quinta-feira, janeiro 13, 2005

A Orquestra Manguefônica Canta Da Lama ao Caos


Um dos Maiores Discos de Todos os Tempos


No inicio da década de 90 surgiu um movimento aqui em Recife que modificou o pensamento das pessoas em relação a cultura pernambucana...
O Mangue Beat surgiu nos dois extremos da região metropolitana da capital, em Candeias e em Rio Doce, com mundo livre s/a e Chico Science e Nação Zumbi respectivamente...
Pois bem, com o sucesso desse movimento as gravadoras se interessaram para contratar os expoentes o que ocorreu com os citados acima....
Samba Esquema Noise do mundo livre é um grande disco, mas quem viveu essa época não tem que pensar diferente, o melhor disco dessa geração foi o do Chico Science, Da Lama ao Caos, foi eleito por várias entidades e revistas como sendo um dos marcos da discografia nacional...
Vocês devem estar se perguntando o porque de estar falando isso, mas é que lendo um reportagem, descubro que as duas bandas se uniram e estão fazendo um show com o repertório desse disco o que achei uma idéia fantástica...
As músicas de hoje não poderia ser diferente são quatro desse excelente disco e quem puder escutar não irá se arrepender:

Da Lama Ao Caos
(Chico Science)
O sol queimou queimou
A lama do rio
Eu vi um chié
Andando devagar
Vi um aratu
Pra lá e pra cá
Vi um carangueijo
Andando pro sul
Saiu do mangue
Virou gabiru
Ô Josué eu nunca vi
Tamanha desgraça
Quanto mais miséria tem
Mais urubu ameaça
Peguei um balaio fui na feira
Robar tomate e cebola
Ia passando uma véia
A minha cenoura
Ae minha véia
Deixa a cenoura aí
Com a barriga vazia
Não consigo dormir
E com o bucho mais cheio
Comecei a pensar
Que eu me organizando
Posso desorganizar
Da lama ao caos
Do caos a lama
Um homem roubado
Nunca se engana

A Cidade
(Chico Science)
O Sol nasce e ilumina as pedras evoluídas,
Que cresceram com a força de pedreiros suicidas.
Cavaleiros circulam vigiando as pessoas,
Não importa se são ruins, nem importa se são boas.
E a cidade se apresenta centro das ambições,
Para mendigos ou ricos, e outras armações.
Coletivos, automóveis, motos e metrôs,
Trabalhadores, patrões, policiais, camelôs.
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o debaixo desce.
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o debaixo desce.
A cidade se encontra prostituída,
Por aqueles que a usaram em busca de saída.
Ilusora de pessoas e outros lugares,
A cidade e sua fama vai além dos mares.
No meio da esperteza internacional,
A cidade até que não está tão mal.
E a situação sempre mais ou menos,
Sempre uns com mais e outros com menos.
A cidade não pára, a cidade só cresce
E de cima sobe e o debaixo desce.
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o debaixo desce.
Eu vou fazer uma embolada, um samba, um maracatu
Tudo bem envenenado, bom pra mim e bom pra tú.
Pra gente sair da lama e enfrentar os urubus. (haha)
Eu vou fazer uma embolada, um samba, um maracatu
Tudo bem envenenado, bom pra mim e bom pra tú.
Pra gente sair da lama e enfrentar os urubus. (ê)
Num dia de Sol, Recife acordou
Com a mesma fedentina do dia anterior.


A Praieira
(Chico Science)
No caminho é que se vê, a praia melhor pra ficar

Tenho a hora certa pra beber
Uma cerveja antes do almoço é muito bom,

Pra ficar pensando melhor
E eu piso onde quiser, você está girando melhor, garota
Na areia onde o mar chegou, a ciranda acabou de começar, e ela é
E é praieira!!! Segura bem forte a mão
E é praieira !!! Vou lembrando a revolução,

Vou lembrando a Revolução
Mas há fronteiras nos jardins da razão
E na praia é que se vê, a areia melhor pra deitar
Vou dançar uma ciranda pra beber
Uma cerveja antes do almoço é muito bom,

Pra ficar pensando melhor
Você pisa onde quer
Que você se sente melhor
Na areia onde o mar chegou
A ciranda acabou de começar, e ela é !
E é praieira!!! Segura bem forte a mão
E é praieira !!! Vou lembrando a revolução,

Vou lembrando a Revolução
Mas há fronteiras nos jardins da razão
No caminho é que se vê, a praia melhor pra ficar

Tenho a hora certa pra beber
Uma cerveja antes do almoço é muito bom,

Pra ficar pensando melhor.


(Monólogo ao Pé do Ouvido) Banditismo Por Uma Questão De Classe
(Chico Science)
Modernizar o passado
É uma evolução musical
Cadê as notas que estavam aqui?
Não preciso delas
Basta suar bem os ouvidos
Viva Sapata! ,Viva Santido! ,Viva Zumbi!
Antôni Conselheiro, Todos os Panteras Negras
Chico Science e toda Nação Zumbi
Eu tenho certeza
Que eles tambem tocaram um dia

Há um tempo atrás se falava de bandidos
Há um tempo atrás se falava em solução
Há um tempo atrás se falava e prograsso
Há um tempo atrás que eu via televisão
Galeguinho do Coque não tinha medo, não tinha
Não tinha medo da perna cabiluda
Biu do olho verde fazia sexo, fazia
Fazia sexo com seu alicate
Oi sobe morro, ladeira córrego, beco, favela
A polícia atrás deles e eles no rabo dela
Acontece hoje e acontecia no sertão
quando um bando de macaco perseguia Lampião
E o que ele falava outros ainda falam
"Eu carrego comigo: coragem, dinheiro e bala"
Em cada morro uma história diferente
Que a polícia mata gente inocente
E quem era inocente hoje já virou bandido
Pra poder comer um pedaço de pão todo fudido
Banditismo por pura maldade
Banditismo por necessidade


Um abraço:

Beto L. Carvalho
Carpe Diem
Posted by Hello

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