sexta-feira, maio 20, 2005

Artigos de um Recente Grande Amigo 6


Senhor Antônio Brasileiro

No penúltimo artigo do jornalista e meu professor Pedro Procópio teremos um como tema um dos maiores compositores brasileiros...
Tom Jobim sempre elevou o nome do Brasil por todo o mundo...
No titulo tem o link para o primeiro artigo de Pedro publicado aqui no blog no inicio do mês...

Tom Jobim: O tom do Brasil para o mundo
Pedro Paulo Procópio

"Para nossas elites, sempre houve uma guerra entre Cultura como civilização e cultura como estilo de vida ignorante e atrasado". É com essa afirmação do sociólogo e escritor Roberto DaMatta que este ensaio inicia suas argumentações, mostrando através do exemplo do maestro Antônio Carlos Jobim a beleza do movimento artístico e sua essência na mistura de dados sensações fluxo de idéias.
O hibridismo gostoso e salutar entre o erudito e o popular; A inserção majestosa da música brasileira em uma cultura globalizada e ávida por novidades. A referência de todo esse jogo e a interpenetração de conceitos aparentemente tão difusoa está viva na obra dele:
Tom Jobim
Tom foi um dos responsáveis pelo referido processo que levou uma suposta cultura inferior, a do c minúsculo, ao reconhecimento mundial com o louvor da critica e a aceitação do público que faze parte da Cultura do C maiúsculo. Trocando em miúdos Tom Jobim não ficou preso ao conservadorismo, a preservação de um bem cultural. O compositor não fechou as possibilidades de aperfeiçoar a sua arte, ao contrario, misturou tendências, encantou mercados e fez a nossa bossa arrasar. Mostrou-a ao planeta.
A prova mais contundente de toda essa mistura é a versão da música “Garota de Ipanema” em inglês (The Girl from Ipanema), lançada em 1964 junto com outras músicas de sua autoria. A composição “Garota de Ipanema” de 1962 (versão em português), feita em parceria com Vinicius de Moraes, deixa claro desde o inicio, o caráter global de sua obra e o vigor do maestro em cruzar fronteiras geográficas e culturais. Em 21 de novembro de 1962, portanto há pouco mais de quarenta anos Tom viajava pela primeira vez e realiza o Show da Bossa Nova no Carnegie Hall, Nova Iorque. Já no ano seguinte tenta gravar as suas músicas na América e em 1964 é lançado o LP “The Wonderful World of Antônio Carlos Jobim”.
Em 30 de agosto de 1966 Tom chega a Los Angeles, Califórnia, para gravar o primeiro disco com Frank Sinatra. Seria esse o encontro da “cultura” com a “Cultura”? Certamente não porque não há cultura inferior e muito menos algo totalmente local intocável. O maestro Jobim provou isso nos anos 60, permanecendo contemporâneo ao ter globalizado suas canções e presenteado o mundo com a Bossa Nova.
“Garota de Ipanema” embalava os brasileiros nos anos 60, era uma espécie de hino da beleza da mulher brasileira, seus encantos, sua ginga e por que não um aspecto cultural de sua forma de vida? Essa canção ganhou o mundo. Ainda hoje é capaz de emocionar qualquer brasileiro em um café na Europa ou em outra parte do planeta. Antes de ter sido erudito ou popular Tom Jobim foi híbrido, permaneça atual e provou a importância do artista tupiniquim abrir possibilidades, vislumbrar situações novas, cantar, encantar. Encantar mais que o Brasil. Ganhar o mundo.


Um abraço:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

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