quarta-feira, junho 01, 2005

Os Forrozeiros em Junho


O Primeiro Forrozeiro


De hoje até o final do mês, iremos colocar o tema que norteia o nordeste durante esse mês, é o forró...
Sempre homenagearemos um defensor dessa cultura tão importante para essas bandas aqui do Brasil...
O primeiro é um grande compositor e que é um dos mais solicitados por grandes estrelas da MPB como Elba, Fagner, Zé Ramalho, entre outros...
Maciel Melo tem um site oficial que vocês podem entrar clicando no titulo...
Temos como músicas hoje, quatro músicas que são marcantes na sua carreira que já foram gravadas por esses artistas acima:

Isso Vale Um Abraço
(Maciel Melo)
Oh! Mundo vei
Que o velho Pai abençoou
Com as mãos postadas
Clarividências do amor
Desejo forte apertava seu coração
E a energia nisso tudo se formou
Isso vale um abraço companheiro
Dentro do meu coração
Um aperto de mão
Um brilho no olhar
Um cheiro de criança
Um sorriso de paz
E o sereno vindo
No beijo da minha amada
São coisas que valem muito
Companheiro...
Valem um monte de abraços
Isso vale um abraço companheiro
Dentro do meu coração
Um pedaço de terra
Uma morada uma canção
Um pouco de emoção
Um caminho uma jornada
Uma pátria ensolarada
Pelos raios da visão
Trabalho e pão
É o que engrandece um brasileiro
Chuva fina de janeiro
Vem molhar meu coração
Isso vale um abraço companheiro
Dentro do meu coração
Um conto de Marcolino
Um solfejo de Gonzaga
E mais uma trocadilhada
Do poeta Lourival
São coisas que valem muito
Companheiro...
Valem um monte de abraços
Isso vale um abraço companheiro
Dentro do meu coração
Um sanfoneiro
Que toca com muita manha
Que Nem Vem-Vem
(Maciel Melo)
Quebrei no dente
O taco da Literatura
Tô na história, tô e sei
Que sou motivo pra falar
Entrei de cara, cara
E tô saindo fora
Ta no tempo já é hora
De poder me desfrutar
Semente negra
Eu sou raiz poderosa
Aguada em verso e prosa
Na cacimba de Belá
Meu canto tem
O chaco-chaco de uma cuia
E tem, tem as manhas
Que Mestre Louro plantou
Pra colher um canto
Assim que nem vem-vem
E soar como um acorde de sanfona
Festejar que nem "Passarim" no xerém
Namorar com a batida da zabumba
Tum-tum-tum bate-bate meu coração
Por um forró
Que nem os de passagem funda
Tum-tum-tum bate-bate meu coração
Da-lhe zabumba
E Jackson no pandeiro é ás
Tum-tum-tum bate-bate meu coração
Se essa morena não me quer
Não quero mais
Cabloco Sonhador
(Maciel Melo)
Sou um caboclo sonhador
Meu senhor, viu?
Não queira mudar meu verso
Se é assim não tem conversa
E meu regresso para o brejo
Diminui a minha reza.
Um coração tão sertanejo
Vejam como anda plangente o meu olhar
Mergulhado nos becos do meu passado
Perdido na imensidão desse lugar
Ao lembrar-me das bravuras de Nenem
Perguntar-me a todo instante por Baía
Mega e Quinha como vão? tá tudo bem?
Meu canto é tanto quanto canta o sabiá
Sou devoto de Padim Ciço Romão
Sou tiete do nosso Rei do Cangaço
E em meu regaço fulminado em pensamentos
Em meu rebento sedento eu quero chegar
Deixem que eu cante cantigas de ninar
Abram alas para um novo cantador
Deixem meu verso passar na avenida
Num forrofiádo tão da bexiga de bom.
Meninos Do Sertão
(Maciel Melo /Petrúcio Amorim)
Quando me lembro dos meninos do Sertão
Olho pro céu e vejo eu entre os pardais
Catando estrelas, desenhando a solidão
Ouvindo estórias de fuzis e generais
Lembrando rezas que aprendi no juazeiro
Que um violeiro me ensinou numa canção
Bebendo sonhos era assim o meu destino
Mais um menino na poeira do Sertão
Quando me lembro dos meninos do Sertão
Beijando flores era eu em meu jardim
Qual borboletas bailarinas de quintais
E um arco-íris de esperança só pra mim
E a liberdade feito um pássaro de seda
Voava alto nos planos de menino
Nas travessuras imitava os meus herois
Luiz Gonzaga, Lampião e Vitalino
Quando me lembro dos meninos do Sertão
Vejo Hiroshima nos olhares infantis
Vejo a essência da desigualdade humana
Num verdadeiro calabouço dos guris
Meu coração bate calado enquanto choro
A Deus imploro mais carinho e atenção
Tirai a canga do pescoço dessa gente
Que só precisa de amor, trabalho e pão
Adeus meu carro de boi
Adeus pau de arara
No ano 2000 que mal virá
Cola, Carandirú, Candelária
Quando isso vai parar
Será que será sempre assim
Será que assim sempre será
E uma mulher que se banha
De cheiro pra me esperar
Sinceridade
É um poema de verdade
É grande a nossa amizade
Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

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