quarta-feira, maio 18, 2005

Artigos de um Recente Grande Amigo 4


Um dos Melhores Filmes Nacionais

O quarto artigo fala sobre um dos melhores filmes dos últimos tempos feitos aqui no Brasil nas palavras de Pedro Procópio...
No titulo tem o primeiro dele publicado aqui no blog...
Não deixem de ler...

OLGA: suspiros, lágrimas, emoção. A ordem você escolhe.
Pedro Paulo Procópio


“Um presente de Vargas para Hitler”. Esse presente: Olga. O espectador confrontado com a dor, a esperança, os sonhos... O “ser humano espectador” bem próximo do “ser humano representação”. Momentos de humilhação – medo – desamparo - se confundem com momentos de profundo amor – paixão – encantamento. Daí franzimos a testa – há uma dúvida! É um romance? Um relato histórico? Um drama? Pouco importa, entregue-se a magia da trama e faça apenas uma coisa: suspire.
Suspirar... isso é o que farão alguns; chorar, os mais sensíveis o farão; emocionar-se e viajar com os personagens através do tempo – pela Alemanha nazista – Brasil – Rússia...isso fará qualquer um que assistir ao filme OLGA.
A propósito, o filme fez nevar em pleno Rio de Janeiro. Uma antiga fábrica foi transformada em campo de concentração nazista e a equipe de produção usou efeitos especiais para imitar com perfeição o rigoroso inverno europeu. Mas, o coração inquieto e congelado de angústia ao assistir as cenas de tortura, injustiça e assassinatos, é real. Pode até ser o seu – para isso: assista a OLGA.
Dentre tantas cenas duras há instantes de beleza e apesar do imenso clima de tristeza que paira sobre a película, há algumas passagens que nos fazem redobrar a atenção – refletir e , pasme, dar um sorriso singelo. Talvez meio infantil – derretendo um pouco do gelo que ficou em nosso coração durante as partes de maior temor. Olga, escondida no subúrbio carioca, olha discretamente pela janela a beleza do carnaval das colombinas dos anos 40. O sorriso meigo de quem viu o seu primeiro carnaval, sem entender muito bem o motivo de tanta alegria, nos contagia.
Ficamos extasiados também com as cenas de amor envolvendo Olga e Prestes. Fotografia envolvente. Tentar adjetivar o filme pode parecer lugar-comum, no entanto, seria injusto não ressaltar o trabalho esmerado de diretor, elenco, produtores e todos os envolvidos no projeto. Economizar ao relatar as qualidades do trabalho de Jayme Monjardim – baseado na obra de Fernando Morais – representaria roubar do leitor o direito de estar preparado para embarcar num universo no qual amor e horror nunca estiveram tão próximos.
Desleixado, no mínimo, não citar os nomes dos protagonistas da trama que junto com Monjardim e Rita Buzzar, que escreveu e produziu o filme, foram responsáveis por um trabalho que produziu mais que um filme, e sim lágrimas – suspiros – emoção. A ordem você escolhe. Camila Morgado, com os seus olhos doces e decididos ao mesmo tempo, nos faz viajar no seu olhar. Além de Camila, Caco Ciocler no papel de Luís Carlos Prestes, nos dá o prazer de conhecer o velho líder comunista.
Assistir à película, refletir e “embarcar” nos navios que trazem Olga ao Brasil e a levam de volta a Alemanha da década de quarenta não nos trará muitas respostas. Impossível entender o Narzismo. Possível entender a crença e a luta por um ideal, facílimo fazermos o mesmo comentário emocionado de Olga Benário: “Brasil, nunca vou entender este país.”


Serviço: para conhecer mais do filme e seus bastidores, acesse
www.olgaofilme.com.br
Um abraço:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

Nenhum comentário: