sábado, outubro 23, 2004

Cantoras que Valem a Pena - Final

Visitem esses sites, são legais:

http://www.lubarbosa.blogger.com.br/
http://furiadomar.blogspot.com/
http://www.noites_de_castana.blogger.com.br/
http://www.cine-fila.blogger.com.br/
http://www.entrecantos.com
http://www.pe-az.com.br/

Para encerrar essa fase de cantoras, vou falar de uma cantora que eu curto bastante:

Fatima Guedes

Muitos a confudem com Leila Pinheiro, mas essa carioca que já tem 30 anos de carreira tem uma sensibilidade que emociona que a escuta...
Eu a descobri cantando Lenine, e depois a escutei com uma música dela, já que também é uma compositora de mão cheia...
Vou colocar no titulo um link para um site de MPB que tem uma página sobre ela, é o mesmo site que coloquei ontem sobre o Quarteto em Cy...
As músicas de hoje são as quatro músicas que eu mais conheço dela, as três primeiras são composições próprias e a última é a do Lenine que falei acima:

Mais uma Boca
(Fátima Guedes)
Quem de vocês se chama João?

Eu vim avisar, a mulher dele
Deu a luz sozinha no barracão
E bem antes que a dona adormecesse
O cansaço do seu menino
Pediu que avisasse a um João
Que bebe nesse bar
Me disse que aqui toda noite
É que ele se embriaga
Quem de vocês se chama esse pai
Que faz que não me escuta?
É o pai de mais uma boca, o pai de mais uma boca
Vai correndo ver como ela está feia
Vai ver como está cansada
E teve o seu filho sozinha sem chorar, porque
A dor maior o futuro é quem vai dar
A dor maior o futuro é quem vai dar
E pode tratar de ir subindo o morro
Que se ela não teve socorro
Quem sabe a sua presença
Devolve a dona uma ponta de esperança
Reze a Deus pelo bem dessa criança
Pra que ela não acabe como os outros
Pra que ela não acabe como todos
Pra que ela não acabe como os meus

Cheiro de Mato
(Fátima Guedes)
Ai, ai, o mato, o cheiro seu, um rouxinol do meio do Brasil
O uirapuru canta pra mim e eu sou feliz só por poder ser
Só por ser de manhã, manhã, manhã, manhã, manhã
Nessa clareira o sol se despe feito brincadeira
Envolve quente a todo ser vivente da terra
E vai canelada, pinholão, oh não, não, não, não, não
Não faço nada
Que perturbe a doida louca passarada
Ou iniba qualquer planta dormideira
Ou assuste as guaribas marinheiras
Em contraponto com pardais urbanos
Tão felizes soltos dentro dos meus planos
Mais boquiabertos que os meus vinte anos
Indóceis e livres como eu


Flor-de-ir-Embora
(Fátima Guedes)
Flor de ir embora

É uma flor que se alimenta
Do que a gente chora
Rompe a terra, decidida
Flor do meu desejo
De correr o mundo afora
Flor de sentimento, amadurecendo
Aos poucos, a minha partida
Quando a flor abrir inteira
Muda a minha vida
Esperei o tempo certo
E lá vou eu, e lá vou eu
Flor de ir embora, eu vou
E agora esse mundo é meu

O Dia em que Faremos Contato
(Lenine/ Bráulio Tavares)
A nave quando desceu, desceu no morro
Ficou da meia-noite ao meio-dia
Saiu, deixou uma gente
Tão igual e diferente
Falava e todo mundo entendia
Os homens se perguntaram
Porque não desembarcaram
Em São Paulo, em Brasília ou em Natal
Vieram pedir socorro
Pois quem mora lá no morro
Vive perto do espaço sideral
Pois em toda Via Láctea
Não existe um só planeta
Igual a esse daqui
A galáxia tá em guerra
Paz só existe na Terra
A paz começou aqui
Sete artes e dez mandamentos
Só tem aqui
Cinco sentidos, terra, mar, firmamento
Só tem aqui
Essa coisa de riso e de festa
Só tem aqui
Baticum, ziriguidum, dois mil e um
Só tem aqui
A nave estremeceu, subiu de novo
Deixou um rastro de luz no meio-dia
Entrou de volta nas trevas
Foi buscar futuras levas
Pra conhecer o amor e a alegria
A nave quando desceu, desceu no morro
Cheia de ET vestido de orixá
Vieram pedir socorro
E se derem vez ao morro
Todo universo vai sambar
Pois em toda Via Láctea
Não existe um só planeta
Baticum, ziriguidum, dois mil e um
Só tem aqui

Um abraço para todos:

Beto L. Carvalho
Carpe Diem

Nenhum comentário: