sábado, setembro 11, 2004

O Homem do Arrastão

A eleição está bem interessante, votem nas músicas brasileiras das suas vidas, informações e votos nos links abaixo:

blcarvalho@pop.com.br
bl_carvalho@yahoo.com.br
http://blcarvalho.blogspot.com/2004/08/eleio.html

Eu recebi um comentário de uma blogueira muito legal, vale a pena visitar, o blog da Luciana é :

http://www.lubarbosa.blogger.com.br/

No final de agosto navegando vi a noticia de que um dos maiores compositores e um dos grandes parceiros de Chico Buarque estava hospitalizado tinha sofrido a ruptura de uma aneurisma cerebral:

Edu Lobo

A última noticia que consegui foi que ele teve alta no inicio deste mês, acredito e espero que ele esteja se recuperando bem...
Compositor de grandes sucessos, é mas um da geração festival e teve músicas defendidas maravilhosamente por Elis Regina, Nara Leão, MPB 4 e tantos outros que deram grandes interpretações das suas músicas...

Maiores informações no site:

http://www.edulobo.com/

Eu escolhi as quatro músicas que eu considero as mais interessantes e que me marcaram num disco de vinil que era vendido em bancas na década de 80, salvo engano a "História da Música Popular Brasileira", da editora Abril a última tem uma ligação com Pernambuco, já que seu pai era da terra e ele passava férias aqui no estado e numa praia que eu tive o prazer de passar parte da minha infância, as outras são classicos dele, principalmente a primeira que é uma das letras mais belas dele e de Chico:

BEATRIZ
(Edu Lobo / Chico Buarque)
Olha, será que ela é moça, será que ela é triste

Será que é o contrário, será que é pintura o rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel e se eu pudesse entrar na sua vida
Olha, será que é de louça, será que é de éter, será que é loucura
Será que é cenário a casa da atriz se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz e se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida sim, me leva para sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão para sempre é sempre por um triz
Ai, diz quantos desastres tem na minha mão diz se é perigoso a gente ser feliz
Olha, será que é uma estrela, será que é mentira, será que é comédia
Será que é divina a vida da atriz, se ela um dia despencar do céu e se os pagantes exigirem bis
E se um arcanjo passar o chapéu e se eu pudesse entrar na sua vida

LERO-LERO
(Edu Lobo / Cacaso)
Sou brasileiro de estatura mediana gosto muito de fulana, mas sicrana é quem me quer

Porque no amor quem perde quase sempre ganha
Veja só que coisa estranha, saia dessa, se puder
Não guardo mágoa, não blasfemo, não pondero não tolero lero-lero devo nada pra ninguém
Sou descansado minha vida eu levo a muque do batente pro batuque faço como me convém
Eu sou poeta e não nego a minha raça faço versos por pirraça e também por precisão
De pé quebrado, verso branco, rima rica negaceio, dou a dica tenho a minha solução
Brasileiro, tatupeba, taturana, bom de bola, ruim de grana, tabuada sei de cor
Sou brasileiro, tatupeba, taturana, bom de bola, ruim de grana, tabuada sei de cor
Quatro vez sete, vinte e oito, noves fora ou a onça me devora ou no fim vou rir melhor
Não entro em rifa, não adoço não tempero não remarco o marco zero se falei, não volto atrás
Por onde passo deixo rastro, deito fama desarrumo toda a trama desacato Satanás
Sou brasileiro de estatura mediana gosto muito de fulana, mas sicrana é quem me quer
Porque no amor quem perde quase sempre ganha
Veja só que coisa estranha saia dessa, se puder
Diz um ditado natural da minha terra, bom cabrito é o que mais berra, onde canta o sabiá Desacredito no azar da minha sina Tico-tico de rapina ninguém leva o meu fubá

PONTEIO
(Edu Lobo / Capinan)
Era um, era dois, era cem era o mundo chegando e ninguém que soubesse que eu sou violeiro Que me desse ou amor ou dinheiro era um, era dois, era cem vieram pra me perguntar

Ô, você, de onde vai, de onde vem diga logo o que tem pra contar
Parado no meio do mundo senti chegar meu momento
Olhei pro mundo e nem via nem sombra, nem sol, nem vento
Quem me dera agora eu tivesse a viola pra cantar
Quem me dera agora eu tivesse a viola pra cantar
Era um dia, era claro, quase meio era um canto calado, sem ponteio violência, viola, violeiro
Era morte em redor, mundo inteiro era um dia, era claro, quase meio
Tinha um que jurou me quebrar, mas não lembro de dor nem receio
Só sabia das ondas do mar jogaram a viola no mundo, mas fui lá no fundo buscar
Se eu tomo a viola ponteio meu canto não posso parar, não
Quem me dera agora eu tivesse a viola pra cantar
Quem me dera agora eu tivesse a viola pra cantar
Era um, era dois, era cem era um dia, era claro, quase meio
Encerrar meu cantar já convém prometendo um novo ponteio
Certo dia que sei por inteiro eu espero, não vá demorar
Este dia estou certo que vem digo logo o que vim pra buscar
Correndo no meio do mundo não deixo a viola de lado
Vou ver o tempo mudado e um novo lugar pra cantar
Quem me dera agora eu tivesse a viola pra cantar
Quem me dera agora eu tivesse a viola pra cantar

NO CORDÃO DA SAIDEIRA
(Edu Lobo)
Hoje não tem dança, não tem mais menina de trança, nem cheiro de lança no ar

Hoje não tem frevo, tem gente que passa com medo e na praça ninguém pra cantar
Me lembro tanto e é tão grande a saudade que até parece verdade
Que o tempo inda pode voltar
Tempo da praia de Ponta de Pedra das noites de lua dos blocos de rua
Do susto e a carreira na caramboleira, do bumba-meu-boi que tempo que foi
Agulha frita, mungunzá, cravo e canela, serenata eu fiz pra ela, cada noite de luar
Agulha frita, mungunzá, cravo e canela, serenata eu fiz pra ela, cada noite de luar
Mas hoje não tem dança, não tem mais menina de trança, nem cheiro de lança no ar
Hoje não tem frevo tem gente que passa com medo e na praça ninguém pra cantar
Me lembro tanto e é tão grande a saudade que até parece verdade
Que o tempo inda pode voltar
Tempo do corso na Rua da Aurora é moço no passo menino e senhora
Do bonde de Olinda pra baixo e pra cima do caramanchão esqueço mais não
E frevo ainda apesar da quarta-feira no Cordão da Saideira vendo a vida se enfeitar
E frevo ainda apesar da quarta-feira no Cordão da Saideira vendo a vida se enfeitar
E frevo ainda apesar da quarta-feira no Cordão da Saideira vendo a vida se enfeitar

Um abraço para todos:

Beto L. Carvalho

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