terça-feira, fevereiro 01, 2005

A Cantora que foi Injustiçada


A Voz que Impressiona


Fiquei muito triste hoje, lendo jornal e descobrindo que no Baile Municipal, abertura do carnaval recifense a principal atração foi humilhada por pseudos defensores da cultura pernambucana...
Eu digo pseudos, pois não foram fazer manifestação no dia seguinte num evento onde só teve atrações vindas da Bahia...
Nada contra a essa festa, mas infelizmente pessoas que não entenderam a proposta de diversidade cultural que a prefeitura propõe...
Poxa estava sendo tão divulgado que a atração principal era Elza Soares e essas pessoas levaram faixas contra ela, será que foi premeditado????
Estou até preocupado com o que vai acontecer no dia do show de Beth Carvalho e Dona Ivone Lara no carnaval, espero que elas sejam respeitadas...
Cliquem no titulo e entrem numa página dedicada a ela no MPB Net...
As músicas de hoje são da sua carreira, a primeira foi uma das músicas que escutei com ela e fiquei boquiaberto e é um dueto com Caetano Veloso, a segunda é um forró que tranformou em bolero na trilha de Lisbela, a terceira é uma música que lembro bem dessa gravação dela e a última é um dueto com Chico Buarque muito legal:

Língua
(Caetano Veloso)
Gosto de sentir a minha língua roçar
A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E deixa os portugais morrerem à míngua
"Minha pátria é minha língua"
Fala Mangueira!
Fala! Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?
Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?
Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?
Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?
Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas
E o falso inglês relax dos surfistas
Sejamos imperialistas ( cadê? )
Sejamos imperialistas
Vamos na velô da dicção choo-choo de Carmem Miranda
E que o Chico Buarque de Holanda nos resgate
E xeque-mate explique-nos Luanda
Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo
Sejamos o lobo do lobo do homem
Lobo do lobo do homem
Adoro nomes
Nomes em Ã
De coisas como rã e imã, imã, imã...
Nomes de nomes
Como Scarlet Moon De Chevalier, Glauco Mattoso e Arrigo Barnabé e Marida da Fé e Arrigo Barnabé
Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?
Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?
Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?
Incrível! É melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível filosofar em alemão
Se você tem uma idéia incrível
É melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível filosofar em alemão
Blitz quer dizer corisco
Hollywood quer dizer azevedo
E o Recôncavo, e o Recôncavo, e o Recôncavo
Meu medo!
A língua é minha pátria
E eu não tenho pátria: tenho mátria
E quero frátria
A língua é minha pátria
E eu não tenho pátria: tenho mátria
E quero frátria
A língua é minha pátria
E eu não tenho pátria: tenho mátria
E quero frátria Poesia concreta, prosa caótica
Ótica futura Samba-rap, chic-left com banana
Será que ele está no Pão de Açucar?
Tá craude brô
Você e tu, lhe amo
Qué queu te faço, nego?
Bote ligeiro
Arigatô, arigatô
Nós canto-falamos como quem inveha negros
Que sofrem horrores no Gueto do Harlem
Livros, discos, vídeos à mancheia
E deixa que digam, que pensem, que falem
Espumas ao Vento
(Acciolly Neto)
Sei que ai dentro ainda mora
Um pedacinho de mim
Um grande amor não acaba assim
Feito espumas ao vento
Não é coisa de momento
Raiva passageira
mania que dá e passa
Feito brincadeira
O amor deixa marcas que não dá apagar
Sei que errei, tô aqui
Pra te pedir perdão
