quinta-feira, maio 26, 2005

O Menestrel de Volta


Um Poeta


Estava pensando aqui em algumas letras de Oswaldo Montenegro e resolvi fazer uma homenagem postando quatro músicas que são de uma beleza impressionante...
Todas elas tem uma mensagem bem rforte e gostaria que todos prestassem bastante atenção nelas...
No titulo tem o link para a página oficial dele...
Vamos as letras, a priemira é um poema que publiquei também no outro blog, a segunda é uma das mais recentes dele que fala do saudosismo que temos e para encerrar duas letras excelentes:

Metade
(Oswaldo Montenegro)
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas como a única coisa
Que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
E essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e paz que mereço
E que a tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
E o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita meu rosto num doce sorriso
Que me lembro ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o seu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte me aponte uma resposta
Mesmo que ela mesma não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
Que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
A Lista
(Oswaldo Montenegro)
Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora
Hoje é do jeito que achou que seria?
Quantos amigos você jogou fora
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber
Quantas mentiras você condenava
Quantas você teve que cometer
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você
Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você
Sempre não é Todo Dia
(Oswaldo Montenegro / Mongol)
Eu hoje acordei tão só
Mais só do que eu merecia
OIlhei pro meu espelho e há!
Gritei o que eu mais queria
Na fresta da minha janela
Raiou vazou a luz do dia
Entrou sem me pedir licença
Querendo me servir de guia
E eu que já sabia tudo
Das rotas da astrologia
Dancei e a cabeça tonta
O meu reinado não previa
Olhei pro meu espelho e há!
Meu grito não me convencia
Princesa eu sei que sou prá sempre
Mas sempre não é todo dia
Botei o meu nariz a postos
Pro faro e pro que vicia
Senti teu cheiro na semente
Que a manhã me oferecia
Eu hoje acordei tão só
Mais só do que eu merecia
Eu acho que será pra sempre
Mas sempre não é todo dia
Travessuras
(Oswaldo Montenegro)
Eu insisto em cantar
Diferente do que ouvi
Seja como for recomeçar
Nada mais há de vir
Me disseram que sonhar
Era ingênuo, é dai?
Nossa geração não quer sonhar
Pois que sonhe, a que há de vir
Eu preciso é te provar
Que ainda sou o mesmo menino
Que não dorme a planejar, travessuras
E fez do som da tua risada um hino.
Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

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