domingo, novembro 14, 2004

O Homem das Aves: Carcará e Ema

Olha os links que eu indico, galera:

http://www.lubarbosa.blogger.com.br/
http://furiadomar.blogspot.com/
http://www.sombrasil.com.br/
http://www.cine-fila.blogger.com.br/
http://www.entrecantos.com
http://www.pe-az.com.br/
http://www.m-musica.com
http://www.continentemulticultural.com.br
http://s16comunicacao.blogspot.com
http://escritorsolitario.blogspot.com/

Hoje eu vou lá para o Maranhão:

João de Vale

Esse excelente compositor fez verdadeiros clássicos da MPB, gravado por grandes cantores como Alceu, Elba, Chico Buarque, Bethânia e quem tiver oportunidade de conhecer o seu trabalho não vai se arrepender...
Ele é um dos grandes inspiradores dessa nova geração de artistas nordestinos, e foi de uma geração que infelizmente não foi valorizado e morreu com dificuldades financeiras sem ter o devido reconhecimento...
A página que coloco lá no titulo é daquele site que sempre me auxilia quando não tem um oficial, o do MPBNet...
As músicas de hoje são quatro desses clássicos que esse maranhense de Pedreiras nos deixou:

Pisa na Fulô
(João do Vale, Silveira Júnior e Ernesto Pires)
Pisa na fulô, pisa na fulô

Pisa na fulô, não maltrata meu amô
Um dia desse fui dançá lá em Pedreira
Na rua da Golada e gostei da brincadeira
Zé Caxangá era o tocado
Mas só tocava pisa na fulô
Sô Serafim cuchichava a Marvió
Sô capaz de jurá que eu nunca vi forró mió
Inté vovó garrô na mão de vovô
Vão'bora, meu veinho, pisa na fulô
Eu vi menina qui nem tinha doze ano
Agarrá seu par, também sair dançando
Satisfeita e dizendo
Meu amô, ai como é gostoso pisa na fulô
De madrugada Zeca Caxangá
Disse ao dono da casa
Num precisa me pagá
Mas por favô, arranje outro tocadô
Que eu também quero pisa na fulô
Vem cá, menina, que eu também quero
Que eu também vou pisa na fulô
Pisa na fulô, não maltrata meu amô

Canto da Ema
(Ayres Viana, Alventino Cavalcante e João do Vale)
A ema gemeu no tronco do juremau

Foi um sinal bem triste, morena
Fiquei a imaginar
Será que é o nosso amor, morena
Que vai se acabar?
Você bem sabe, que a ema quando canta
Traz no meio do seu canto um bocado de azar
Eu tenho medo, morena, eu tenho medo
Pois acho que é muito cedo
Pra essa amor acabar
Vem morena, vem, vem, vem
Me beijar, me beijar
Dá um beijo, dá um beijo

Na Asa do Vento
(João do Vale e Luiz Vieira)
Deu meia noite, a lua faz um claro
Eu assubo nos aro, vou brincar no vento leste
A aranha tece puxando o fio da teia
A ciência da abeia, da aranha e a minha
Muita gente desconhece
Muita gente desconhece, olará, viu?
Muita gente desconhece
Muita gente desconhece, olará, tá?
Muita gente desconhece
A lua é clara, o sol tem rastro vermelho
É o lago um grande espelho onde os dois vão se mirar
Rosa amarela quando murcha perde o cheiro
O amor é bandoleiro, pode inté custar dinheiro
É fulô que não tem cheiro e todo mundo quer cheirar
Todo mundo quer cheirar, olará, viu?
Todo mundo quer cheirar
Todo mundo quer cheirar, olará, tá?
Todo mundo quer cheirar


Carcará
(João do Vale e José Cândido)
Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Num vai morrer de fome
Carcará
Mais coragem do que homem
Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Lá no sertão
É um bicho que avoa que nem avião
É um pássaro malvado
Tem o bico volteado que nem gavião
Carcará
Quando vê roça queimada
Sai voando, cantando,
Carcará
Vai fazer sua caçada
Carcará come inté cobra queimada
Mas quando chega o tempo da invernada
No sertão não tem mais roça queimada
Carcará mesmo assim num passa fome
Os burrego que nasce na baixada
Carcará é malvado, é valentão
É a águia de lá do meu sertão
Os burrego novinho num pode andá
Ele puxa no bico inté matá
Carcará
Pega, mata e come!


Um abraço para todos:

Beto L. Carvalho
Carpe Diem

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