domingo, junho 12, 2005

Os Forrozeiros em Junho 12


Mais um Forrozeiro


O terceiro é o cara que tem uma linha profética...
Zé Ramalho junto com os outros dois pode ser considerado um poeta da música nordestina com muito orgulho para nós que admiramos seu trabalho...
Como fiz nos outros dias tem o link para o site oficial dele no titulo, já que também foi homenageado aqui...
Quatro músicas duas deles e duas regravações do mestre Luiz Gonzaga para vocês continuarem a dançar o forrozinho:



Banquete de signos
(Zé Ramalho)
Discutir o cangaço com liberdade
É saber da viola, da violência
Descobrir nos cabelos inocência
É saber da fatal fertilidade
Descobrir a cidade da natureza
Descobrir a beleza dessa mulher
Descobrir o que der boniteza
Na peleja do homem que vier...
Quando vier...
Descobrir no bagaço dos engenhos
No melaço da cana mais um beijo
Descobrir os desejos que não têm cura
Saracura do brejo na novena
Descobrir a serena da natureza
Descobrir a beleza dessa mulher
Descobrir o que der boniteza
Na peleja do homem que vier
Quando vier....

O Xote das Meninas
(Zé Dantas/Luiz Gonzaga)
Mandacaru quando fulora lá na seca
É um sinal que a chuva chega no sertão
Toda menina que enjoa da boneca
É sinal de que o amor já chegou no coração
Meia comprida não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado não quer mais vestir timão
Ela só quer só pensa em namorar
De manhã cedo já tá pintada
Só vive suspirando sonhando acordada
O pai leva ao doutor a filha adoentada
Não come nem estuda não dorme nem quer nada
Ela só quer só pensa em namorar
Mas o doutor nem examina, chamando o pai do lado
Lhe diz logo em surdina que o mal é da idade
E que pra tal menina
Não há um só remédio em toda medicina
Ela só quer, só pensa em namorar


Cavalos do Cão
(Zé Ramalho)
Corriam os anos trinta
No nordeste brasileiro
Algumas sociedades
Lutavam pelo dinheiro
Que vendiam pelas terras
Coronéis em pé-de-guerra
Beatos e cangaceiros
E correr da volante no meio da noite
No meio da caatinga que quer me pegar
Na memória da vingança
Um desejo de menino
Um cavaleiro do diabo
Corre atrás do seu destino
Condenado em sua terra
Coronéis em pé-de-guerra
Beatos e cangaceiros


Qui Nem Jiló
(Luiz Gonzaga /Humberto Teixeira)

Se a gente lembra só por lembrar
O amor que a gente um dia perdeu
Saudade inté que assim é bom
Pro cabra se convencer que é feliz sem saber
Pois não sofreu
Porém se a gente vive a sonhar
Com alguém que se deseja rever
Saudade, entonce aí é ruim
Eu tiro isso por mim, que vivo doido a sofrer
Ai quem me dera voltar pros braços do meu xodó
Saudade assim faz roer e amarga qui nem jiló
Mas ninguém pode dizer que me viu triste a chorar
Saudade, o meu remédio é cantar
Um abraço:
Beto L. Carvalho
Carpe Diem

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