segunda-feira, maio 02, 2005

Pernambuco, Simplesmente Tudo de Bom 2


Pernambuco é o Centro das Atenções!!!!
Hoje o blog está diferente...
Colocarei um artigo do jornalista Pedro Paulo Procópio meu professor na faculdade...
Ele é o professor que nos deu o tema que resultou no trabalho postado aqui ontem do grupo lá da sala e que fez Evilásio, o aluno mais calado lá da sala falar nos comentários...
Observem lá nos comentários de ontem...
É um manifesto que nos faz refletir como Pernambuco pode voltar a ser o grande local de turismo do nordeste, já que temos tecnologia, temos cultura, temos belezas naturais...
Não vou falar mais nada, apenas observem e reflitam sobre como podemos vender o nosso estado e voltar a ser o Leão do Norte:
Pernambuco: Simplesmente Tudo de bom! Um manifesto disfarçado de slogan.
Por Pedro Paulo Procópio

O Brasil podia ser conhecido também como a “República Federativa do Manifesto”. Eu seria mais um revolucionário ao dizer algo assim? Chegaremos juntos a uma conclusão, espero. O movimento antropofágico dos modernistas dispostos a devorar tudo o que havia de bom no estrangeiro; não foi um grande manifesto cultural? O movimento regionalista do Recife em 1926, sedento por preservar as raízes pernambucanas e de todo o Nordeste contra o avanço cosmopolita que devorava (na visão do ilustre Manuel Bandeira e seus admiradores) o Rio de janeiro e São Paulo; não pode ser entendido também como sinônimo de manifestação? Revolução Praieira, Movimento Farroupilha...
Caro leitor, por mais desgastado que soe o tratamento, é assim que o considero por ter chegado ao segundo parágrafo, sem ter noção do que virá pelas próximas linhas (eu confesso que também ainda não). Isso prova o seu interesse em descobrir o motivo do título, sendo para mim não um simples leitor, e sim um caro, caro leitor. Será o autor mais um maluco do novo milênio? Imenso prazer caso me considere assim.
Manifesto ou rebeldia? Sei lá. Fizemos uma viagem de tantos anos no primeiro parágrafo – é capaz de estarmos zonzos com o jet lag . Jet lag? Sim, a expressão que os nativos da língua inglesa usam para falar do seu desconforto por longas horas de vôo somadas à mudança de fuso-horário. Será que fui um antropófago ao usar tal expressão? Pouco importa. Renato L e o gigante Crab (antropofagia novamente?), ou melhor, caranguejo, Chico Science, promoveram o manifesto Mangue no finalzinho do último século e fizeram o Maracatu tocar pelo mundo, cantar e encantar. Renato e Chico devem ter sofrido com danado do Jet Lag, que parece fazer parte do cotididiano dos revolucionários.
É muito manifesto – impossível então – não manifestar. Manifestar idéias, manifestar pessoas, manifestar sonhos... O que é um sonho? Para uma criança, um doce gostoso; para um cético, algo impossível; para um empreendedor, um conjunto de metas a serem alcançadas a médio, longo prazo; para um jornalista e professor de Comunicação sonhador, uma questão de trabalho, perseverança, esforço e – talvez muito transtorno – mas com um único resultado a ser obtido: sucesso.
Pernambuco: simplesmente tudo. De bom, não esqueça. Ora, mas por quê? Você já olhou a sua volta hoje? O belo azul repleto de arrecifes da Praia de Boa Viagem. “Ah, mas tem tubarão” – ótimo – a tecnologia existe para deixá-los longe dos banhistas – as redes para capturá-los e vendermos sua barbatana para o mercado externo, gerando divisas para o Estado. Por falar em tecnologia, será que é o Pernambuco do Porto Digital, com empresas multinacionais de grande porte instaladas que a gente vê em rede nacional de televisão?
Pernambuco – segundo pólo médico do país – referência na América Latina em diversos tipos de transplantes, com laboratórios que desenvolvem drogas eficazes contra diversos tipos de câncer. Ah, e o que o falar dos estudos em estágio avançado para o desenvolvimento de uma vacina contra o HIV? Pernambuco produz.
Maracatu, Mangue Beat, Coco, Baião. Nosso país realmente conhece tais batidas? Esta terra de samba e pandeiro já parou algum momento para dar uma olhadinha no mapa? Recife, nossa capital, poderia parafrasear uma famosa empresa de telecomunicações, que se diz orgulhosa de ligar o Brasil ao mundo.
Estamos a sete horas de vôo, em média, para conversarmos com Manuel em Lisboa; sete horas em outra direção e o chat será em inglês na Flórida (será que ainda falam essa língua por lá?). Uma hora de vôo e estamos nas principais capitais nordestinas, três horas e lá está a terra da garoa, duas horas e meia para o Cristo nos receber. Quarto lugar no ranking nordestino de atração turística. Bahia – Ceará – Rio Grande do Norte nas três primeiras colocações respectivamente. Belos, maravilhosos. Justo? Pernambuco: Simplesmente tudo de bom!
Pelas poucas horas que o turista passará voando, não dá nem para sofrer com o Jet lag. E não é para sofrer mesmo, porque o mais importante para esta terra de altos coqueiros é trazer Manuel até aqui. John, Come here também! O lugar é tão bonito que até esquecerão que um dia tal efeito existiu.
Além de Manuel e John, muitos outros que tenham a chance de assistir a uma peça publicitária de trinta ou sessenta segundos, que abram uma revista em qualquer ponto do Brasil ou do mundo e saibam que Fernando de Noronha é NOSSO, Porto de Galinhas é NOSSA – tecnologia – gente qualificada – medicina de ponta – vasta cultura popular, além de uma localização estratégica para investir nos pertence, buscarão um só destino no Nordeste Brasileiro. Você arriscaria dizer qual é esse destino?
Para isso acontecer de fato, é necessário o compromisso de vender essa imagem, de estar consciente que há muita coisa feia circulando pela mídia sobre Pernambuco e – principalmente – ao nosso redor - quando uma multidão de miseráveis se atira na frente dos carros para pedir uma moeda. Eles não têm culpa. Os que poderiam reverter esse quadro... Melhor que buscar culpados: sugerir; agir. Essa garotada poderia ser capacitada, então teríamos jovens guias a batalhar por alguns Euros e Dólares para alimentar suas famílias – melhorar sua qualidade de vida – ou melhor – passar a ter uma.
Falar que Pernambuco é simplesmente tudo de bom e olhar pelo prisma social parece demagógico; repetir isso milhares de vezes para o Brasil e para o globo é o início real de uma transformação, manifesto, caso prefira. Essa repetição beneficiará empresários, governo, classe média, além dos que vivem abaixo da “midiática” linha da pobreza. É chegada à hora, com manifesto ou não, escolha o termo, de sermos antropófagos e digerirmos tudo de bom que outros Estados brasileiros criam em termos de visibilidade na mídia, e num processo ainda melhor, acreditarmos, vendermos, termos um propósito. Pernambuco: simplesmente tudo de bom!
Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

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