quarta-feira, abril 27, 2005

Os Festivais Precisam Voltar


Festivais

Continuando a série sobre discos exclusivos da Som Livre, temos hoje dois volumes sobre um dos momentos mais importantes da música brasileira...
Os Festivais revelaram praticamente todos os grandes artistas da MPB desde a década de sessenta...
Infelizmente não temos mais esses eventos que lotavam ginásios e que provocavam frisson em todo o Brasil...
Nestes discos temos até o inicio dos anos oitenta, que foi a fase auréa deles...
No titulo temos o link para a página do disco na Som Livre, vale a pena conhecer esse momento ímpar da nossa música...
As músicas de hoje mostram os grandes sucessos de quatro artistas que surgiram para todo o Brasil nos festivais:

A Banda
(Chico Buarque)
Estava a toa na vida, o meu amor me chamou
Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor
A minha gente sofrida, despediu-se da dor
Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor
O homem sério que contava dinheiro, parou
O faroleiro que contava vantagens, parou
A namorada que contava as estrelas,
Parou para ver, ouvir e dar passagem
A moça triste que vivia calada, sorriu
A rosa triste que vivia fechada, se abriu
A meninada toda se asanhou
Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor
O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Qu'inda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela
A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida, surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor
Mas para meu desencanto, o que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar, depois que a banda passou
E cada qual no seu canto, em cada canto uma dor
Depois da banda passar, cantando coisas de amor
Planeta Água
(Guilherme Arantes)
Água que nasce na fonte serena do mundo
E que abre um profundo grotão
Água que faz inocente riacho e deságua na corrente do ribeirão
Águas escuras dos rios que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias e matam a sede da população
Águas que caem das pedras no véu das cascatas, ronco de trovão
E depois dormem tranqüilas no leito dos lagos,
Nno leito dos lagos
Água dos igarapés, onde Iara, a mãe d'água é misteriosa canção
Água que o sol evapora, pro céu vai embora,
Virar nuvem de algodão
Gotas de água da chuva, alegre arco-íris sobre a plantação
Gotas de água da chuva, tão tristes, são lágrimas na inundação
Águas que movem moinhos são as mesmas águas
Que encharcam o chão
E sempre voltam humildes pro fundo da terra, pro fundo da terra
Terra, planeta água
Alegria Alegria
(Caetano Veloso)
Caminhando contra o vento
Sem lenço sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou
O sol se reparte em crimes
Espaçonaves guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou
Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes pernas bandeiras
Bomba e brigitte bardot
O sol nas bancas de revistas
Me enchem de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia?
Eu vou
Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou
Por que não? Por que não
Ela pensa em casamento e
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço sem documento
Eu vou
Eu tomo uma coca-cola
Ela pensa em casamento
Uma canção me consola
Eu vou
Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome sem telefone
No coração do brasil
Ela nem sabe até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou
Sem lenço sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo amor
Eu vou por que não? Por que não?
Agonia
(Oswaldo Montenegro)
Se fosse resolver iria te dizer
Foi minha agonia
Se eu tentasse entender
Por mais que eu me esforçasse eu não conseguiria
Aqui no coração
Eu sei que vou morrer um pouco a cada dia
E sem que se perceba a gente se encontra
Pra uma outra folia
Eu vou pensar que é festa
Vou dançar, cantar, é minha garantia
E vou contagiar diversos corações com minha euforia
E a amargura e o tempo vão deixar meu corpo
Minha alma vazia
E sem que se perceba a gente se encontra
Pra uma outra folia
Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

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