento gente jovem reunida
Na parede da memória essa lembrança é o quadro que dói mais
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo que fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como nossos pais
Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não se enganam, não
Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer que tou por fora ou então que tou inventando
Mas é você que ama o passado é que não vê
É você que ama o passado é que não vê
Que o novo sempre vem
Hoje eu sei que quem deu me deu a idéia de uma nova consciência e juventude
Está em casa guardado por Deus contando vil metal
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo tudo o que fizemos
Nós ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como os nossos pais


Tudo Outra Vez
(Belchior)
Há tempo muito tempo que eu estou longe de casa
E nessas ilhas cheias de distância
O meu blusão de couro se estragou
Ouvi dizer num papo da rapaziada
Que aquele amigo que embarcou comigo
Cheio de esperança e fé, já se mandou
Sentado à beira do caminho pra pedir carona
Tenho falado à mulher companheira
Quem sabe lá no trópico a vida esteja a mil
E um cara que transava à noite no "Danúbio azul"
Me disse que faz sol na América do Sul
E nossas irmãs nos esperam no coração do Brasil
Minha rede branca, meu cachorro ligeiro
Sertão, olha o Concorde que vem vindo do estrangeiro
O fim do termo "saudade" como o charme brasileiro
De alguém sozinho a cismar
Gente de minha rua, como eu andei distante
Quando eu desapareci, ela arranjou um amante.
Minha normalista linda, ainda sou estudante
Da vida que eu quero dar
Até parece que foi ontem minha mocidade
Meu diploma de sofrer de outra Universidade
Minha fala nordestina, quero esquecer o francês
E vou viver as coisas novas, que também são boas
O amor/humor das praças cheias de pessoas
Agora eu quero tudo, tudo outra vez


Um abraço:

Beto L. Carvalho
Carpe Diem

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