Cabeça doida, coração na mão
Desejo pegando fogo
Sem saber direito a hora e o que fazer
Eu não encontro a palavra
Só pra te dizer
Ai, se eu fosse você
Eu voltava pra mim de novo
E de uma coisa fique certa,amor
A porta vai estar sempre aberta, amor
O meu olhar vai dar uma festa,amor
Na hora que você chegar
O Meu Guri
(Chico Buarque)
Quando seu moço nasceu meu rebento não era o momento dele rebentar
Já foi nascendo com cara de fome, eu não tinha nem nome pra lhe dar
Como fui levando não sei lhe explicar, fui assim levando ele a me levar
E na sua meninice ele um dia me disse que chegava lá
Olha aí
Olha aí
Olha aí ai o meu guri olha aí
Olha aí
É o meu guri, e ele chega
Chega suado veloz do batente e traz sempre um presente pra me encabular
Tanta corrente de ouro seu moço que haja pescoço pra enfiar
Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro: chave, caderneta, terço e patuá
Um lenço uma penca de documentos pra finalmente eu me identificar, olha aí
Olha aí ai o meu guri olha aí
Olha aí
É o meu guri, e ele chega
Chega no morro como carregamento, pulseira cimento relógio pneu gravador
Rezo até ele chegar lá do alto, essa onda de assalto está um horror
Eu consolo ele ele me consola, boto ele no colo pra ele me ninar
De repente acordo olho pro lado e o danado já foi trabalhar, olha aí
Olha aí ai o meu guri olha aí
Olha aí
É o meu guri, e ele chega
Chega estampado retrato com vendas nos olhos legendas e as iniciais
Eu não entendo essa gente seu moço fazendo alvoroço demais
Um guri no mato acho que tá rindo acho que tá lindo de papo pro ar
Desde o começo eu lhe disse seu moço ele disse que chegava lá
Olha aí
Olha aí
Olha aí ai o meu guri olha aí
Olha aí
É o meu guri!
Façamos
( Chico Buarque / Cole Porter)
Os cidadãos no Japão, fazem
Lá na China um bilhão, fazem
Façamos, vamos amar!
Os espanhóis, os lapões, fazem
Lituanos e letões, fazem
Façamos, vamos amar!
Os alemães em Berlim, fazem
E também lá em Bonn...
Em Bombaim, fazem
Os hindus acham bom.
Nisseis, nikeis e sanseis, fazem
Lá em São Francisco muitos gays fazem
Façamos, vamos amar!
Os rouxinóis e os saraus fazem
Implicantes pica-paus fazem
Façamos, vamos amar!
Os jaburus no Pará, fazem
Tico-ticos no fubá, fazem
Façamos, vamos amar!
Chinfrins galinhas afins fazem
E jamais dizem não...
Corujas, sim, fazem
Sábias como elas são
E os perus, todos nus, fazem
Gaviões, pavões e urubus, fazem
Façamos, vamos amar!
Dourados do Solimões, fazem
Camarões e camarães, fazem
Façamos, vamos amar!
Piranhas, só por fazer, fazem
Namorados, por prazer, fazem
Façamos, vamos amar!
Peixes elétricos bem, fazem
Entre beijos e choques...
Garçons também fazem
Sem falar nos hadocs
Salmões no sal, em geral, fazem
Bacalhaus do mar em Portugal, fazem
Façamos, vamos amar
Libélulas e nambus, fazem
Centopéias sem tabus, fazem
Façamos, vamos amar!
Os Louva-Deuses, por fé, fazem
Dizem que bichos de pé, fazem
Façamos, vamos amar!
As taturanas também fazem
Um amor incomum
Grilos, meu bem, fazem
E sem grilo nenhum.
Com seus ferrões, os zangões, fazem
Pulgas em calcinhas e calções, fazem
Façamos, vamos amar!
Tamanduás e tatus, fazem
Corajosos cangurus, fazem
Façamos vamos amar!
Coelhos só e tão só, fazem
Macaquinhos no cipó, fazem
Façamos, vamos amar
Gatinhas com seus gatões,fazem
Dando gritos de ais...
Os garanhões fazem,
Esses fazem demais
Leões ao léu, sob o céu, fazem
Ursos lambuzando-se no mel, fazem
Façamos, vamos amar!
Façamos, vamos amar!!
Um abraço para todos:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem
Posted by Hello

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