terça-feira, maio 03, 2005

Músicas Sobre Trens


Trens Musicais

Eu estava observando e descobri que um dos temas mais freqüentes na MPB é sobre trens...
Encontrei pelo menos umas quinze músicas com esse tema, então resolvi escolher oito e dividi em dois dias para que todos possam conhecer...
Sem mais delongas, vamos para as músicas...
No primeiro dia teremos Raul Seixas, Caetano Veloso, Adoniran Barbosa e Kleiton e Kledir:

Trem das Sete
( Raul Seixas)
Ó, olha o trem, vem surgindo de trás das montanhas azuis, olha o trem
Ó, olha o trem, vem trazendo de longe as cinzas do velho aeon
Ó, já é vem, fumegando, apitando, chamando os que sabem do trem
Ó, é o trem, não precisa passagem nem mesmo bagagem no trem
Quem vai chorar, quem vai sorrir ?
Quem vai ficar, quem vai partir ?
Pois o trem está chegando, tá chegando na estação
É o trem das sete horas, é o último do sertão, do sertão
Ó, olha o céu, já não é o mesmo céu que você conheceu, não é mais
Vê, ói que céu, é um céu carregado e rajado, suspenso no ar
Vê, é o sinal, é o sinal das trombetas, dos anjos e dos guardiões
Ó, lá vem Deus, deslizando no céu entre brumas de mil megatons
Ó, ó o mal, vem de braços e abraços com o bem num romance astral
Trem das Cores
(Caetano Veloso)
A franja da encosta
Cor de laranja
Capim rosa chá
O mel desses olhos luz
Mel de cor ímpar
O ouro ainda não bem verde da serra
A prata do trem
A lua e a estrela
Anel de turquesa
Os átomos todos dançam
Madruga
Reluz neblina
Crianças cor de romã entram no vagão
O oliva da nuvem chumbo ficando
Pra trás da manhã
E a seda azul do papel
Que envolve a maçã
As casas tão verde e rosa
Que vão passando
Ao nos ver passar
Os dois lados da janela
E aquela num tom de azul
Quase inexistente azul que não há
Azul que é pura memória de algum lugar
Teu cabelo preto
Explícito objeto
Castanhos lábios
Ou pra ser exato lábios cor de açaí
E aqui trem das cores
Sábios projetos
Tocar na central
E o céu de um azul celeste
Celestial
Trem Das Onze
(Adoniran Barbosa)
Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã
Se eu perder esse trem
Que sai agora às onze horas
Só amanhã de manhã
Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã
Se eu perder esse trem
Que sai agora às onze horas
Só amanhã de manhã
Além disso mulher, tem outra coisa
Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar
Sou filho único, tenho minha casa prá olhar
Não posso ficar, não posso ficar...
Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã
Se eu perder esse trem
Que sai agora às onze horas
Só amanhã de manhã
Além disso mulher, tem outra coisa
Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar
Sou filho único, tenho minha casa prá olhar
Não posso ficar, não posso ficar
Maria Fumaça
(Kleiton / Kledir)
Essa Maria Fumaça é devagar quase parada
Ô seu foguista, bota fogo na fogueira
Que essa chaleira tem que estar até sexta-feira
Na estação de Pedro Osório, sim senhor
Se esse trem não chega a tempo vou perder meu casamento
Atraca, atraca-lhe carvão nessa lareira
Esse fogão é que acelera essa banheira
O padre é louco o bota outro em meu lugar
Se chego tarde não vou casar
Eu perco a noiva e o jantar
A moça não é nenhuma miss
Mas é prendada e me faz feliz
O pai é um próspero fazendeiro
Não é que eu seja interesseiro
Mas sempre bom e aconselhável
Unir o útil ao agradável
Esse trem não sai do chão
Urinaram no carvão
Entupiram a lotação
E eu nem sou desse vagão
Mas que baita confusão
Tem crioulo e alemão
Empregado com patrão
Ôpa! me passaram a mão
Ora vá lamber sabão !!!
Se por acaso eu não casar
Alguém vai ter que indenizar
Esse expresso vai a trote mais parece um pangaré
Essa carroça é um jaboti com chaminé
Eu tenho pena de quem segue prá Bagé
Seu cobrador, cadê meu troco ? por favor
Dá-lhe apito e manivela, passa sebo nas canelas
Seu maquinista eu vou tirar meu pai da forca
Por que não joga esse museu no ferro velho
E compra logo um trem moderno japonês
No dia alegre do meu noivado
pedi a mão todo emocionado
A mãe da moça me garantiu
"É virgem, só que morou no Rio
O pai falou "é carne de primeira
mas se abre a boca só sai besteira"
Eu disse: "Fico com essa guria
Só quero mesmo é prá tirar cria"
Esse trem não era o teu
Esvaziaram o pneu
Mas cadê esse guri?
Tá na fila do xixi
Tem chiclete com "tatoo"
Foi alguém do Cangussu
Me roubaram meu chapéu
Chama o homem do quartel
Deu enjôo na mulher
Fez "porquinho" no meu pé
Se por acaso eu não casar
Alguém vai ter que indenizar
É o presidente dessa tal
RFFSA
Um abraço:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

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